Fichamento do Texto de Carlos Alberto Faraco
Por: Adam Magalhães • 13/9/2018 • Resenha • 503 Palavras (3 Páginas) • 464 Visualizações
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Fichamento do texto de Carlos Alberto Faraco
FARACO, Carlos Alberto. Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola, 2008, p.73-93
Norma culta, norma-padrão e norma gramatical
- A norma culta/normal/standard, variante mais monitorada da língua portuguesa, é objeto de registro, estudo e cultivo. Seus falantes atribuem-na um valor de prestígio social, considerando inadequadas as demais variantes e muitas vezes é confundida como a língua em si.
- As mudanças e adequações que alcançam a norma culta não afetam a plenitude estrutural de nenhuma outra variante.
- A língua é heterogênea, um conjunto de suas variantes e o prestígio da norma culta em detrimento às outras variantes tem uma origem sócia histórica de agregação de valores e não diz respeito a suas propriedades gramaticais.
Norma-padrão: a criação do conceito
- O conceito de norma padrão surgiu num contexto de necessidade de haver um instrumento linguístico que pairasse sobre a diversidade regional e social, resultante de uma sociedade feudal descentralizada no contexto europeu do final do século XV.
- A norma padrão é abstrata, usada para servir de referência seja de perspectivas conservadoras ou pragmáticas.
- Segundo Suzanne Romaine (1994), a noção de uma língua-padrão é um conceito estritamente europeu que visa atribuir seus padrões e valores em diferentes sociedades com influências ideológicas.
- A norma padrão envolve debates difíceis acerca de problemas causados pela forma equivocada de concebe-la como algo a ser seguida rigorosamente, sendo assim utilizada como instrumento de discriminação pela concepção de uma forma “correta” de se falar e escrever.
- É impossível implantar um padrão na língua que homogeneíze as variantes de diferentes culturas e sociedades. A norma culta/comum/standard é a que mais se aproxima desse padrão porém sofre ajustes socioculturais para perder seu anacronismo.
Norma-padrão no Brasil
- A elite letrada desejava implantar uma padronização exagerada da língua utilizada por escritores românticos portugueses no esforço de combater o abrasileiramento da língua considerado inferior, repulsivo e corrupto.
- Implementar um padrão artificial da língua no Brasil dificultou que ele se consolidasse e a tentativa acabou fracassada. Os efeitos negativos causados por aqueles que a defendiam perpetuam na atualidade.
A norma gramatical contemporânea
- Os gramáticos brasileiros flexibilizaram a língua em diversos aspectos que desconstroem ideias conservadoras, ainda que resgatem traços híbridos da norma padrão e norma culta/comum/standard.
- Um consenso midiático e acadêmico se estabeleceu acerca da “norma gramatical”, porém, apesar de não ter sido estabelecida, os adeptos a língua padrão ainda alimentam preconceitos linguísticos ligados majoritariamente a questões sócio econômicas.
Norma-padrão: precisamos dela?
- Os meios de comunicação social e o cenário de urbanização asseguram a permanência de uma unidade entre as variantes linguísticas no contexto do século XXI, tornando questionável a necessidade de um ensino rigoroso da norma padrão e a exigência de sua pronúncia no meio popular. Prioriza-se ao menos uma grafia-padrão democrática.
Normas em conflito
- A norma gramatical está subordinada ao uso da norma culta/comum/standard, e essa gramática acaba servindo como mediadora do seu uso limitando-o dentro de suas estruturas. O contexto de se tentar uniformizar a língua gera conflitos culturais visto que a língua é heterogênea e em algum momento adaptações deverão ser feitas.
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