Resumi: Documentário Janela da Alma
Por: Natália Tempone • 21/10/2020 • Trabalho acadêmico • 576 Palavras (3 Páginas) • 332 Visualizações
UFJF – RTVI – 2020.1 ERE
Introdução à Linguagem Audiovisual, profa. Erika Savernini
Natália Tempone de Oliveira Falcão - 202091035
Tarefa 1 – Texto sobre ver e olhar – A função da Arte e Janela da Alma – Valor: 5%
O documentário “A Janela da Alma” (2001), de João Jardim e Walter de Carvalho, tem um roteiro perfeitamente bem cosnstruído no sentido de nos apresentar a perspectiva dos entrevistados. Algumas cenas são filmagens feitas da janela de um carro em movimento, que mostra a visão desfocada da via. O que traz uma certa aflição em não poder ver nítidamente o percurso, mas faz nos sentirmos mais próximos da realidade do interlocutor. Porém ao decorrer do tempo esse tipo de imagem vai se repetindo e então passa-se a enxergar com a alma, com a imaginação, o que está sendo dito. O filme pretende deixar claro que a visão nos condiciona a nos ver nos olhos dos outros, nunca nos nossos próprios. É nos olhos do outro, que bem ou mal, nos enxergamos.
“Se eu acreditar que Deus fez os meus olhos para que eu visse a realidade, tal como ela é, tudo bem. Mas como nós sabemos que não é assim, porque estamos a perder tempo com isso?”, José Saramango. Nós vemos a realidade de acordo com o que sentimos, ouvimos, tocamos. Através do nossos sentidos tentamos compreender o mundo a nossa volta. Eugen Bavcar, fotógrafo e filósofo, é um dos 19 entrevistados no fime. Ele afirma que atualmente o mundo perdeu a visão, que não sabemos ver mais nada. De fato, o ser humano parece ter perdido a capacidade de ver além, o olhar primitivo parece ter se esvaido. A citação de Leonardo Da Vinci “O olho é a janela da alma, o espelho do mundo” é a inspiração para o título do filme, a maior parte dos depoimentos se iniciam com a citação. O poeta Antônio Cícero, um dos 19 entrevistados, faz uma profunda reflexão sobre a janela da alma. Antônio diz que é uma “metáfora, que leva ao tipo de coisa que não resolve o problema real, de explicar o que é a visão, porque você vai ao infinito com essa história de janela da alma”.
O cineasta Wim Wenders, conta que aos 30 anos tentou usar lentes, mas não conseguiu pois sentia a necessidade de ver “enquadrado”, sem óculos ele diz que “vê demais”. Os depoimentos nos fazem desprender dos apegos visuais e perceber as múltiplas formas de expressões culturais e artísticas. Nos faz questionar as nossas difuldades, a capacidade que temos de reinventar a formas de encarar o mundo e lidar com os obstáculos mais simples do cotidiano. As várias maneiras de produzir de ver e enxergar estão no nosso interior. O real é subjetivo, a dificuldade e as limitações que cada um tem na visão, os fazem construir as imagens atráves das descrições de cores, sons, cheiros. A fotografia, por exemplo, é o olhar do fotográfo a respeito do fato. E é incrível que o olhar não significar enxergar, o que marca a fotografia é o olhar da alma, o olhar do coração.
No final do documentário, podevemos ver o nascimento de um bebê, as cenas mostram que antes de ver pela primeira vez o pequeno ser humano experimenta diversas sensações. “Janela da Alma” não é um filme sobre a cegueira, sobre o simples fato de ver. É uma obra que traz as expressões humanas de forma poética e filosófica sobre o olhar.
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