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A Vida Intelectual

Por:   •  11/6/2019  •  Abstract  •  13.781 Palavras (56 Páginas)  •  258 Visualizações

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SERTILLANGES, A.D. A Vida Intelectual, seu espírito, suas condições, seus métodos. Ed. Kírion, 1ºed 2019, Campinas SP.

4 perguntas básicas:

  1. O livro fala sobre o quê?
  2. O que exatamente está sendo dito?
  3. O livro é verdadeiro, em todo ou em parte?
  4. E daí?

Perguntas para a leitura estrutural

Que tipo de livro é este?

É um livro prático, ensina sobre como ter uma vida intelectual.

O que ele diz, de modo geral?

Se você tem a vocação para vida intelectual, ele irá te dar conselhos práticos para que possa desenvolve-la em busca da verdade.

Qual a ordem estruturada pelo autor para desenvolver seus conceitos e entendimento?

Primeiro ele trata da vocação intelectual, isto é, se você deve ou não dedicar sua vida a busca pela verdade. Em seguida, ele fala das virtudes do intelectual e como trabalha-las. Logo após, como organizar sua vida em torno da busca pela verdade. Estes três capítulos são sobre as condições do espirito. A seguir, ele irá abordar sobre as condições do trabalho intelectual e seus métodos, dando dicas de como, aonde e o que se deve estudar. Nós últimos capítulos ele falará de métodos sobre leitura, memória e anotações. Por fim, sobre arte, e creio que concluirá no capítulo IX.


Prefácio à segunda edição

O livro conseguiu ter uma ótima recepção, sendo útil para diversas pessoas de regiões e culturas diferentes. Aparentemente, o objetivo do livro é explicar o que é a “atmosfera espiritual adequada ao desabrochar do pensador, a sua elevação, a seu progresso, a sua inspiração, a sua obra”. Isto é, este livro é indicado para todos aqueles que desejam dedicar sua vida a busca pela verdade, ou beleza, seja por meio do intelecto ou da arte.

“Você quer produzir uma obra intelectual? Comece criando em si mesmo uma zona de silêncio, um hábito de recolhimento, uma vontade de despojamento, de desapego, que o torne inteiramente disponível para essa obra; adquira esse estado de alma, isento do peso do desejo e da vontade própria, que é o estado de graça do intelectual. Sem isso, você não fará nada; em todo caso, não fará nada de valor.

O intelectual não é filho de si mesmo; é filho da Idéia, da Verdade eterna, do Verbo criador e animador imanente à sua criação. Quando pensa bem, o pensador segue os caminhos de Deus; não segue sua própria Quimera.” (p.18)

“Toda obra intelectual começa pelo êxtase; somente depois se exerce o talento do ordenador, a técnica dos encadeamentos, das relações, da construção” O êxtase é a saída para longe de si mesmo, um esquecimento de viver para si para que viva no pensamento e no coração o objeto da nossa inquietação.”

A memória extática é a memória alcançada pelo êxtase, que é alcançar o que é divino; é substituir o eu pelo eu divino. A ascese que tanto falam os sábios. Essa memória “funciona em contato com as fontes de inspiração [divino]... e o eu em que ela se hospeda entrega-se, através dela, à exaltante Verdade tanto quanto o faz na investigação.

“O que é verdadeiro nas aquisições e realizações já era verdadeiro no chamado, no início da trajetória. ” “À escuta de si mesmo” é uma formula que equivale a: à escuta de Deus. É no pensamento criativo que habita nosso ser verdadeiro e nosso eu na sua forma autêntica”. Essa verdade só é revelada no silêncio do nosso pensamento, controlar o que pensa, as paixões, os impulsos, isso é necessário para poder ouvir os pensamentos divinos.

“A vocação pede o assentimento, que, num esforço único para sair de si, escuta e assente. ” [O primeiro capítulo é sobre a vocação]

Além da vocação, ele vai discutir sobre os meios de realização, do gênero de vida, de suas relações, organização do tempo, da contemplação, da solidão e do contato com gênios, etc. “tudo isso só pode ser julgado com sabedoria em êxtase, junto à Verdade eterna, longe do eu que cobiça e se apaixona. ”

Devemos ir até onde podemos, mas na direção certa, por tudo seremos avaliados, seja pelo trabalho mal feito ou o bem feito para coisas supérfluas. Devemos obedecer a Vontade, os grandes homens, no fundo, são os que obedecem mais que os outros.

“É a altitude que julga a pequenez. Quem não tem o sentimento das grandezas exalta-se ou abate-se facilmente, e às vezes faz ambas as coisas. É para não pensar no escaravelho gigante que a formiga acha a pulga muito pequena, e é para não sentir o vento dos cumes que o caminhante demora-se languidamente nos sopés da montanha. Sempre conscientes da imensidão da verdade e da exiguidade de nossos recursos, não empreenderemos o que está além do nosso poder, e iremos até o limite do nosso poder. Ficaremos felizes, então, com o que nos for dado segundo a nossa medida. ” Devemos sempre fazer o que podemos, mas na direção certa, para assim colhermos tudo aquilo que plantarmos.

Não é só mensuração: “O sentido da observação é que tanto o trabalho fraco quanto o trabalho pretensioso são sempre um mau trabalho. Uma vida que intenta alto demais ou que fica num lugar muito baixo é uma vida desorientada”. Devemos lidar com aquilo que recebemos como dom e o que podemos esperar como resultado. [exemplo: recebi o dom da comunicação, vou ter que usá-lo com harmonia e cuidado, indo em direção a Vontade]

“Quando desgostamos o mundo, ele se vinga; e quando é agradado, o mundo também se vinga, corrompendo. O único recurso é trabalhar longe dele, tão indiferente ao seu juízo quanto disposto a lhe ser útil. O melhor talvez seja que ele rechace você e obrigue-o assim a voltar-se para si mesmo, a crescer interiormente, a controlar-se, a aprofundar-se. Esses benefícios são favoráveis a nosso superior desinteresse, ou seja, a nosso interesse pela única coisa necessária. ”

Ele também aborda as condutas estreitas, i.e. “às tentações da detração, da inveja, de críticas injustificáveis, de querelas”

 “O progresso comum necessita de paz e de ajuda mútua, e é imensamente retardado pelas condutas estreitas. Diante da superioridade de alguém, só há uma atitude honrosa: amá-la, e ela se tornará assim nossa própria alegria, nossa própria fortuna. ” A única fortuna que poderá tentar um intelectual é a fama exterior, mas isto é raro, o público, em seu conjunto, é vulgar e só ama o que é vulgar.

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