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ATPS Filosofia

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Por:   •  1/6/2014  •  2.374 Palavras (10 Páginas)  •  319 Visualizações

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A importância da Filosofia na compreensão da sociedade e do mundo em que se vive e as dificuldades de implementação desta disciplina no currículo escolar.

Para entendermos acerca da importância da filosofia e dos fundamentos filosóficos na educação, é mister trazer à baila o significado de “Filosofia”.

Segundo alguns doutrinadores, a filosofia é o meio pelo qual o homem se torna crítico, pois, é a partir do momento em que passa a pensar, refletir, analisar os conceitos da sociedade, que se vê como um membro com possibilidade de viver e de alterar o funcionamento desta.

A filosofia não é, portanto, uma disciplina empírica como a física ou a história; é uma disciplina a priori como a matemática. Contudo, em filosofia não há métodos formais de prova. Na matemática estudam-se exclusivamente aqueles problemas que podem ser resolvidos recorrendo aos métodos formais da própria matemática.

Em filosofia, contudo, não há quaisquer métodos formais de prova. Podemos usar a lógica, e devemos, mas a lógica é apenas instrumental: não resolve os problemas da filosofia, nem determina o que é ou não um problema filosófico, o que em nada diminui o seu valor cognitivo ou social, a sua seriedade acadêmica ou escolar, ou a sua importância existencial.

Conclui-se então, a partir do estudo realizado que desde a sua criação, o papel fundamental e base da filosofia é o de tornar o ser humano um ser inconformado com o que lhe é posto, um ser crítico que, a partir da liberdade que possui, (pois todo homem é livre, basta que desperte isso dentro de si), construa e seu próprio pensamento e suas próprias conclusões sobre o meio e a realidade a qual vive.

Partindo da premissa de que a educação está aberta a questionamentos, acredita-se que a Filosofia é uma das muitas alternativas para se tentar pensar a educação como instrumento de transformação social.

Mas como inserir a Filosofia na educação, e como transmitir os conhecimentos desta ciência é um problema que merece reflexão.

A filosofia não deve ser ensinada apenas em seus fundamentos históricos, ou por mera exposição das idéias já existentes, ou por meros ensaios literários.

Cabe ao professor ensinar o aluno a pensar, porque a partir do momento que se ensina a pensar, é que o aluno consegue expor idéias novas e interagir sobre o meio em que vive. Por conseguinte, não aceita exclusiva e unicamente o que lhe é posto como certo a ser seguido. Sendo assim, quando se começa então, a filosofar, começa-se também a ponderar a cotidianidade dos seres humanos.

O problema que surge é que as instituições de ensino — tanto universitário como pré-universitário — estão preparadas para ensinar aos estudantes os resultados consensuais substanciais das diferentes disciplinas das humanidades, das ciências da natureza ou da matemática. Ao estudante compete unicamente compreender os resultados fundamentais da sua disciplina, e eventualmente saber aplicá-los no desempenho de uma profissão associada

Ensinar filosofia é ensinar esses problemas, teorias e argumentos, de forma que o aluno compreenda os problemas, teorias e argumentos da filosofia, tal como surgem ao longo da história da disciplina, sabendo também discutir por si os problemas, teorias e argumentos da filosofia. Ou seja, tem de saber filosofar.

Mas como se ensina isso? Do mesmo modo que se ensina a pintar: praticando. O estudante tem de ser estimulado e ajudado a pensar por si nos problemas, teorias e argumentos da filosofia. Estimulado, perguntando-lhe o que pensa ele sobre o problema do livre-arbítrio, ou sobre a ética de Kant, por exemplo. E ajudado, fornecendo-lhe instrumentos filosóficos. Ao estudar cuidadosamente as teorias da filosofia e respectivas críticas, o estudante está também a aprender, a construir teorias e a apresentar críticas. E deve ser estimulado a fazê-lo.

Para ensinar a filosofar é preciso ensinar a ler os textos filosóficos ativa e filosoficamente, questionando se o filósofo tem razão ou não e porquê. Os textos devem ser lidos ativamente quando o estudante se pergunta a cada passo se o filósofo tem razão, se a teoria é plausível, se os argumentos apresentados são cogentes, se as definições são aceitáveis, etc. Para poder fazer esta leitura ativa o estudante tem de ter instrumentos filosóficos.

