TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O PENSAMENTO LIBERAL E O POSITIVISMO

Por:   •  20/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.761 Palavras (16 Páginas)  •  168 Visualizações

Página 1 de 16

INTRODUÇÃO

1. O PENSAMENTO LIBERAL E O POSITIVISMO

O século XIX foi marcado pelo liberalismo, que se fundamentava na defesa da liberdade individual nos campos político, religioso e intelectual. O liberalismo afirma que o desenvolvimento moral e cultural só será alcançado através desenvolvimento das faculdades do indivíduo. Entretanto, ele começou a sofrer transformações quando tentou conciliar sua estrutura racional apriorística que se adquire mediante a dedução com o empirismo onde todo conhecimento provém unicamente da experiência, e com o materialismo segundo o qual a matéria e suas leis são tudo o que existe ou a explicação de tudo, gradativamente essa tendência da ciência centraliza-se no empirismo.

É nesta oposição do racionalismo que surgem os defensores do cientificismo seduzidos pelo progresso contínuo, onde se compreende o mundo dos fatos através da experiência obtida pela ciência que se sobressai diante todas as formas de compreensão humana (religiosa, metafísica).

Como a sociedade daquela época estava passando por diversas transformações com o intuito de reorganizá-la para obter ordem e progresso, Auguste Comte recorre a ciência para descobrir as leis que fazem com que a sociedade funcione o positivismo então passou a dominar o pensamento típico do século XIX utilizando o método e a doutrina. Onde o método consistia em embasar na certeza profunda dos fatos de experiência teórica e como doutrina recorre a ciência que estava trazendo mais resultados em caráter universal da realidade e como significado geral da mecânica e da dinâmica do universo. Passou-se então a não procurar o porquê das coisas, mas a observar por toda parte o mecanismo do mundo ao invés de inventá-lo.

Segundo Comte o termo positivo designa “ O real frente ao quimérico, o útil frente ao inútil, a segurança frente a insegurança, o preciso frente ao vago, o relativo frente ao absoluto”.

Seu método de trabalho é a partir da observação dos fatos verificados pela experiência. Sua corrente filosófica é baseada no método geral de raciocínio resultante de todos os métodos particulares, sua ideia inicial é que no estado positivo que o espírito humano reconhece a impossibilidade de obter noções absolutas.

A doutrina Comtiana tem uma parte geral e uma especial. Na geral, ocorre o desenvolvimento a partir da lei dos três estados, sendo eles o modo de pensar dividido em teológico, metafísico e positivo. Os mesmos são utilizados por Comte para explicar a história. O primeiro estado é o teológico onde as explicações provém dos fenômenos por meio dos agentes sobrenaturais, o segundo é o metafísico que se fundamenta por meio da reflexão a respeito da natureza primacial do ser, e o Terceiro é o positivo no qual os fenômenos são explicados pelas leis da experimentação demonstrada, e é neste estado que as sociedades e os indivíduos evoluem.

Auguste Comte só reconhece as ciências experimentais ou positivas que tratam dos fatos e das suas leis distinguindo as ciências abstratas das concretas.

Na parte especial, a doutrina positivista pode ser considerada por quatro aspectos: psicólogo, ontológico, sociológico e religioso. No aspecto psicológico Comte considera que a psicologia faz parte da biologia neste aspecto não se as explicações metafísicas para explicar o que acontece com os seres humanos usando apenas explicações biológicas ele basicamente considera a alma como um conjunto de funções cerebrais. No ontológico ele nega as causas eficientes e finais, o infinito e o absoluto para reconhecer apenas o relativo, a sensível, o fenomenal, o útil. “Tudo é relativo, isso é a única coisa absoluta”. Já os aspectos sociológico e religioso partem desde a divisão dos poderes sociais em material, intelectual e moral até a humanidade concebida como conjunto de todas as almas fortes e eternas

2. O PRINCIPAL PENSADOR DO POSITIVISMO

2.1. Auguste Comte (1798 - 1857)

Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (1798-1857), mais conhecido como Auguste Comte, foi um filósofo francês, nascido em Montpellier, França. É conhecido como o criador da corrente de pensamento denominada Positivismo. “O verdadeiro espírito positivo consiste sobretudo em ver para prever, em estudar o que é, a fim de concluir disso o que será, segundo o dogma geral da invariabilidade das leis naturais. ” (COMTE, 1978.)

Comte iniciou seus estudos em sua cidade natal até o ano de 1814, quando se muda para a capital e ingressa na Escola Politécnica, fundada em 1794, como fruto da Revolução Francesa e do desenvolvimento da ciência e da técnica, resultante da Revolução Industrial. Sua estadia na universidade não se estendeu por muito tempo, foi expulso dois anos depois (1816), por liderar um movimento de protesto. Passou então a viver de aulas particulares e colaboração em jornais.

No ano seguinte, tornou-se secretário do socialista Saint-Simon, o primeiro filósofo a ver claramente a importância da organização econômica na sociedade moderna, e cujas ideias Comte absorveu, sistematizou com um estilo pessoal e difundiu. Simon apresentou à Comte duas das principais ideias que orientam seu pensamento daí por diante: a de que os fenômenos sociais, como os de caráter físico, também obedecem determinadas leis; e a de que todo conhecimento científico e filosófico deve ter por finalidade o aperfeiçoamento moral e político do homem.

A relação de Comte e Simon terminou de maneira tempestuosa, como acontecia com quase todas as relações pessoais de Comte. Ele e Saint-Simon eram de temperamentos muito diversos para que pudessem trabalhar juntos durante muito tempo: o rompimento ocorreu quando o discípulo começou a sentir-se independente do mestre, discordando de suas ideias sobre as relações entre a ciência e a reorganização da sociedade.

Em 1825 conheceu Caroline Massin, jovem escritora com quem viveu algum tempo e logo depois acabou se tornando sua primeira esposa. Desempregado e, não tendo mais os proventos de secretário, passou a ganhar a vida dando aulas particulares de matemática. Algum tempo depois, em 1826, iniciou em sua própria casa um curso, do qual resultou uma de suas principais obras, o Curso de Filosofia Positiva.

Deprimido por constantes desentendimentos com a mulher, caiu em profundo esgotamento nervoso e, em 1827, tentou o suicídio ao atirar-se de uma ponte nas águas do Sena. Salvo por um guarda que passava pelo local, Comte foi internado em uma clínica de saúde mental para tratar de problemas psiquiátricos.

Em

...

Baixar como (para membros premium)  txt (24.7 Kb)   pdf (83.3 Kb)   docx (21.1 Kb)  
Continuar por mais 15 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com