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A Relação Da Teologia E A Filosofia

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Por:   •  5/11/2013  •  1.010 Palavras (5 Páginas)  •  1.248 Visualizações

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Resumo:

BOFF, Clodovis. A relação da teologia com a filosofia e as demais ciências. in: Teoria do Método Teológico. Vozes, Petrópolis, 1998. p. 358-385.

Clodovis Boff é frade da Ordem dos Servos de Maria (OSM). Nasceu em Concórdia-SC em 1944. Fez Teologia em Lovaina, Bélgica, onde obteve o doutorado com “Teologia e prática”. Dentre outros, é autor dos livros “Como fazer Teologia da Libertação”, juntamente com Leonardo Boff, e “Teologia pé-no-chão”.

O autor apresenta, no capítulo 12 do livro em tela, a relação da Teologia com a Filosofia e as demais ciências. Clodovis observa que a Teologia, embora seja uma linguagem regional, esta ciência busca o saber sobre o Absoluto, isto é, tem por objeto de estudo, Deus. Assim, a Teologia não se coloca numa posição em paralelo às outras ciências, haja vista seus princípios proverem de fonte sublime, queremos dizer: o “logos divino”. Nesta mesma direção dizemos que a Teologia tem por princípios alimentar-se do próprio Mistério de Deus enquanto Revelação. Portanto, esta ciência não é mais uma ciência entre outras, mas se trata de conhecimento acerca das criaturas e, principalmente, acerca de Deus, o qual se comunica aos homens por Revelação. Com relação a cognoscibilidade, Sto. Tomás disse: “O conhecimento teológico não se baseia apenas na autoridade da razão humana, sempre falível, mas na força da Revelação divina, que é sempre infalível”.

Dentro desse contexto, a Teologia é sabedoria por excelência, e enquanto ciência é saber dos meios que deságua no Absoluto. Contudo, as ciências não são escravas da Teologia como se estivessem sob sua autoridade, mas a Teologia reúne todas as outras ciências como sendo servas, pois somente ela avança mais fundo à essência humana e ao Mistério: Deus. Seu caráter é incondicional, pois se trata de questões sociais, como por exemplo, a questão da libertação dos pobres. Portanto, a Teologia dá suporte para a relação entre o homem e Deus. Por isso, esta grandiosa ciência se encontra com as demais nas Universidades para o diálogo, pois sem dúvida, ela é um saber autônomo, mas necessita de outros saberes para se desdobrar ao longo da história, porque utiliza os recursos da inteligência humana para falar de Deus.

Para darmos uma visão antecipada e sumária da articulação entre Teologia, Filosofia e demais ciências, poderíamos dizer que as terceiras se ocupam com as “causas” do Mundo, a segunda com sua “essência”, e a primeira com o seu “sentido” derradeiro - Deus - uma vez que, esta põe toda forma de saber a serviço do fim mais elevado do ser humano. Concluímos com as palavras de São Boaventura: “Todos os conhecimentos servem à Teologia”. Daí a importância do diálogo entre Teologia e as demais ciências, isto é, que tenhamos uma relação dialética entre Teologia e os outros saberes.

Dentro desse contexto é de suma importância lembrarmos que a Teologia se articula com as chamadas ciências humanas: Psicologia, Linguística, História; bem como as ciências sociais: Economia, Sociologia, Ciência Política, Antropologia. Todas estas são suas preciosas auxiliares, no sentido de ajudá-la a adequar a mensagem cristã à cultura moderna, como recomenda o Concílio Vaticano II na Gaudium et Spes (n. 62, 2 e 7).

Por tudo isso, percebemos que a Teologia representa o saber mais elevado, uma vez que provém do fato de que considera a realidade absoluta, que é Deus. Lembramos também que ela está aberta às demais ciências para o diálogo, pois precisa delas como instrumento para se constituir como discurso concreto e para compreender as realidades de fé. Em particular a Filosofia serve à Teológico no sentido de fazer vir à tona a arte de pensar. Dentro desta perspectiva temos também as ciências sociais, as quais servem sobremaneira a Teologia no que tange ao trabalho em vista a miséria que aflora as massas populares.

APRECIAÇÃO PESSOAL

Acreditamos que a Teologia, a Filosofia e as demais ciências humanas e sociais, todas têm sua importância no decorrer da história humana. Não menos importante de ser ressaltado é o fato de que a filosofia não é submissa a Teologia. O que ocorre é o fato de tratar-se de uma ciência que busca abarcar uma maneira de pensamento crítico, rigoroso, de conjunto, e essa peculiaridade que a filosofia detêm faz com que esteja a serviço da teologia, mas não somente desta, e sim de todas as outras, queremos dizer, da humanidade. Embora a Filosofia e a Teologia sejam duas ciências distintas, a primeira é aliada da segunda.

Nesta mesma direção, é mister refletirmos na posição que a Teologia ocupa na sociedade. Pois para ser realmente digna de ter como objeto de estudo: Deus, deve não somente pairar na reflexão acerca do transcendente, mas olhar para o imanente, ou seja, observar a relação de Deus com o povo, ainda nesta direção, o Deus que se faz presente na caminhada histórica da vida humana. Em nosso ponto de vista seria esta a verdadeira e respeitada Teologia.

Do discurso teológico não temos como e não queremos fugir, pois cada época traz suas próprias inquietações, o que faz com que a sistemática tenha de ser aberta e analisada o tempo todo. Não podemos negar que todo ser humano é racional. Portanto, está sempre fazendo uso da razão, mas também não podemos negar sua relação com a Revelação sempre atual de Deus. Em se tratando de razão, se tirássemos esta do âmbito da ligação entre Deus e o homem, então cairíamos no fanatismo religioso, porque somente olharíamos com os olhos da fé. A razão-filosófica nos oferece o bom-senso e nos dá suporte crítico para assumirmos criticamente as verdades de fé.

Por tudo isso, é importante termos consciência e convicção que entre Teologia, Filosofia e demais ciência não deve haver embate, pois se trata de atividades distintas. Nesta mesma direção dizemos que a razão, a religião e a Revelação estão interligadas, é só saber trabalhar com a estruturação mental e conciliá-las de forma harmônica, pois são coesas. O objeto da ciência empírica é o mundo sensível, o fim imediato. O objeto da Teologia é Deus, que na verdade, está imerso na convivência humana. Portanto, todas as ciências devem dialogar para o bem comum, e jamais se conflitarem.

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