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A Leitura Filosófica - Humano Pós Humano

Por:   •  30/3/2023  •  Resenha  •  610 Palavras (3 Páginas)  •  69 Visualizações

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Inicialmente, Dominique Lecourt introduz em sua obra “Humano Pós Humano” os malefícios que os novos rumos da ciência (principalmente das bioindústrias) têm acarretado à sociedade contemporânea pós-moderna, na qual uma nova realidade está sendo introduzida na vida do homem de uma forma tão rápida que acaba abalando toda a estrutura do pensamento humano. Ele se refere ao século XXI como o “século biotecnológico”, por conta dos desenvolvimentos na nanotecnologia, como por exemplo, as transformações na área da agricultura e na medicina, resultantes da revolução da transgênese, que basicamente podem deixar os alimentos mais nutritivos, assim como também pode prevenir doenças.

O autor faz uma ressalva quanto ao uso da tecnologia para interesses materiais e lucrativos, o que acaba deixando de lado toda a questão humanitária, ou seja, se torna um uso totalmente inapropriado. Dominique usa as questões de clonagem e inseminação artificial como exemplos da questão da “pós-humanindade”, na qual a vida humana se torna apenas uma mercadoria, o que ameaça a própria natureza humana, ou um “biocatastrofismo”. A tecnologia então é “denunciada” pelos “biocatastrofistas” (pessoas que consideram os avanços das biotecnologias um risco para a existência humana) como uma ameaça aos seres vivos do planeta Terra, pois representa uma redução da biodiversidade, que diminuiria as variedades dos genomas das espécies de plantas.

Prosseguindo, no segundo capítulo Lecourt apresenta os tecnoprofetas, basicamente os indivíduos que perante os avanços da biociência, ainda possuem uma visão próspera, propondo invenções de máquinas que superam o modelo humano, diferente dos biocatastrofistas, que atentam sobre um perigo e de um milenarismo apocalíptico. Percebe-se um discurso bem sustentado na ficção científica, porém apresentando os avanços do meio da biociência através dos textos teológicos, por fundamentos bíblicos, e assim os tecnoprofetas ficam conhecidos como “tele-evangelistas”.

A tecnologia então acaba se mostrando como uma “tecnoteologia”, na qual a ideia de pós-humanidade é aprovada pelos tecnoprofetas, pois levaria a humanidade a um novo modelo de vida, nascendo assim a era biotecnológica, tendo a inteligência artificial como o grande triunfo dessa era. Com isso, é ressaltada a necessidade de questionar se essas questões não acarretarão grandes problemas para a evolução humana, pois o homem se tornaria praticamente inútil, não conseguiria desenvolver as suas habilidades, visto que as máquinas já fariam todas as atividades, desde as mais básicas até as mais trabalhosas, compensando o “atraso” do cérebro e “transcendendo” os limites da condição humana.

No terceiro capítulo, o autor apresenta a dependência da vida com a técnica e vice versa, e apresentando que a técnica se tornou inseparável da ciência justamente por esse motivo, utilizando um novo termo que é a “tecnociência”. A técnica não é exterior a vida humana, pois ela acaba fundando relações do cotidiano, e também relações de comunicação intrapessoal de cada pessoa.

O principal problema apresentado quando citamos a técnica e a vida, é o do patenteamento das tecnologias, e principalmente das biotecnologias, onde se têm uma busca excessiva pelo lucro financeiro. Correlacionando a técnica e a vida, temos uma reflexão ética

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