A Construção Social

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A∴ R∴ L∴ S∴ ACÁCIA RIOSULENSE N. 95

OR∴ DE RIO DO SUL – SC

A CONSTRUÇÃO SOCIAL

LEONARDO SCHWINDEN POFFO

Rio do Sul, 27 de novembro de 2019

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A CONSTRUÇÃO SOCIAL

Assim que inicia a vida maçônica, o neófito conhece os instrumentos e utensílios de seu grau de aprendiz, sendo eles, a Régua de 24 polegadas, o Maço e o Cinzel, e aprende sobre seu simbolismo maçônico, pois cabe a ele o trabalho de desbastar a Pedra Bruta. Na Maçonaria Especulativa, a Pedra Bruta é o próprio iniciado, que irá corrigir e superar seus vícios e defeitos pessoais e sociais, devendo se tornar um ser melhor. O Obreiro deve concentrar seus esforços na direção do desenvolvimento do caráter e no aperfeiçoamento da vida mental, espiritual, ética e moral para desempenhar o papel de construtor social, que é o objetivo do maçom.

A construção social é mais complexa do que se imagina, a começar pelo fato de que nela estão envolvidas duas grandes estruturas – a do sistema pessoal e a do funcionamento dos sistemas sociais. E por isso, por si só, já envolve duas analises cujas áreas de incidência são consideravelmente diferentes – a da Psicologia e da Sociologia. Enquanto a primeira tem por centro de estudos um ser biologicamente individualizado, com SIGMUND FREUD dizendo que “A psicanálise concluiu (...) que os impulsos primitivos, selvagens e maus da humanidade não desapareceram em nenhum individuo, mas continuam sua existência, embora em estado reprimido – no inconsciente – e esperam por oportunidades para apresentar sua atividade”, a segunda deixa-se envolver por fatos e dados da vida social, alegando que se assim fosse, o homem não seria sociável, e sim um permanente perturbador da sociedade. Apesar dessa diferença de raciocínio entre as partes, elas duas – Psicologia e Sociologia – haverão de integrar-se e coordenar-se na coleta de dados praticados por uma e outra para explicar os fatos da vida social.

O ser humano, desde seu nascimento se depara com a vida em sociedade, tendo muitas vezes que deixar suas “vontades” ou “necessidades” pessoais de lado, já que existem problemas fundamentais que dizem respeito a todos e que necessitam ser equacionados e resolvidos, pois é da índole da vida social, para continuar existindo, que sejam restabelecidos os requisitos mínimos para serem obrigatoriamente satisfeitos pelos agregados humanos sob o nome de “sociedade”.

Segundo Peter Berger, é correto afirmar que a sociedade pode ser tomada por um fato objetivo que nos coage e nos condiciona em muitos aspectos. No entanto, também é correto dizer que nossos próprios atos significativos ajudam a sustentar a sociedade e podem oportunamente ajudar a modificá-la. Ora, quaisquer que sejam as pressões externas ao indivíduo, na maioria dos casos nós próprios teremos de ser, pelo menos, coautores da situação social em que vivemos. Isto significa que, ainda que seja muito difícil resistirmos a certas pressões da sociedade nós podemos fazer escolhas. Como bem nos lembra Peter Berger, a sociedade nos define, mas é por sua vez definida por nós.

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