Motivação na pesquisa acadêmica: uma opção metodológica
Tese: Motivação na pesquisa acadêmica: uma opção metodológica. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: May14 • 5/9/2014 • Tese • 2.917 Palavras (12 Páginas) • 304 Visualizações
Motivação na pesquisa acadêmica: uma opção metodológica
Em geral, as disciplinas de metodologia indicam as fases que o processo da pesquisa deverá ter para que o projeto inicial seja executado do melhor modo possível. Os livros da área também auxiliam o estudante com recomendações Resumo Este trabalho se propõe a discutir a importância da motivação no processo de pesquisa. A proposta é baseada nas ideias de autores que defendem a relevância de elementos como a subjetividade e a emoção do pesquisador durante as etapas da pesquisa. O artigo está dividido em três partes. Na primeira é abordado o conceito de Metodologia da Pesquisa. Em seguida, são analisados os conceitos de motivação, com auxílio de teóricos da área de Psicologia. Na parte final do artigo, são unidas as duas vertentes já abordadas e a motivação é apresentada como elemento fundamental para que o pesquisador realize e conclua seu projeto de pesquisa, não apenas seguindo as exigências metodológicas, mas também o tratando como uma tarefa prazerosa e compensadora. Palavras-chave Metodologia, motivação, pesquisa. Introdução Para concluir seu curso de graduação, na maioria dos casos, o acadêmico se depara com o desafio de redigir uma monografia. Ao longo do curso que escolheu, ele precisará cumprir disciplinas que o preparem metodologicamente para executar a tarefa final da graduação. Mais tarde, quando o estudante inicia um curso de Pós-Graduação Lato Sensu ou Stricto Sensu, vê que o trabalho de conclusão - seja novamente uma monografia (Pós Lato) ou uma dissertação (Mestrado)- está lá, mais uma vez, citado no final da grade curricular do curso escolhido, o que faz o coração do pesquisador palpitar diante da nova empreitada acadêmica.
1 Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e pesquisadora bolsista do Centro de Educação a Distância (CED) da Ufam.
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proveitosas sobre as etapas da pesquisa e os métodos mais adequados a cada uma delas. No entanto, nem sempre só as indicações de rumos metodológicos e explicitações de técnicas são suficientes para estimular o acadêmico a realizar o trabalho de pesquisa da forma que foi planejado inicialmente, ou seja, cumprindo as etapas dentro dos períodos previstos no cronograma. Um elemento muito importante para o processo de pesquisa e que pouco é citado nos livros de metodologia é a motivação. Sem motivação, o objetivo a ser alcançado, que é a realização e conclusão da pesquisa, se converterá em uma tarefa mais difícil e muito pouco prazerosa para o pesquisador. Abordar a importância da motivação no processo de pesquisa é o objetivo deste artigo. O pesquisador é apresentado como indivíduo cuja subjetividade está presente ao longo de todo o processo de pesquisa. Para que o trabalho de investigação acadêmica ocorra dentro do planejamento previsto no projeto não é suficiente que haja apenas o rigor das normas metodológicas. É fundamental que o pesquisador esteja estimulado a executar as etapas da investigação para atingir o objetivo final da pesquisa. Conceitos de metodologia da pesquisa Lopes (1994) definiu inicialmente que a metodologia pode ser entendida como a teorização do processo de produção de conhecimento, uma espécie de "investigação da investigação". Segundo ela, "a Metodologia, em uma ciência, constitui o espaço por excelência para a reflexão de um campo de conhecimentos sobre si mesmo, enquanto prática teórica" (LOPES, 1994, p.77). Neste artigo é considerada relevante a diferenciação que a autora adota sobre as concepções de metodologia. Lopes explica que a palavra "metodologia" sofre de ambigüidade. Para diferenciar o termo, ela recomenda que seja adotada a expressão "metodologia da pesquisa", no caso de investigação ou teorização da prática da pesquisa científica, e "metodologia na pesquisa" quando for uma referência ao trabalho com os métodos empregados. "Enquanto a primeira indica o domínio dos métodos numa ciência particular, a segunda constitui o âmbito da aplicação desses métodos numa determinada pesquisa" (idem, p.80-85).
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Ainda Lopes alertou que, enquanto uma disciplina, a metodologia tende a formar metodólogos, que divulgam esse conhecimento específico entre os investigadores. No entanto, a necessidade de compreender a metodologia não deve ser um obstáculo para que o pesquisador resolva as questões metodológicas de sua pesquisa: [...] o fato de cada pesquisador não ser um 'metodólogo' não deve eximi-lo de um necessário domínio de conhecimentos de Metodologia da pesquisa em sua área de estudo, condição sine qua non para poder realizar uma reflexão ativa e exercer a vigilância sobre as questões metodológicas colocadas pela realidade de sua investigação. Lembramos que esse domínio é parte fundamental das condições da produção científica de todo investigador (LOPES,1994, p.85-86). Dez anos após as afirmações anteriores, Lopes (2004) reelaborou um modelo metodológico para a pesquisa empírica que consiste em dois princípios básicos: 1) a reflexão metodológica não se faz de modo abstrato porque o saber de uma disciplina não é destacável de sua implementação na investigação. Portanto, o método não é suscetível de ser estudado separadamente das investigações em que é empregado; 2) a reflexão metodológica não só é importante como é necessária para criar uma atitude consciente e crítica por parte do investigador quanto às operações que realiza ao longo da investigação. Deste modo, torna-se possível internalizar um sistema de hábitos intelectuais, que é o objetivo essencial da Metodologia (2004, p.20). Sendo assim, é possível extrair do modelo proposto pela autora que, além da necessidade de refletir sobre os métodos de pesquisa antes de empregá-los, é também preciso levar em consideração no processo de pesquisa a subjetividade do investigador, uma vez que sua postura acadêmica e intelectual será determinante na execução e conclusão do projeto. O pesquisador não é simplesmente uma máquina que executará uma tarefa. É um sujeito portador de uma subjetividade baseada nos contextos que vivencia. Ele é um indivíduo com o desafio de realizar um trabalho acadêmico que, como foi apontado no início deste artigo, pode ser uma monografia, uma dissertação ou até mesmo uma tese (doutorado). Para que esse processo ocorra da melhor forma, nesse caso a forma que foi planejada no projeto inicial, não há como seguir apenas um manual de instruções metodológicas.
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[...] a pesquisa não
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