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UM ANTROPÓLOGO EM MARTE: SETE HISTÓRIAS PARADOXAIS

Por:   •  18/5/2019  •  Resenha  •  498 Palavras (2 Páginas)  •  278 Visualizações

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UM ANTROPÓLOGO EM MARTE: SETE HISTÓRIAS PARADOXAIS

Oliver Sacks

O caso do pinto daltônico

Nesse capitulo, Oliver Sacks narra o caso do paciente Jonathan I, um pintor de 65 anos que após um acidente de carro sofre uma concussão perde sua visão das cores. Durante esse capitulo, Sacks acompanha as dificuldades e adaptações que Sr. I passa.

No dia após ao acidente, ao ir ao seu ateliê, o pintor se depara com um mundo monocromático. O local antes cheio de pinturas coloridas agora tem um aspecto desagradável. As pessoas viraram "estátuas cinzentas " e Jonathan passa a se incomodar até com sua própria aparência ao se olhar no espelho. Até para comer ele precisava fechar os olhos pois os alimentos "pareciam-lhe repulsivos devido a seu aspecto cinzento".

Por fim, o Sr. I perde também sua memória das cores e em meio a toda destruição causada pelo daltonismo em sua vida, Sacks narra o surgimento de uma nova realidade do mundo sem cor e de uma pessoa que nunca o havia conhecido.

Jonathan volta a pintar depois de ser inspirado ao ver o nascer do sol monocromático. "O sol nasceu como uma bomba, como uma enorme explosão nuclear", contou ele à Sacks. E então suas pinturas passaram a ser todas em preto e branco. Em outro trecho Sr. I conta ao seu médico: "Senti que se não pudesse continuar pintando, também não ia querer continuar vivendo".

Dr. Sacks e sua equipe descobrem que a situação do Sr. I., estava relacionada as áreas V4 do cérebro. Então, três anos após o acidente, os médicos sugerem que Jonathan poderia voltar ver, uma vez que já sabiam onde o problema estava localizado, porém o pintor já não tinha interesse em voltar a ver. “Nos primeiros meses após a lesão, ele disse, teria aceitado tal sugestão, feito qualquer coisa para se “curar”. Mas agora que concebia o mundo em outros termos e novamente o julgava coerente e completo, achou a ideia ininteligível e repulsiva”

Jonathan agora achava que as cores já tinham perdido as associações anteriores não podendo restaura-las. Para ele sua reintrodução seria brutalmente confusa, o perturbando mais do que o ajudando. Durante os primeiros meses após o acidente ele estivera numa espécie de limbo, porém agora já estava acostumando a viver num mundo sem cores.

É interessante pensar na ocorrência do daltonismo em um artista, uma vez que para ele as cores tinham ainda mais importância do que para outras pessoas, porém é ainda mais interessante pensar na capacidade que Sr. I teve de transformar uma “deficiência” causada por um acidente em realizações talentosas, como seus novos quadros e acima de tudo sua nova visão de mundo.

Oliver Sacks mostra nesse capítulo que uma deficiência pode ter um papel paradoxal, de revelar evoluções que nunca seriam imaginados na ausência da doença/deficiência. Olhando pelo mesmo prisma que o autor, a doença pode ter um poder criativo, que destrói caminhos, hábitos e visões antigas nos forçando a nós adaptarmos e a buscar por novas soluções.

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