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MÚSICA INDEPENDENTE NO BRASIL E INTERNET: APROPRIAÇÃO DE PÚBLICO, PRODUTORES E ARTISTAS

Por:   •  18/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.469 Palavras (10 Páginas)  •  373 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - PRODUÇÃO CULTURAL

ARTIGO CIENTÍFICO

“MÚSICA INDEPENDENTE NO BRASIL E INTERNET: APROPRIAÇÃO DE PÚBLICO, PRODUTORES E ARTISTAS”

ÍTALO NUNES e

VINÍCIUS NASCIMENTO

SALVADOR

2016

RESUMO

O advento da comunicação facilitou a difusão de inúmeros festivais e banda independentes. Novos produtos surgem e através de redes sociais, plataformas específicas e facilidade de escoamento, os custos ficam mais baratos e o ciclo criativo torna-se menos ardiloso: artistas e produtores ganham um novo aliado para a formação de público.

O presente artigo fala sobre a apropriação dos meios de comunicação digital por bandas e festivais independentes de Salvador com o objetivo de compreender quais os impactos sociais, culturais e mercadológicos são extraídos da relação entre esses dois sujeitos.

PALAVRAS-CHAVE 

Cultura; comunicação digital; música; tecnologia; mídias sociais

ABSTRACT

The advent of digital communication facilitated the spread of festivals and independent band. New products comes around and through social networks, specific platforms and ease of disposal costs are cheaper and the creative cycle becomes less tricky: artists and producers gain a new ally for public formation.

This article talks about the appropriation of digital media by bands and independent festivals in Brazil in order to understand which social, cultural and market impacts are extracted from the relationship between these two factors.

KEYWORDS

Culture; digital comunication; music; technology; social media

INTRODUÇÃO

O surgimento da internet acompanhou uma grande expectativa acerca das possibilidades que a nova rede traria. Nos anos 90 a grande expectativa era da criação de uma rede enorme onde as distâncias encurtariam por conta da velocidade de processamento de informação que essa nova rede prometia. Expectativas que não caíram por terra, afinal de contas cerca de vinte e cinco anos depois, a internet anda a todo vapor e não dá indícios de parar de se reinventar: nasceram redes sociais, novos serviços, modelos de negócio e produção a partir da tecnologia.

A música não ficou alheia a esse contexto e também mudou seus modos de existir. Até o início da década de 1990, lançar música em suporte físico era um dos objetivos iniciais da maioria dos compositores e intérpretes. Os discos eram o passaporte para a circulação da música em rádios, agendamento de mídias jornalísticas e de entretenimento, entrada da música no ambiente doméstico dos ouvintes e resultavam na ampliação e formação dos públicos (LIMA, 2011). É importante ressaltar as dificuldades de, naquela época, gravar um disco, por conta do custo de produção e escoamento do material; o que deixava os artistas dependentes de contratos com gravadoras que historicamente não são acessíveis a qualquer artista.

Quanto aos festivais, antes do surgimento da internet o que se tinha era uma maior dificuldade de divulgação dos produtos, além de um custo elevado tomando como referência as possibilidades que a internet oferece. Segundo Marcelo Nova, vocalista e compositor da soteropolitana Camisa de Vênus, na década de 70 não era de todo incomum grupos de rock’n roll saírem pelas noites pichando muros no centro de Salvador para divulgar shows e festivais pela cidade. Ademais, por muito tempo a cena era fomentada via intercâmbio entre produtores e artistas dentro dos próprios shows e festivais que ocorriam na cidade. A comunicação P2P[1] era um fator ainda mais determinante à época.

Não queremos dizer, com esse artigo, que a internet é o primeiro veículo de comunicação alternativa àqueles sem capital de investimento para aparecer nas grandes mídias de rádio e televisão. Havia lojas especializadas em música independente, folhetos, cartazes, além de revistas independentes e fanzines como a Telefanzine[2] eram fortes aliadas na divulgação de bandas e festivais independentes antes do estopim da internet.

Entretanto, o cenário atual não pode ser abordado apenas pela ótica da ruptura. É preciso levar em conta as permanências e adaptações de práticas anteriores à circulação digital da música nas redes telemáticas e suas implicações no âmbito comunicacional (LIMA, 2012, p. 197).

O intuito deste artigo é dissecar a relação entre artistas e produtores independentes com as tecnologias digitais para a partir desses dados apontar, principalmente, os benefícios de mercado que esses atores ganharam como advento da comunicação virtual.

INTERNET COMO PONTO DE CONEXÃO ENTRE ARTISTAS E PRODUTORES

É clichê afirmar internet tornou a produção mais barata. Quanto aos artistas, há possibilidade de se gravar discos ou EP’s em home studios[3] até o escoamento via plataformas digitais como o TNB, soundcloud, disponibilização em blogs para download e comunicação feita através das redes sociais por fanpages e perfis pessoais. Tendo em vista a ausência de capital de giro de numerosa parcela dos grupos, as redes sociais oferecem mais uma ferramenta de baixo custo para formação de público e expansão do material da banda, inclusive, para os media tradicionais. Ainda sobre a formação de público, Tatiana Rodrigues Lima afirma que

 “uma vez ingressando nas plataformas de circulação digital, o interesse de um grande número de ouvintes, mediante esquemas de divulgação paralelos ao da indústria musical, como a recomendação de fãs em e-mails pontuais, redes sociais, listas de discussão, blogs, etc., pode levar ao ingresso posterior em formas massivas de divulgação.” (2012, p.204).

Quanto aos produtores todas essas redes se convertem em um valioso banco de dados onde se pode conhecer novas bandas e potencializa as possibilidades de se construir novas relações entre as partes para, inclusive, realizar um festival.

Tomamos como exemplo o festival BIG BANDS, realizado há sete edições pelo produtor soteropolitano Rogério Brito ‘Big bross’. A edição de 2015 teve sua equipe de trabalho integralmente composta de forma colaborativa; a equipe de trabalho foi construída através de um chat em grupo no facebook: e boa parte desses componentes eram músicos da cena independente da cidade que se dispuseram a ajudar das mais diversas maneiras em prol do fomento da cena.

O QUE SE ESPERA DE MÚSICOS E PRODUTORES

Assim como novas formas de produção e distribuição de conteúdo criam-se a partir da internet, a relacionamento com o público também sofreu mudanças. Com a nova rede, artistas, produtores e público se aproximam e a relação vai muito além da compra de discos e produtos da banda ou compra de ingressos para festivais. A rede encurta distâncias e oferece diversas plataformas de contato direto e personalizado com o público.

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