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Resenha do livro: Norma Culta Brasileira

Por:   •  10/9/2018  •  Resenha  •  535 Palavras (3 Páginas)  •  942 Visualizações

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Resenha do livro “Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós” de Carlos Alberto Faraco

Por:

Camila Cardoso de Mesquita

(aluna regularmente matriculada no curso de Graduação em Comunicação Social, DRE 116182049)

Trabalho apresentado à Profa. Aline Ponciano, na disciplina Língua Portuguesa I.

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola de Comunicação

2º semestre / 2016

FARACO, Carlos Alberto. Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Somos falantes esquizofrênicos. Essa é a maior definição do que é o brasileiro, visto que estudamos uma gramática que não nos contempla. A partir dessa afirmação, Faraco retrata a “norma culta” como uma inveção, bem como ela é, visto que a língua sendo forma de poder e barreira excludente, a manutenção da mesma que deve ser padrão se torna forma de manipulação.

No livro Norma culta Brasileira: desatando alguns nós (Parábola, 2008) o autor fará uma clara distinção entre “norma culta” e “normal gramatical”, como ele bem inicia o texto explicando o conceito de norma: “que surgiu da necessidade de estipular um nível teórico de captar, pelo menos em parte, a heterogeneidade constitutiva da língua”. Até então é um conceituo que nasce para auxiliar na compreensão da língua em toda a conjuntura, porém a norma também delimita, exclui e principalmente classifica, definindo quem é apto ou não.

O principal problema no estudo da gramática no Brasil é o fato de se estudar uma gramática de origem intrinsicamente portuguesa, visto que com a vontade de trazer a realidade europeia para a realidade brasileira, os intelectuais na reforma da gramática brasileira trouxeram regras utilizadas em Lisboa na mesma época. Um brasileiro não falará “dê-me isto” com tanta naturalidade quanto um português o faria. A necessidade de embranquecer a população e tornar as terras que Pedro Álvares Cabral descobriu um país de raça pura, fez com que a elite tornasse até mesmo a língua que falam algo classicista e elitizado.  

A partir disso, o autor explicará a forma como ocorre o preconceito linguístico. Norma padrão é a norma que está na gramática, em que dita regras e explica usos específicos da escrita como próclise, mesóclise e ênclise. Já a norma culta é a norma falada por todos os falantes cultos, aqueles que tem o mínimo de escolaridade.

Com o conceito de “norma culta”, Faraco fará o debate que a língua se tornou objeto de prestígio, visto que os grande estudiosos e acadêmicos não utilizarão a norma gramatical. Dito isto, o autor afirma que o “falar culto” nada mais é do que a população urbana fala. No meio formal, a norma padrão que será utilizada. Não cabe aos mais “cultos” utilizarem um linguajar tão simples.

Neste livro, Carlos Alberto trará diversos motivos que nos levam a crer que o maior motivo do preconceito linguístico e língua ainda ser tratada como forma de manipulação é o ensino da mesma. Uma sociedade que tem acesso igualitário a informação e estuda a gramática do que é falado no dia a dia nunca tratará como diferente aquele que não tenha o mesmo nível de instrução quanto o ensino da linguagem. Durante todo o texto, percebe-se que a língua, mesmo sendo heterogênea, possui suas singularidades. Não faz sentido para um brasileiro estudar o que só um português fala. Caso isso mude, deixaremos de ser falantes esquizofrênicos.

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