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AS MUTAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO NA ERA DA MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL

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Por:   •  19/2/2015  •  2.501 Palavras (11 Páginas)  •  1.530 Visualizações

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Síntese

AS MUTAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO NA ERA DA MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL

São Luis

2014

AS MUTAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO NA ERA DA MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL

Este texto tem como objetivo analisar as principais mutações do mundo do trabalho oferecendo uma leitura alternativa e diferenciada com relação às teses que defendem a idéia do esgotamento ou até mesmo o fim do trabalho e da classe trabalhadora. Buscaremos também apreender as principais determinações concretas da crise e das metamorfoses do mundo do trabalho no contexto da mundialização do capital.

1. As mutações no mundo do trabalho: heterogeneidade, fragmentação e complexificação.

Nossa tese central é a de que, se a classe trabalhadora não é idêntica àquela existente em meados do século passado, também não está em vias de desaparição e nem perdeu seu sentido estruturante.

Vamos procurar compreendê-la, em sua conformação atual.

Devemos indicar que a classe trabalhadora hoje, compreende a totalidade dos assalariados. Mas que vem presenciando um processo multiforme, cuja as principais tendências indicaremos a seguir:

1 – Com a retração do binômio taylorismo/fordismo vem ocorrendo uma redução do proletariado industrial, fabril, tradicional, manual estável e especializado. Esse proletariado vem diminuindo com a reestruturação produtiva do capital dando lugar a formas mais desregulamentadas de trabalho, reduzindo o conjunto de trabalhadores estáveis que se estruturavam por meio de empregos formais.

2 – Ao contrário da tendência citada anteriormente, outra muito significativa caracterizada pelo aumento do novo proletariado fabril e de serviços, em escala mundial, presente nas diversas modalidades de trabalho precarizado. São os terceirizados que se expandem em escala global.

Anteriormente, estes postos de trabalho eram prioritariamente preenchidos pelos imigrantes, mas hoje, sua expansão atinge também os trabalhadores remanescentes da era da especialização taylorista/fordista, cujas atividades vêm desaparecendo cada vez mais. Com a crescente desestruturação do Welfare State nos países do norte e com a ampliação do desemprego estrutural, os capitais transnacionais implementam alternativas de trabalho crescentemente desregulamentadas, informais, como exemplo temos as diferentes formas de terceirização.

Este processo atinge também, países subordinados de industrialização intermediária, como os países da América Latina que após uma enorme expansão do seu proletariado industrial nas décadas passadas, passaram a presenciar significativos processos de desindustrialização tendo como consequência a expansão do trabalho precarizado, além dos enormes níveis de desemprego.

3 – Uma outra tendência de enorme significado no mundo do trabalho contemporâneo é o aumento expressivo do trabalho feminino, que chega a atingir mais de 40% da força de trabalho em países avançados e que tem sido absorvido pelo capital, principalmente no universo do trabalho precarizado e desregulamentado.

No entanto, esta expansão do trabalho feminino, tem um movimento inverso quando se trata de temática salarial onde os níveis de remuneração das mulheres são em média inferiores aos recebidos pelos homens, o mesmo ocorre com relação aos direitos sociais e do trabalho que também são diferentes.

4 – Percebe-se também, nas últimas décadas do século XX, uma significativa expansão dos assalariados médios no setor de serviços, que inicialmente absorveu trabalhadores expulsos do mundo produtivo industrial.

Entretanto, se inicialmente se deu uma forte absorção pelo setor de serviços, daqueles que se desempregavam do setor industrial, se faz necessário acrescentar que as mutações organizacionais, tecnológicas e de gestão também afetaram fortemente o mundo do trabalho nos serviços, que cada vez mais se submetem à racionalidade do capital e à lógica dos mercados.

Com a inter-relação crescente entre mundo produtivo e setor de serviços, vale enfatizar que em decorrência dessas mutações, várias atividades no setor de serviços anteriormente consideradas improdutivas tornaram-se diretamente produtivas, subordinadas à lógica exclusiva da racionalidade econômica e da valorização do capital.

5 - Outra tendência presente no mundo do trabalho é a crescente exclusão dos jovens, que atingiram a idade de ingresso no mercado de trabalho, mas que acabam engrossando as fileiras dos trabalhos precários, dos desempregados, dada a vigência da sociedade do desemprego estrutural.

6 – Paralelamente à exclusão dos jovens, vem ocorrendo também à exclusão dos trabalhadores considerados idosos pelo capital (com aproximadamente 40 anos), e que quando excluídos do mercado de trabalho dificilmente conseguem retornar. Somam-se, desse modo, aos contingentes do chamado trabalho informal, aos desempregados, aos trabalhos voluntários entre outros. Atualmente o mundo do trabalho está substituindo os trabalhadores herdeiros da cultura fordista, fortemente especializados, pelo trabalhador polivalente e multifuncional da era toyotista.

Paralelamente a esta exclusão dos jovens e “idosos”, o mundo do trabalho, nas mais diversas partes do mundo, tem se utilizado da inclusão precoce e criminosa de crianças no mercado de trabalho, nas mais diversas atividades produtivas.

7 – Com o desdobramento destas tendências, no mundo do trabalho vem se desenvolvendo uma crescente expansão do trabalho no chamado terceiro setor, assumindo uma forma alternativa de ocupação.

A expansão desse segmento é um desdobramento direto da retração do mercado de trabalho industrial e de serviços, num quadro de desemprego estrutural. Esta forma de atividade social, movida predominantemente por valores não mercantis, tem tido certa expansão, por meio de trabalhos realizados no interior das ONGS e de outros organismos ou associações, porém, em nosso entendimento não se trata de uma alternativa efetiva e duradoura no mercado de trabalho capitalista.

Com o desmonte do Welfare State e dos direitos sociais adquiridos ao longo da vigência da sociedade capitalista, as atividades do terceiro setor acabam por suprir de algum modo as lacunas sociais que foram se abrindo. Como mecanismo minimizador do desemprego estrutural elas cumprem uma função ainda que limitadíssima. Mas quando são concebidas como um momento efetivo de transformação social convertem-se

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