Mestrando em Ciências Contábeis e Administração
Por: teodóro fonseca de amorim fonseca • 13/3/2020 • Artigo • 5.236 Palavras (21 Páginas) • 147 Visualizações
LIBRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Mdo. Julio Alex Ferreira
Mestrando em Ciências Contábeis e Administração
julioalex@portalsantarita.com.br
RESUMO
A partir da implementação de políticas públicas mais ajustadas, é que se consegue atingir melhores níveis de educação inclusiva, sendo este o princípio básico da educação que dá valor às diferenças, pois consegue unir toda a sociedade. Investigar acerca da Libras e seu aprendizado por crianças surdas torna-se um desafio sem tamanho, uma vez que a maioria convive com pais que são ouvintes, mas não possuem acesso a Libras. As crianças com surdez tendem a comunicar-se dentro de casa com gestos criados pelos próprios participantes das conversas, então quando chegam a escolaridade podem aprender a se comunicar por Libras. Partindo do seguinte pressuposto a Língua Brasileira de Sinais (Libras) se predispõe completamente na interação do processo de inclusão e funciona dando suporte como sendo uma ferramenta na prática docente. O seguinte estudo busca identificar os aspectos que se dão no aprendizado de uma criança surda, durante a educação infantil, dando ênfase de como a criança passa a utilizar as Libras e deixa de utilizar-se dos gestos criados em família. Foram identificados vários aspectos fundamentais que complementam no aprendizado da língua, fazendo com isto a inclusão escolar ser efetiva. Esta toma suas formas de atenção visual mais ampliada, a convivência com os semelhantes que são fluentes ou estão em processo de aprendizado lotados em um ambiente que é linguisticamente favorável. A pesquisa transcorreu em metodologia de pesquisa bibliográfica, onde outros autores são estudados, citados e tomados como base para a confecção a pesquisa. Os resultados demonstram que as crianças surdas transformam sua comunicação, o que antes era apenas gestual e informal, passa a ser contextualizado dentro do aprendizado formal da Libras.
1 INTRODUÇÃO
Houve um tempo em que as escolas eram simples locais onde os país deixavam suas crianças para que fossem cuidadas enquanto iam para seus respectivos trabalhos e poderiam ficar tranquilos pois sabiam que as mesmas estavam sendo além de cuidadas ainda absorvendo alguma concepção científica. Com o tempo a educação toma força e modifica as instituições de ensino, os Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação infantil, que foi proposta das Políticas Públicas, promove uma mudança de perspectiva, onde cuidados e educação fazem parte de um só composto, a educação infantil (BRASIL, 2009). No meio do caminho a educação infantil encontrou mais uma dificuldade a ser transposta, considerando o fato de que a nova Lei traz consigo o texto que diz que toda criança deve ser matriculada no ensino regular, assim obrigatoriamente as instituições devem receber crianças com deficiência, fazendo as modificações, adaptações e alterações necessárias, não deixando de forma alguma, estas crianças sem estudar, dando-se a inclusão das crianças com deficiência no ambiente escolar, (MENDES, 2006). Tondinelli (2016) falando sobre os surdos respalda que:
Isso requer que sua linguagem seja entendida por todos e que através dela o surdo possa interagir com pessoas ouvintes, mesmo sem ajuda de um intérprete de Língua de Sinais (LS). Esse direito é assegurado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDBN) - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Assim, o dever da escola é dar subsídios para a criança surda viver em sociedade oferecendo-lhe condições de aprender um código de comunicação que permita sua interação com o outro. (TONDINELLI, 2016).
É constante na atualidade a busca por um processo progressivo de mudanças, de adaptações e conquistas quanto ao trato da Libras. Isto somente socorre depois do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LBS) por meio da Lei n° 10.436, de abril de 2002, seguido pelo decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, esta regulamenta a lei que garante o direito à educação de todas as pessoas que por ventura tenham deficiência auditiva em qualquer nível, incluindo a LSB nas disciplinas curriculares na formação dos professores e instrutores de Libras. Houve também a Lei n° 12.319, de 1° de setembro de 2010 que regulamentou a profissão de tradutor e interprete de Libras.
Quanto ha surdez em crianças, um fato interessante é que as crianças com tal deficiência têm chegado cedo nas instituições de ensino e carregam consigo a mudança de toda uma estrutura pré-existente, a começar pela diferenciação linguística quanto às outras crianças, que se tratam de ouvintes e verbalizados. Almeida e Gil (2010) de forma bem convincente afirmaram que bastava-se que o mundo pudesse vir a compreender a alegria com a qual é de puder ter todos os sentidos, notando assim que estes geram um impacto muito grande nas áreas da cognição de uma pessoa que tem todos os seus sentidos, dando-lhe assim todas as necessidades, somente percebendo isto, é que se seria capaz de avistar o outro lado da moeda, como o de ser diariamente desafiado por ser portador de uma deficiência, sofrendo muito para poderem escolarizar-se. Para Perlin e Strobel (2006) apud Silva e Almeida (s.d.) dizem que:
O fato mais marcante na história da Educação do surdo foi o Congresso de Milão ocorrido no ano de 1880, no qual, através de uma votação com maioria quase absoluta de professores ouvintes, ficou decidido que a Língua de Sinais seria abolida da Educação de Surdos, prevalecendo o uso da Língua Oral. Segundo as autoras, essa decisão teve um impacto arrasador na Educação dos surdos, que foram proibidos de utilizarem sua Língua e tiveram que abandonar sua cultura por um período de aproximadamente cem anos. (SILVA, ALMEIDA, s.d.).
Conforme os autores se retraem temporalmente um pouco adentro do passado, já se encontra fatos históricos terríveis como este, como uma sociedade um dia pôde ter tido coragem de tal barbárie, votação para proibir a língua de sinais, mas aconteceu. Balbaki & Caldas (2011) em observação ao fato citam que na ocasião fora provado que os surdos não tinham problema algum em seu aparelho fonador, assim fisiologicamente estes poderiam falar. Com isto é adotado o método de oralização.
Logo por contar com problemáticas como esta, que incidem bastante no contexto atual para a educação de surdos, que se faz necessária uma pesquisa neste campo, destacando as Libras na educação infantil, onde se buscara bibliograficamente dar o melhor entendimento acerca do assunto, suas dificuldades, suas mudanças, quais as melhorias que tem acontecido para estas crianças.
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