A Etica e Filosofia
Por: bela_h • 5/8/2016 • Dissertação • 571 Palavras (3 Páginas) • 314 Visualizações
A nossa experiência social é a maior alguma vez feita no sentido de resolver a questão de se o prazer poderá ou não ser uma resposta satisfatória para o problema da existência humana. Ser egoísta não se relaciona apenas com o meu comportamento, mas com o meu caráter. O prazer do ser humano esta ligado ao ter e ao quanto mais se ter, se sentir melhor do que o outro, tornando assim o outro seu adversário. Para me sentir completo, realizado e feliz preciso ter tudo dessa forma, nunca estarei satisfeito, pois não existe fim para os meus desejos.
A paixão pelo ter conduzira uma interminável luta de classes. O capitalismo no século XVIII foi sujeito a uma mudança radical: o comportamento econômico foi separado dos valores éticos e humanos. Levando assim a uma degradação ambiental, pois procuramos conquista-la, transforma-la, de acordo com nossos interesses, até que essa conquista e a nossa hostilidade cegaram-nos para os fatos de que as fontes naturais têm os seus limites e podem eventualmente esgotar-se, e de que a Natureza pode voltar-se contra a violação humana.
Consumir é uma forma de ter e talvez a mais importante de todas na atual sociedade industrial da abundancia. Consumir tem características ambíguas: liberta a ansiedade, dado que aquilo que se tem não pode ser retirado; mas ao mesmo tempo exige que se consuma cada vez mais.
Se a economia está envolvida com a distribuição de bens e serviços necessários aos diversos aspectos da vida humana em sociedade ela deve estar imersa em questões éticas, uma vez que a distribuição de bens e serviços são questões politicas. E como os recursos naturais do planeta são escassos não é possível que questões econômicas se dissociem de questões éticas. Desta forma a concepção de “justo preço” e “usura” demonstram que Amartya Sen, está certo quando diz que ouve um afastamento na economia moderna em relação a ética porque o valor das coisas não deriva apenas de fatores objetivos. O justo preço é um “critério moral do valor de uma mercadoria” (SANDRONI,1999, p. 318). O justo preço de uma mercadoria se baseia numa avaliação subjetiva que as pessoas fazem sobre essa mercadoria, na medida, que ela fosse útil e desejável para as pessoas. Já a usura é um fenômeno explosivo que fornece uma mistura de economia e religião. Nada mais é do que a cobrança de taxas de juros exorbitante muito superior as taxas máximas permitidas por lei ou admitidas com viáveis, isso porque a pratica da usura configura crime contra a economia popular, punível por lei. O juro é uma remuneração que aquele que tomou um empréstimo deve pagar aquele que o emprestou o dinheiro.
Se podemos cobrar juros, então o dinheiro pode fazer dinheiro. Mas o dinheiro pode trabalhar sozinho? Esta era uma questão ética que Amartya Sen, tem razão quando diz que duas origens da economia se afastaram ao longo da evolução da economia moderna, e que a ética faz falta a economia e vice versa. O dinheiro não podia gerar lucro em sim mesmo, porque a moeda não era produtiva, ou fator de produção. Era apenas um fator de produção. Ao cobrar juros você esta vendendo aquilo que não existe e cobrando algo que não é seu, você estaria roubando.
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