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A CONTRIBUIÇÃO FREUDIANA EM RELAÇÃO AO HOMEM

Por:   •  20/6/2022  •  Ensaio  •  1.593 Palavras (7 Páginas)  •  100 Visualizações

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FACULDADE VICENTINA[pic 1][pic 2]

BACHARELADO EM FILOSOFIA

FELIPE JUNIOR VIDAL NORATO

A CONTRIBUIÇÃO FREUDIANA EM RELAÇÃO AO HOMEM

CURITIBA

2022

INTRODUÇÃO

 

A análise abordada neste trabalho será a partir de um viés do pensamento Freudiano, tendo como base os escritos de Freud para poder analisar os comportamentos da concepção da humanidade. O referido ensaio buscará a partir de argumentos e referenciais teóricos expor o pensamento deste grande pensador chamado Sigmund Freud (1856-1939), com isso vamos conseguir compreender os fenômenos da modernidade.

Para podermos discorrer sobre tais assuntos buscaremos analisar a partir de dois pontos, sendo eles: o pensamento filosófico de Freud, e a Psicanalise desenvolvida por Freud.  

  1. O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE FREUD

Freud não fez filosofia, pois o mesmo não se considerava um filósofo, porém é importantíssimo a sua contribuição para a filosofia do século XX, com a chamada “filosofia da psicanalise” ou melhor dizendo filosofia e psicanalise[1], que influenciou outros pensadores da época a analisar o assunto. Entre eles podemos elencar Donald Winnicott (1896-1971), Martin Heidegger (1889-1976) e Jacques Lacan (1901-1981).

Embora a contribuição freudiana pareça ambígua em relação à filosofia, influenciou direta e indiretamente no pensamento filosófico de vários filósofos com a psicanálise, como afirma Renato Mezan:

[...] cada vez mais se pode ver o pensamento filosófico inquirir os textos de Freud

[...] As correntes mais diversas os abordam e os tematizam:  vemos o marxismo, de Reich em diante, procurar neles um complemento ou adversário; vemos os fenomenólogos, de Sartre a   Ricoeur, empenharem-se no debate com o inconsciente; vemos os lógicos positivistas, com Nagel, fazerem o processo da Psicanálise como aberração da ciência; vemos os estruturalistas, inspirados em Lévi-Strauss, a procurarem em Freud um ponto de referência para sua crítica das filosofias da consciência.[2]

No que tange a afirmação de Mezan, ele elenca basicamente os filósofos de maior relevância para a filosofia no século XX. Todos esses filósofos citados ajudaram mesmo que criticando Freud, para que Freud se tornasse conhecido e seu método fosse aprofundado.

A visão psicanalítica de Freud propõe uma revisão das proposições filosóficas, com a epistemologia, a estética, a ética, a política, a ciência e a religião, são de certo modo estimulados a repensar a objetividade de seu discurso para confrontar a existência de alguns conceitos psicanalíticos, propostos por Freud, em termos da pulsão e o desejo o inconsciente, sexualidade e recalque etc. bem como as suas ideias de mal-estar cultural e a sua interpretação crítica da religião, que confrontam a filosofia do discurso em geral.

Neste contexto Renato Mezan é muito claro “As temáticas da Finitude, do Desejo, da Lei, da Autoridade, da Linguagem do Trabalho, da Morte [...] pesam como signos abertos sobre a modernidade [...] E o olhar severo de Freud paira sobre todos nós”.[3]

Outra grande contribuição do pensamento Freudiano está relacionada com a psique humana e a divisão da mente humana em três partes que ajudam a moldar as características do indivíduo fazendo parte de sua personalidade, são eles: Id, Ego e superego.

Quando se referimos a estes elementos do pensamento freudiano a melhor forma para compreender é usando a analogia de um Ice Berg, a parte que fica na superfície é o consciente humano, e o que fica a baixo disso se divide em três partes, sendo a maior ocupada pelo superego e as duas outras partes divididas entre o Id e o Ego.

Para que se tenha uma melhor compreensão, se fará necessário uma melhor explicação sobre cada um deles, começando pelo Id que é a parte irracional, que busca satisfazer os prazeres na maioria momentâneas, está estritamente relacionado com a razão e desta forma não lida bem com as frustações e busca soluções imediatas e assim não existe necessariamente certo ou errado.

Já o Ego e o elemento principal entre o Id o Ego e o Superego, pois funciona tanto no inconsciente com no consciente, desta forma é caracterizado com o princípio da realidade. Desta maneira ele é o responsável pelo equilíbrio da psique, regulando os impulsos do Id, mas também busca o satisfazer, mas não de modo imediatista, mas “pensando” em longo prazo. Desta forma pode-se dizer que ele faz o intermédio, pois regula as exigências do Id e as limitações do Superego. E por causa do Ego que nós seres humanos conseguimos manter de certa forma a sanidade mental e nossa personalidade.

O Superego representa as ideias, se desenvolve no indivíduo a partir do Ego. O Superego costuma ser a soma dos castigos e punições da infância, desta maneira ele é representado pela censura, ou melhor é aquele que impõe limites, ou seja, é baseado a partir de regras que tem punições.  Mas na pratica os três funcionam em conjunto, porém cabe ao Ego a decisão final, conciliando tanto as vontades do Id quanto as do Superego.

  1. A PSICANALISE DESENVOLVIDA POR FREUD.

A grande novidade que a psicanalise freudiana trouxe foi sem dúvidas nenhuma a questão da complexidade do inconsciente e sua importância, na atualidade esta questão já não causa mais surpresa, mas naquela época era uma coisa que causou um certo desconforto e até mesmo o questionamento sobre o método utilizado por Freud. Vale lembrar que Freud de maneira direta nunca publicou nada sobre o consciente, fez somente comentários em suas obras sobre a questão e quando se referia era para poder dar bases sobre a análise do inconsciente. Para Freud o “fato sem igual, que resiste a toda explicação ou descrição”[4]

Freud afirma que a consciência é inexplicável e indescritível, desta forma e incoerente pensar que a psicanálise se preocupa em analisar o consciente, mas sim é a “clínica do inconsciente”. Freud em seus escritos afirmar isso quando fala: “a qualidade de ser consciente... permanece sendo a única luz que ilumina nosso caminho e nos conduz através da obscuridade da vida mental.”[5]

Freud sempre atribui grandes valores quando se referia a psicanálise, e as “ideias incidentes”[6] são do inconsciente do indivíduo, porém elas têm uma aproximação com as ideias que estão no inconsciente e toda a análise do discurso feita pela psicanálise indica que o conteúdo da consciência é sempre marcado pela influência do inconsciente.

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