O tráfico de pessoas
Por: papo • 9/12/2015 • Projeto de pesquisa • 464 Palavras (2 Páginas) • 206 Visualizações
O sonho da faculdade, a casa própria, o excelente salário, a chance de proporcionar mais conforto e estabilidade à família, a independência e a oportunidade de conhecer um novo país são algumas das motivações que levam todos os anos milhões de brasileiras ao exterior. A proposta é quase sempre irrecusável e parte de alguém acima de qualquer suspeita, geralmente alguém que mora fora ou que conseguiu realizar-se em outro país. Mas é exatamente aí que mora o perigo.
Jucilene ..., 37, sabe bem o que é isso, aos 27 anos foi abordada por um homem na porta da faculdade de enfermagem, ele buscava uma jovem para cuidar de sua mãe na Itália, seduzida pelo alto salário e pela chance de realizar ouro curso fora do Brasil, a moça imediatamente aceitou a proposta sem imaginar o que estava por vir. Assim que chegou ao país, Jucilene percebeu que havia sido traficada.... EM CONSTRUÇÃO!
O tráfico de pessoas é um mercado que movimenta bilhões em todo mundo, um negócio tão escuso, quanto rentável para quem atua neste ramo e quanto se trata de tráfico para fins de exploração sexual, sobretudo de mulheres, este valor pode ser assustadoramente maior. O assunto nunca esteve tão em pauta na agenda nacional como nos dois últimos anos, fato impulsionado principalmente pelo tratamento e divulgação do tema através da mídia.
Recentemente um levantamento de dados realizado pela Polícia Federal, revelou que o Amazonas é o estado que com maior número de mulheres traficadas do país, problema que além de grave é um velho conhecido da população.
O tráfico de pessoas e a exploração sexual de mulheres permeia a história do estado desde a sua fundação e tem como foco principal a atração e o aliciamento de mulheres, crianças e adolescentes em cidades interior como afirma a professora universitária e integrante do Núcleo de Enfretamento ao Tráfico de pessoas no Amazonas, Márcia Oliveira, também autora do livro Tráfico de mulheres na Amazônia: “Historicamente o próprio estado foi omisso e conivente com relação ao tráfico na região, não com este vocábulo, mas naturalizando a ideia: a empregada doméstica que vem do interior ou a filha de criação que vem em busca de melhores condições de vida”. Segundo ela, estas eram na maioria das vezes, estratégias para atrair vítimas e facilitar a captura de mulheres para a escravização sexual dentro e fora do país.
De acordo com Secretaria de Estado da Justiça e Direitos Humanos do Amazonas (Sejus), das mulheres traficadas, a maioria possui entre 18 e 30 anos e são oriundas de pequenas cidades localizadas junto à fronteira como São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga. Suíça, Itália, Bangladesh, Colômbia e Guiana são os principais destinos das amazonenses. Nessas regiões, o nível de escolaridade e muito baixo e a pobreza torna o aliciamento muito mais fácil.
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