E assim, com base no que foi pesquisado até então, percebemos com clareza a tamanha importância que a filosofia possui para com a educação, sendo que esta, como principal responsável pela transformação da sociedade necessita formar cidadãos críticos e construtivos, o que na certeza, é ressaltado pela filosofia, pois um ser não filósofo também pode se considerar um ser não social. Porque um indivíduo que não faz filosofia, conseqüentemente não faz sociedade.

Então, cabe a escola desde cedo influenciar na vida do ser humano, tentando o despertar do sono padronizado que lhe é imposto, para assim, acordar, construir e fazer parte de uma sociedade livre para pensar e agir.

O Papel da Educação nos Tempos Atuais

Antes de começar-se a discutir sobre o papel da educação nos tempos atuais, é preciso entender o que é educação e neste contexto, Paulo Freire (1976) , nos afirma que a educação só é possível para o homem, porque este é um ser inacabado e sabe de sua incompletude, pois ela,a educação implica em uma busca realizada por um sujeito, que é o próprio homem, ou seja, ele o próprio homem deve ser sujeito de sua história, e não ser objeto dela

Entendendo o contexto no qual a Educação foi inserida no seio social, observa-se que em busca da preservação da espécie e seu aprimoramento, quer por dificuldades impostas pelo ambiente, quer por particularidades da espécie, o homem desenvolveu habilidades que dependem de aprendizagem.

De forma geral a educação age no sentido de transformar os indivíduos em membros de uma sociedade, no entanto, as sociedades contemporâneas estão marcadas pela enorme disparidade no acesso aos bens econômicos e culturais, mantendo na marginalidade um grande contingente da população. O sistema escolar reproduz as condições da sociedade.

De um lado os currículos e conteúdos escolares cumprem uma função social positiva ao favorecer o desenvolvimento do nível cultural e individual dos alunos, contribuir para a formação de recursos humanos e promover a equalização social. Por outro lado, os diferentes níveis educacionais provocam a desigualdade de oportunidades sociais e a marginalização dos sujeitos menos escolarizados – em especial, os mais pobres.

Como se constata, a educação aparece como principal correlato da desigualdade de renda no Brasil, tendo um papel selecionador, devido às diferenças exercidas pelo nível sócio-econômico e pela heterogeneidade dos sistemas educacionais no país. Portanto, os sujeitos que podem arcar com custos elevados para escolarização de seus filhos, conseguem uma formação de melhor qualidade do que aqueles que só podem ter acesso a escolas públicas gratuitas.

Mesmo diante das modernas formas de gestão, os problemas educacionais estão maiores e estarão maiores ainda no futuro, porque eles não estão sendo solucionados. As distancias entre os que tem mais educação e os que tem menos, se ampliar em uma escala não linear. Mas o planejamento e os indicadores ainda estão fundamentados em mediadas lineares, como os indicadores estandartes.

É um fato que na sociedade informacional e de conhecimento, a escola tende a integrar mais e também excluir mais que do antes. Contudo, mesmo diante de novos princípios e de novas ideologias incorporadas, estas pouco adiantaram, para reverter a intensificação das desigualdades, pois essa é relacionada com a essência da própria escola, uma vez, que é em gênese um projeto de fábrica e de instituição produtora de tipos específicos de seres humanos socialmente concebidos para o modo de produção capitalista industrial.

Para um processo de reforma eficiente é preciso atuar no cotidiano dos educadores e dos estudantes. O elemento chave da reforma pode ser sistematizado fundamentalmente no que se denomina gerencialismo, ou seja, na busca de objetivos previamente definidos, compreendendo ainda a escolha dos melhores procedimentos para alcançá-los e da avaliação dos resultados alcançados.

A interferência da Indústria Cultural na realidade da educação contemporânea.

A Educação tem sido objeto de muitas pesquisas para se entender os enigmas que permeiam e a busca de suas soluções.

