A Origem Da Desigualdade Entre Os Homens
Trabalho Universitário: A Origem Da Desigualdade Entre Os Homens. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thatayshemak • 11/10/2014 • 770 Palavras (4 Páginas) • 509 Visualizações
Se sente fome, caça. Se sede, bebe. Se precisa se defender, mata. Suas necessidades? Apenas físicas. Futuro? É o próximo instante, não se pensa muito nele. Guerra? Pra quê? Não havia convivência, a não ser quando era extremamente necessário, como por exemplo, na hora da caça, defesa e satisfação de suas necessidades instintivas, com o sentido estrito de reprodução. Afeto, paixão, família? Não. O homem natural era feito de sensações apenas, obtinha seu instinto natural e este o era suficiente. Individualista, desprovido de razão e imaginação. Antissocial, porém sociável.
Como leitora e admiradora do ilustre Rousseau, percebo em suas sábias palavras a dificuldade em falar a respeito do homem em seu estado natural uma vez que de forma alguma nos encontramos nele. Nossos traços completamente sociáveis, inseridos numa sociedade, torna extremamente árduo falar de algo que não temos capacidade de sequer chegarmos perto, mas ao mesmo tempo percebo que durante a nossa socialização, perdemos inúmeras qualidades e benefícios, claro, mas, em detrimento disso, chegamos a um estado evolutivo, em minha opinião, altamente “perfeito”, apesar de seus muitos pesares.
Feras da natureza, escassez de alimento, tempestade, tornados, frio... Neste ponto é que surge a primeira "revolução": a construção de abrigos, já que precisavam se proteger desses fatores. O surgimento das casas faz com que o homem natural permaneça mais tempo em um mesmo lugar e na companhia de seus companheiros, nascendo assim as famílias. Uma noção precária de propriedade passa a fazer parte deste novo universo. Por motivos de segurança, hábitos alimentares e influência do clima, as famílias passam a conviver próximas surgindo as primeiras comunidades.
A convivência passar a gerar observação e essa seria uma típica cena, onde se começam perceber as diferenças, onde os seres humanos começam a perceberem as coisas que não são iguais, mas também suas semelhanças: “ A pequena comunidade sentada a volta da fogueira cantando e dançando começa a se enxergar. Os homens passam a se compararem: o melhor caçador, o mais forte, o mais bonito, o mais hábil começa a se destacar, e o ser e o parecer tornam-se diferentes”. “Assim que os homens passaram a apreciar-se mutuamente e se lhes formou no espírito a ideia da consideração, cada um pretendeu ter direito a ela e a ninguém foi mais possível deixar de tê-la impunemente. Saíram daí os primeiros deveres de civilidade...”.
Os homens agrupados ainda sem nenhuma lei ou líder têm como único juiz a sua própria consciência. E cada qual sendo juiz a sua maneira tem inicio o estado de guerra de todos contra todos, pois cada um agia como queria, da forma que achasse melhor, sem respeito mútuo, afinal, os traços do homem natural permaneciam recentes e fortes.
Paralelamente surge a agricultura e a metalurgia, evento ao qual Rousseau nomeia de "a grande Revolução". Com estes eventos surge a divisão do trabalho, a noção de propriedade se enraíza e passa a existir homens ricos e homens pobres, que dependerão doravante uns dos outros. Aí está o ápice para que haja a desigualdade entre os homens. Exatamente nessa distinção que se fez entre quem tem posses, quem manda, quem tem autoridade em detrimento de quem é subordinado, quem precisa trabalhar para ter assegurado o favor de alguém lhe deixar morar
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