A Escola de Frankfurt
Por: flaviobrondani • 17/3/2019 • Seminário • 451 Palavras (2 Páginas) • 143 Visualizações
ÍTACA
Na antiguidade clássica, o poeta Homero, um grego que viveu mais ou menos há uns oitocentos anos antes de Cristo, escreveu um grande poema sobre a guerra de Tróia e a volta do herói Ulisses para sua casa.
A primeira parte, que fala sobre a guerra de Tróia, ficou conhecida como Ilíada e contava as aventuras de Ulisses, Argamenon e Aquiles, entre tantos outros heróis. Vimos no filme chamado Tróia, em que Bred Pit interpretou o semideus Aquiles. A guerra durou cerca de dez anos. A segunda parte do poema, após a guerra, é conhecida como Odisséia, a qual relata várias aventuras de Ulisses (Odisseu), na tentativa de voltar para sua casa, na Ilha de Ítaca. Acontece que, por mais que Ulisses tentasse retornar para sua casa, não conseguia, visto estar sofrendo a perseguição dos deuses Posseidon (deus do mar), Eólo (deus do vento) e Zeus (chefe dos deuses). Estes deuses não permitiam que Ulisses atingisse seu objetivo. Em consequência, as lembranças de sua terra, aos poucos, se transformaram em desejos de um lugar ideal, sem defeitos. Ficou outros dez anos tentando voltar para sua casa e para sua doce e amada Penélope. Em casa, Penélope, sem marido, prometeu que se casaria quando terminasse seu tapete. De dia tecia e à noite o desmanchava, sempre esperando seu amado.
Para Ulisses, Ítaca começou a significar mais do que simplesmente uma ilha, mais do que um lar, mais do que um objetivo. Passou a significar um mito a ser alcançado, um obstáculo a ser vencido. Um lugar ideal. Um projeto de vida
Ítaca, figurativamente, está dentro de cada um nós. Cada um possui uma ítaca ou várias ítacas. Algumas inatingíveis, outras perto em demasia. Estas são alcançadas sem gerar esforço e, consequentemente, não trazem recompensa alguma; as outras, as desafiantes, se alcançadas, fazem com tenhamos o sentimento do dever cumprido. Com a sensação de realização.
O triste é viver sem ter uma ítaca (ideal), sem ter projetos, daí, como bem disse o filósofo: para aquele que não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.
Trazendo esta reflexão para nossa cidade, para nossa convivência, devemos refletir sobre o tipo de cidade com a qual sonhamos para daqui a vinte anos. É importante discutir agora para que saibamos que projetos devemos desenvolver a fim de se construir este ambiente que desejamos para esta cidade com que sonhamos. As nossas decisões e atitudes de agora definirão a cidade dos nossos sonhos a qual será a nossa realidade nas próximas décadas.
Então, o que o momento presente nos pede, ou melhor, que caminho vamos tomar para que não sejamos surpreendidos por uma escolha que pode ser a do comodismo ou da mesmice?
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