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A DIALÉTICA DE PLATÃO E O PENSAMENTO SOFISTA

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Por:   •  12/4/2014  •  5.477 Palavras (22 Páginas)  •  716 Visualizações

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A DIALÉTICA DE PLATÃO E O PENSAMENTO SOFISTA

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo propõe-se a realizar uma breve explanação sobre o método dialético de Platão e o pensamento Sofista. De forma a buscar demonstrar o entendimento dessas duas correntes de pensamento muito diferentes entre-si, mas que contribuíram de sobremaneira para o desenvolvimento do pensamento filosófico conhecido e estudado nos dias atuais.

2 A DIALÉTICA DE PLATÃO

2.1 Origens da Dialética

Antes de iniciarmos os estudos sobre ao método dialético de Platão faz-se necessário o conhecimento de seu conceito e origem.

A palavra “dialética” vem do grego. O prefixo “dia” dá idéia de reciprocidade ou de troca: dialegein é trocar palavras ou razões, conversar ou discutir. Daí o substantivo dialectike, a arte da discussão.

Dialética era, na Grécia antiga, a arte do diálogo. Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão. Aristóteles considerava Zênon de Eléa (aprox. 490-430 a.C.) o fundador da dialética. Outros consideram Sócrates (469-399 a.C.). Numa discussão sobre a função da filosofia (que estava sendo caracterizada como uma atividade inútil), Sócrates desafiou os generais Lachés e Nícias a definirem o que era a bravura e o político Caliclés a definir o que era a política e a justiça, para demonstrar a eles que só a filosofia - por meio da dialética - podia lhes proporcionar os instrumentos indispensáveis para entenderem a essência daquilo que faziam, das atividades profissionais a que se dedicavam. Na acepção moderna, entretanto, dialética significa outra coisa: é o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação.

No sentido moderno da palavra, o pensador dialético mais radical da Grécia antiga foi, sem dúvida, Heráclito de Efeso (aprox. 540-480 a.C.). Nos fragmento deixados por Heráclito, pode-se ler que tudo existe em constante mudança, que o conflito é o pai e o rei de todas as coisas. Lê-se também que vida ou morte, sono ou vigília, juventude ou velhice são realidades que se transformam umas nas outras. O fragmento nº 91, em especial, tornou-se famoso: nele se lê que um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio. Por quê? Porque da segunda vez não será o mesmo homem e nem estará se banhando no mesmo rio (ambos terão mudado).

Os gregos acharam essa concepção de Heráclito muito abstrata, muito unilateral. Chamaram o filósofo de Heráclito, o Obscuro. Havia certa perplexidade em relação ao problema do movimento, da mudança. O que é que explicava que os seres se transformassem, que eles deixassem de ser aquilo que eram e passassem a ser algo que antes não eram? Heráclito respondia a essa pergunta de maneira muito perturbadora, negando a existência de qualquer estabilidade no ser. Os gregos preferiram a resposta que era dada por um outro pensador da mesma época: Parmênides. Parmênides ensinava que a essência profunda do ser era imutável e dizia que o movimento (a mudança) era um fenômeno de superfície. Este filósofo é o responsável pelo princípio de identidade, que vai ser uma espécie de lei fundamental da filosofia ocidental, também chamada de metafísica, que pode expressar-se desta forma: A=A, isto é, todo ente é igual a si mesmo, ou um objeto não pode ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto igual e diferente a si mesmo. Ora, é exatamente este princípio de identidade que vai ser questionado pela filosofia dialética de Heráclito, o qual admite que um objeto pode ser, ao mesmo tempo, e sob o mesmo aspecto, igual e diferente de si mesmo.

Por ter firmado o terceiro tempo da dialética – a síntese, Hegel também se projeta como o criador da dialética moderna. É verdade que a contradição continua configurando a substância da realidade. “O ser de uma coisa finita é trazer em si o germe de sua destruição; a hora de seu nascimento é também a hora de sua morte. Tudo caminha para seu fim através do choque de contradições. A contradição é, pois, para Hegel a fonte de todo o movimento e de toda a vida”.

Entretanto, segundo Hegel, a dialética não pode restringir-se a uma afirmação/negação. O mundo físico e, sobretudo, o mundo humano não pode resistir a este atrito contínuo. Entre a positividade da tese e a contundência da antítese, deve-se colocar a luva da síntese que, na visão hegeliana, é a integração do que há de bom na tese e o que há de bom na antítese.

Segundo Hegel, a dialética não é só afirmação, não é só contrariedade, é também consenso. É verdade que toda síntese é o começo de um novo processo triádico. Exemplo: o grão de milho (tese) é posto na terra, nasce uma haste (antítese), aparece uma espiga (síntese). Por sua vez, essa espiga se torna tese, é triturada, transformando-se em fubá (antítese) que por sua fez se transforma em broa (síntese).

2.2. Características da Dialética

A dialética se caracteriza essencialmente pela contradição, totalidade, simultaneidade, criticidade e pela ausência de hierarquia.

A Contradição é a própria substância da dialética. Ela se resolve em termos contraditórios. Este linguajar é impróprio, visto que o termo contraditório nega inteiramente a realidade, o que não é o caso. È mais adequado a utilização do termo “contrário”, pois este não nega inteiramente a realidade, dando asa ao diálogo e ao consenso.

Sem a característica da Totalidade, a dialética não tem sentido. Mais do que outras filosofias, a dialética é, maximamente, visão de conjunto. Nela, se concretiza o velho princípio: sem a visão do todo, não se compreende as partes.

Na dialética, tudo acontece ao mesmo tempo, daí sua característica de Simultaneidade. Não há um antes e um depois. É como as ondas do mar, não se sabendo onde começam e onde terminam.

A Criticidade da dialética se evidencia em sua estrutura de afirmação, negação da afirmação e negação da negação. Dessa forma a dialética se credencia como a filosofia mais crítica que possa existir, até o

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