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A Teologia No Reino: Influência Da Filosofia Na Teologia

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Por:   •  30/3/2014  •  1.600 Palavras (7 Páginas)  •  566 Visualizações

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A Teologia no Reino: Influência da Filosofia na Teologia

Por: FERREIRA, Fernando de Jesus

Pensarmos em teologia se constitui em um exercício intelectual de grande envergadura, sem mencionar os aspectos da revelação, resguardadas as diferentes concepções desta categoria teológica de explicação, segundo a ortodoxia ou a neo-ortodoxia teológica, cabe-nos, portanto imbuirmo-nos de tal tarefa com fiel resignação.

A sugestão do tema deste artigo é a de que vivenciamos um momento em que não se tem uma Teologia do Reino, como sendo inerente a esta teologia aspectos intrínsecos ao Reino de Deus, mas sim dispomos de tantas teologias que se fazem presentes no Reino, e que na verdade, em sua maioria é tão distante das verdades do Reino que não se consegue, nem de longe, associá-las ao Reino. Apresentaremos algumas considerações sobre esta problemática e propomo-nos a fazê-lo em três momentos distintos, sendo este o primeiro.

Não intentamos propor uma análise histórica da formação do pensamento teológico, contudo para que construamos um melhor entendimento acerca da teologia recente é vital que retomemos alguns aspectos desta construção histórica, nem tampouco atribuir a esta ou aquela vertente teológica primazia, intentamos sim problematizar os rumos da “teologia moderna ”, enquanto sujeitos que a constrói.

Estabelecer uma base epistemológica ou mítico-religiosa para a teologia seria uma tarefa dificílima ou mesmo impossível. Uma visão una ou múltipla, ou ambas fundamentaria as explicações da incipiente teologia moderna, contudo não podemos perder de vista que não se pode pensar em uma teologia como ato mono-causal de uma perspectiva unilateral, mas o contrário também é problemático, uma teologia múltipla e diversa geraria, como tem gerado, concepções extremas que vão desde o radicalismo fundamentalista extremado, à uma liberalidade subjetiva e cética.

A tarefa que se nos apresenta, portanto, nesta fase de desenvolvimento da teologia, não é construir categorias de análises macro ou micro, não é tecer generalizações universais para validarmos um conjunto de variáveis, ou mesmo reforçar determinada hermenêutica. Vejo como muito mais ampla e difícil a tarefa deste momento histórico da igreja de Cristo, pois há diversas teologias presentes na modernidade, e destas a “teologia moderna” (ou ainda pós-moderna) se alimenta. Eu diria que podemos nos referir a teologia, grosso modo, enquanto saber teórico-conceitual de valor epistemológico. Poderíamos ainda nos referir à teologia da seguinte maneira “sirvam-se à vontade a teologia está à mesa”.

Não querendo desconstruir todo o imaginário coletivo sobre a teologia, ou mesmo colocar em xeque seu valor, me refiro a teologia “enquanto saber teórico-conceitual de valor epistemológico”, apenas intentando promover uma cisão entre conhecimento científico/filosófico (razão e racionalidade) e conhecimento mítico/religioso (fé).

Para compreendermos com clareza a herança histórica da fundamentação teórica de “nossa teologia” (teologia moderna) podemos, para citar apenas alguns nomes que a influenciaram, falar de Sócrates, Platão e Aristóteles na antiguidade, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Averróis e Avicena no período Medieval, David Hume, Kant, Soren Kierkegaard, Darwin, Hegel, Marx e Sartre, na contemporaneidade.

Percebe-se que não é por acaso que tantas concepções teológicas se nos apresentam na modernidade, tais como: A Teologia do Paradoxo de Barth, a crítica da forma e a desmitologização de Bultmann, a Heilsgeschichte, (história da salvação). De Cullmann •, a Teologia Secular de Robinson, Cox e Buren, a Ética Situacional de Joseph Fletcher, A Teologia da Esperança de Moltmann, a Teologia da História de Pannenberg, a Teologia da Evolução de Chardin, a Teologia do Processo de Hartshorne, a Teologia do Ser de Paul Tillich, o Pentecostalismo, o Neo-Pentecostalismo, a Teologia da Libertação, a Teologia da Prosperidade, a Teologia Liberal, a Teologia Relacional, apenas para citarmos as principais.

Perdoe-me por tão longa lista, mas é necessário que olhemos para as fontes das quais a “Teologia Moderna” tem tirado suas concepções, pois é necessário que compreendamos este momento de “desmonte” da ortodoxia clássica e construção da neo-ortodoxia , e nos posicionemos frente aos questionamentos teológicos de tais influências, uma vez que estas questões compõem o cerne do atual debate teológico.

Se por um lado a teologia em construção recebe toda esta herança intelectual da filosofia, torna-se necessário que façamos uma pergunta: Em que medida é possível o conhecimento? Se somente a possibilidade de conhecer já se constitui como problema, o que fazer com as demais categorias da razão, tais como: A aparência e a essência, como se dá o movimento, a objetividade da ciência, entre outras. O conhecimento tende a ser visto em uma perspectiva dialética, na qual se considera a possibilidade de se conhecer algo, e seu fundamento teórico.

Hessen, Apud PIACENTE , destaca que o conhecimento apresenta-nos ao menos cinco categorias de problema, quais sejam à possibilidade, origem, essência, tipos e veracidade do conhecimento.

Tem – se em Agostinho de Hipona a principal figura que tratará de unir a fé e a razão a partir da construção de um conhecimento filosófico-cristão. Notadamente neo-platônico os escritos de Agostinho influenciará todo o pensamento filosófico-teológico dos séculos IV ao VIII, e depois exercerá grande influência sobre outro importante filósofo/teólogo que é São Tomás de Aquino, (1225-1274).

Agostinho construirá sua teologia baseada no entendimento que chegou acerca de Deus como Transcendente, e que todo o conhecimento é subordinado a fé, logo a verdade sobre o conhecimento só é possível mediante a fé em Deus, na medida em que eu racionalize esta fé. “Afinal, a razão demonstra o que a fé mostra. A racionalidade é posterior a fé, porém é a razão que conhece” .

Denota-se desta construção teórico-epistemológica Agostiniana a relação da construção de uma teologia “Academicista” . O deslocamento do conhecimento sobre Deus, e de sua revelação como base da verdade, se dá a medida da necessidade de uma racionalidade posterior à fé, e que desta racionalidade sobre a fé em Deus virá o conhecimento “verdadeiro”.

Ora quanto ao conhecimento de Deus não cabem elucubrações humanas, a Bíblia é a autoridade absoluta e inquestionável,

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