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AImportancia Da Comunicaçao No Meio Empresarial ...

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Por:   •  5/9/2014  •  491 Palavras (2 Páginas)  •  273 Visualizações

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A VIDA NO COMITÊ E SEUS PARADOXOS

Carlos Eduardo Estellita-Lins

" Aristóteles reconhece muito bem, como diz de resto explicitamente na Retórica e também na Ética à Nicômaco, que um juiz que merece este nome não dispõe de modelo verdadeiro para guiar seu julgamento, que a verdadeira natureza do juiz é justamente pronunciar julgamentos, prescrições portanto, sem critério. Aquilo que Aristóteles chama prudência, em suma, é exatamente isto. Ela consiste em fazer justiça sem modelo.(...)"

J.-F. Lyotard, Au Juste (avec J.-L. Thébaud)

Boa tarde, Senhoras e Senhores. Gostaria de agradecer o convite e reiterar a honra de participar desta mesa-redonda, além de poder compartilhar com colegas integrantes do mesmo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-IFF) algumas impressões sobre nossa experiência cotidiana.

Tentarei fazer uma comunicação oral. Não lerei, portanto, o texto redigido para esta ocasião . Assumo o compromisso de limitar-me ao tempo, assim como de abordar questões que são práticas por uma vertente teórica um pouco árida e abstrata. Espero, sinceramente, que me perdoem uma certa maneira alegórica de tocar em questões tão solenes como a vida ou o uso da técnica. Evitarei os aspectos mais polêmicos em seu caráter imediato. Constato que a face prática de nossas questões acaba de ser eloqüentemente testemunhada. Assim, considero-me autorizado na tentativa de questionar esta experiência em outra direção.

Ética e moral trazem usualmente à tona a noção de dever. Aquilo que deve ser feito. O que é imperativo no agir. Que máxima pode traduzir uma ação. Avaliações e sistemas de valores encontram-se misturados aos fatos, um pouco como a tensão entre o que deve ser e aquilo que é. Entre os fatos no presente e os valores no futuro.

Dificilmente alguém que tenha ouvido falar em Bioética, deixou de notar a expressão "imperativo tecnológico". Ela é sem dúvida intrigante e irônica. Resume-se sumariamente tal imperativo da seguinte maneira: aquilo que pode ser tecnicamente realizado, aquilo que é factível do ponto de vista técnico, deve ser justo. Isto significa que não seria possível impedi-lo de realizar-se em função de um juízo de valor. Eis aí, de certo modo, o Outro dos comitês de ética.

Desde Stuart Mill e David Hume, tende-se a situar o problema ético-moral entre aquilo que deve ser e aquilo que é. Observe-se que isto é operante nesta formulação do imperativo tecnológico, centrada na célebre distinção entre fato e valor, de Moore - os fatos pertenceriam ao cientista e os valores ao filósofo. Deveríamos lembrar sempre de Galileu Galilei e proteger os fatos de qualquer censura que o mundo dos valores morais, da crença e da religião pudessem reivindicar, etc, etc...

Esta falácia, ingenuamente empirista contida no dito imperativo tecnológico, é um aspecto importante, que tentarei abordar. Incluo este assunto aqui com a permissão dos fatos e o aval dos valores. Isto porque um CEP, tal qual um tribunal, julga e avalia fatos do cotidiano da pesquisa científica. A posição estratégica de nossos Comitês encena de modo ímpar esta tensão moderna, de cunho jurídico, entre fatos e valores.

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