A redescoberta da mente
Por: Thelma de Jesus • 22/6/2015 • Resenha • 1.165 Palavras (5 Páginas) • 650 Visualizações
Universidade Federal do Maranhão
Filosofia
A Redescoberta da Mente |
Yslenna Leandra de Sousa Pires
São Luís
2015
Yslenna Leandra de Sousa Pires
A Redescoberta da Mente |
Trabalho apresentado como exigência para obtenção da segunda nota da disciplina Filosofia da Mente de Licenciatura em Filosofia da Universidade Federal do Maranhão. |
São Luís
2015
SUMÁRIO
1 CAPÍTULO 6 - A ESTRUTURA DA CONSCIÊNCIA: UMA INTRODUÇÃO
1.2 A conexão entre consciência e intencionalidade
1.3 A estrutura figura - fundo, gestáltica, da experiência consciente
1.4 O aspecto da familiaridade
1.5 Transbordamento
1.6 O centro e a periferia
REFERÊNCIAS
1 CAPÍTULO 6 - A ESTRUTURA DA CONSCIÊNCIA: UMA INTRODUÇÃO
1.2 A conexão entre consciência e intencionalidade
Nesta seção Searle faz uma afirmação que, segundo ele, é de extrema importância para o estudo da mente. De acordo com Searle "somente um ser que pudesse ter estados intencionais conscientes poderia ter estados intencionais de algum modo, e todo estado intencional inconsciente é pelo menos potencialmente consciente". (SEARLE, 1997. p. 190). Desta forma, a questão da consciência se torna central para a discussão sobre a intencionalidade. Existe, portanto, uma conexão conceitual entre consciência e intencionalidade.
1.3 A estrutura figura - fundo, gestáltica, da experiência consciente
Assim como na Gestalt, onde as experiências perceptivas se apresentam como uma imagem num pano de fundo, John Searle apresenta um exemplo onde ele mostra que sua percepção se dá sempre com um pano de fundo. Searle conclui que "é característico da percepção parece ser característico da consciência em geral: aquilo tudo em que eu focalize minha atenção estará contra um pano de fundo que não é o centro da atenção". (SEARLE, 1997. p.191).
Ainda explicando sobre a estrutura figura-fundo, Searle fala que as nossas percepções normais são muito bem estruturadas, quando nós percebemos algo, não percebemos somente esse algo, mas também as suas características. Segundo este autor, isso traz uma consequência, a de que "todo ato (normal) de ver é ver como, todo o ato (normal) de perceber é perceber como, e, na verdade, toda consciência é consciência de algo como tal e tal". (SEARLE, 1997. p. 191-192).
Sendo assim, para Searle, se pode estabelecer dois aspectos diferentes, mas que estão relacionados. O primeiro é a "figura-fundo da percepção e da consciência em geral", já o segundo seria "a organização de nossas experiências conscientes perceptivas e outras". (SEARLE, 1997. p.192).
1.4 O aspecto da familiaridade
Nesta seção, John Searle expõe o aspecto de familiaridade. Para este autor, há um aspecto que nos leva a perceber as coisas e organizar essas percepções de modo que não exista uma grande confusão mental.
Para definir o que é exatamente este aspecto familiar, Searle nos mostra a descrição feita por Wittgenstein. Este ultimo "pergunta-nos se quando entro no meu quarto experimento um "ato de reconhecimento", e lembra-nos de que não há realmente tal ato". (SEARLE, 1997. p. 192-193). Para Searle, Wittgenstein está correto a este respeito, ele, Searle, nos diz que quando uma pessoa entra em seu quarto o ambiente parece familiar. Isso pode ser percebido se a pessoa em questão imaginar que algo, no ambiente, estivesse radicalmente estranho, como por exemplo, se houvesse um grande elefante em seu quarto, ou se o teto tivesse desabado, ou até mesmo alguém tivesse posto neste mesmo ambiente um móvel completamente diferente. Basicamente, o que o autor quer explicar é que não existem objetos completamente estranhos à nós. Mesmo que alguém viaje para um país distante, onde pessoas usem roupas exóticas, se alimentem de animais diferentes dos quais esta pessoa em questão está culturalmente acostumado a se alimentar, essas pessoas continuam sendo pessoas e os animais dos quais elas se alimentam continuam sendo animais.
Assim, Searle coloca em uma escala os tipos de aspecto de familiaridade. No topo por exemplo, Searle coloca "os objetos, cenas, pessoas e visões de minha vida cotidiana, ordinária. Mais a baixo estão cenas estranhas nas quais objetos e pessoas são, não obstante, facilmente reconhecíveis e categorizáveis por mim. Ainda mais abaixo estão cenas em que encontro pouco que seja reconhecível ou categorizável". (SEARLE, 1997. p. 194).
O aspecto de familiaridade, segundo o autor, é que torna possível grande parte da organização e ordem de nossas experiências conscientes. Mesmo que se encontre, como no exemplo anterior, um elefante no quarto, o objeto ainda é familiar como um elefante. Segundo Searle, “um corolário natural dessa asserção é que a organização da percepção só é possível admitindo um conjunto de características que identifiquem entidades dentro do familiar". (SEARLE, 1997. p. 195).
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