A DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO
Por: Vitória Silva • 4/3/2018 • Artigo • 1.808 Palavras (8 Páginas) • 322 Visualizações
Universidade Estadual da Paraíba[pic 1]
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Departamento de Comunicação Social
Curso de Jornalismo
Solange Norjosa – Filosofia da Comunicação
Dupla:
Elaine Inocêncio Campêlo
Elisama Vitória Leite da Silva
ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO:
A DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO¹
- Adorno e Horkheimer
¹ ADORNO, Theodor W. e HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
1.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Escola de Frankfurt
A escola de Frankfurt nasceu na Alemanha e consistia de um grupo de intelectuais, que levando em consideração o contexto que estavam inseridos (o marxismo, o período entre guerras, o Iluminismo, os regimes totalitários na Europa e a ascensão dos meios de reprodução e comunicação de massa) se dedicaram à análise e crítica desse contexto histórico, bem como trazendo reflexões para a sociedade. Foi fundada em 1924 e estava associada à Universidade de Frankfurt.
Com a ascensão do nazismo, o instituto foi transferido para Genebra e Paris. Em 1935, foi transferido para Nova Iorque, Estados Unidos, onde foi acolhido pela Universidade de Colúmbia, até 1953, quando o Instituto para Pesquisa Social retorna à Frankfurt definitivamente.
1.1.1 Características da Escola
Uma das principais finalidades do instituto foi estudar a dinâmica das mudanças sociais. A Escola de Frankfurt criou o pensamento filosófico conhecido como a teoria crítica, uma teoria que busca abranger toda a sociedade, melhorar nossa compreensão social, para que através da crítica possamos mudá-la, diferentemente da teoria tradicional que visa somente a entender e explicar a sociedade. Ela busca criar uma sociedade racional e livre, que atenda às necessidades de todos, com objetivo de revelar como a sociedade contemporânea capitalista manipula e domina a Economia e a Cultura e promover mudanças positivas nas condições que afetam nossa vida.
1.1.2 Filósofos
Os principais filósofos da Escola de Frankfurt, foram Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Theodor Adorno e Max Horkheimer, estes dois últimos fizeram parte da primeira geração da Escola. Os membros mais conceituados da segunda geração foram Jürgen Habermas e Albrecht Wellmer.
1.2 Max Horkheimer
Foi um filósofo e sociólogo alemão, do século XX. Judeu de origem, filho de um industrial e estava destinado a trabalhar com o pai, mas associou-se, em 1923, à criação do Instituto para Pesquisa Social, do qual foi diretor, em 1931.
Teve como importante fonte de inspiração o filósofo alemão Schopenhauer de quem tinha um retrato no escritório.
Com a ascensão do nazismo, ele se aproxima de fato de uma perspectiva crítica e revolucionária, em que escreveu o ensaio-manifesto, Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937). Suas concepções, principalmente acerca da razão Instrumental, junto com as teorias de Theodor Adorno e Herbert Marcuse, são a base do que se conhece como Escola de Frankfurt.
1.2.1 Obras
- Materialismo e Moral - neste trecho do ensaio de 1933, Horkheimer, fala da necessidade de reunificar ética e política, sentimentos morais e transformação social.
- Teoria Tradicional e Teoria Crítica - neste texto, de 1937, Horkheimer mostra a indivisão entre a teoria conceitual e práxis social. A teoria Crítica reunifica razão pensamento dualista que separa sujeito e objeto de conhecimento.
- Dialética do Esclarecimento – Nessa obra, de 1944, Horkheimer, juntamente com Adorno, trazendo um diagnóstico após II Guerra Mundial, dando foco no Iluminismo para entender a sociedade.
- Eclipse da Razão - Neste livro de 1947. Horkheimer faz um diagnóstico da forma de pensar ocidental e suas limitações em face da barbárie da segunda guerra. Aqui aparece de forma filosófica pela primeira vez, a crítica da razão instrumental que o tornou um filósofo conhecido.
- Teoria Crítica Ontem e Hoje - Horkheimer apresenta nesse texto de 1970 as características de sua Teoria Crítica: filosofia e religião, teologia e revolução devem ser coadjuvantes.
1.3 Dialética do Esclarecimento
A Dialética do Esclarecimento, de 1944, de Adorno e Horkheimer, é um diagnóstico pós-guerra, uma análise de como a sociedade chegou à tal ponto, dando foco no iluminismo para entender o contexto da época. A obra pretende uma releitura do processo de desenvolvimento da razão e da constituição do indivíduo a partir do entendimento do iluminismo. Aborda a ligação do Iluminismo com a razão instrumental e com o domínio sobre a natureza, além de associá-lo ao capitalismo, à autopreservação e à repressão que surge por meio dele.
O iluminismo viria com a missão de livrar os homens do medo e se tornarem senhores de si mesmos, desencantando-os de crenças, tradições e mitos como concluiu Weber com o mundo pós-guerra. Porém na prática, como constata Adorno e Horkheimer, essa razão esclarecida insere a humanidade em uma nova espécie de barbárie, como o avanço político do nazismo hitlerista e o fascismo de Mussolini e a pobreza da expressão tomada como indústria cultural, sendo estes os responsáveis pela vulnerabilidade do indivíduo nos processos de coletivismo. Sendo assim, o desenvolvimento da razão esclarecida, acaba por tornar ela própria, em um outro mito. E é diante desses fatos, que os autores analisam a sociedade, gerando reflexões acerca do projeto iluminista, como por exemplo: Se o iluminismo deveria levar a espécie humana para sua maioridade, para seu conforto e progresso, então por que o nazi-fascismo cresceu de maneira tão forte? Por que as massas apoiavam Hitler, Mussolini, Salazar e seus companheiros?
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