Um dos problemas e que já foi tratado em nosso outro relatório parcial, é que a educação apresenta desníveis muito grandes e muitas vezes serve apenas para beneficiar as camadas sociais já privilegiadas, tornando-as cada vez mais capacitadas e aptas a dominar o mercado de trabalho e o capital.

Outro problema é o político, eis que muitas ações e diretrizes são voltadas para atender aos interesses dos políticos que estão no poder.

Hodiernamente, a Indústria Cultural invadiu também o seio escolar e tem influenciado de forma negativa tanto a arte como a cultura além de provocar uma alienação mental pela fórmula “pão e circo” já conhecida desde a antiguidade.

Um dos mais influentes é a televisão que acaba por determinar comportamentos, impor necessidades de consumo que não existem de verdade, reforçar preconceitos e estereótipos, deturpando a realidade.

Mas o papel da escola no tocante à essa influência da mídia não está em proibir ou censurar os programas televisivos, mas sim, ensinar os alunos como eles devem assistir a televisão.

O educador deve utilizar o tema estimulando os alunos a falarem sobre suas preferências com relação aos programas de televisão, o entendimento que tem dos mesmos, falar do que gostam, do que não gostam, e promover debates que despertem o senso crítico dos alunos.

Além da televisão, outra indústria cultural que tem influenciado a educação é a indústria do material didático, que a cada dia que passa conta com maiores recursos, produzindo livros, cadernos e materiais pedagógicos deslumbrantes, fazendo com que os professores e os alunos busquem apenas o aspecto externo do material, sem dar a real importância ao conteúdo do material.

Não se busca despertar o aluno para a função principal do material didático, mas sim para o efeito visual que o mesmo produz, e a sensação de poder possuí-lo.

Outro aspecto da indústria cultural que tem influenciado negativamente o processo pedagógico são os pacotes de ensino que os professores recebem, onde consta o conteúdo a ser ministrado, deixando pouca ou nenhuma margem para que o professor desenvolva a sua disciplina de acordo com o contexto social em que o aluno está inserido, alienando o educador.

Assim, o educador deixa de estimular o aluno e a si mesmo em pensar, refletir, analisar, ou seja, o educador e o aluno não exercitam a filosofia, perdendo seu senso crítico, tornando-se meros transmissores de conhecimento massificado, sem qualquer questionamento ou crítica construtiva.

Alunos que forem educados por meio desta indústria cultural, estarão fadados ao ciclo vicioso da desigualdade social, pois não ampliarão suas habilidades de crítica e questionamento, tampouco desenvolverão a tão necessária criatividade para o nosso mundo globalizado.

Até que ponto a teoria do Pierre Bourdieu se aplica à nossa realidade do sistema educacional no Brasil?

De acordo com o autor, a escola, ao invés de ser um agente de transformação, mudando a realidade das pessoas, acaba por reforçar as desigualdades, seja por incorporar no aluno uma forma de sentir, pensar e agir, (habitus), seja pelo capital cultural, que dita o que é de bom ou mau gosto, o que é erudito ou popular consagrando valores que acabam aceitos pelo senso comum.

Na escola também os alunos que já possuem o capital cultural são avaliados de forma positiva, eis que trazem como herança uma bagagem de conhecimentos que os menos favorecidos não tem acesso.

A competição cultural nas escolas acaba por frustrar e desanimar os alunos que não tem qualquer bagagem cultural e reforça o ciclo vicioso de não investimento da família na educação formal de seus filhos, tornando-os cada vez mais à margem da sociedade e longe de qualquer possibilidade de ascensão econômica.

Também, pode-se afirmar que o nosso sistema educacional reforça ainda mais as desigualdades sociais na medida em que por meio do capital cultural, somente as pessoas com maior poder aquisitivo tem acesso às universidades, ou aos cursos de pós graduação.

Assim, os alunos com maior poder aquisitivo estudam nas melhores escolas, o que lhes possibilita ter acesso às melhores universidades, já que o vestibular para as universidades públicas seleciona somente os melhores alunos, em sua maioria advindos das melhores escolas particulares.

Em entrevista, Pierre Bourdieu esclarece como a desigualdade social se legitima e se perpetua, na medida que o capital cultural cresce cada vez mais em alguns lares que em outros, e os “dominantes” tem interesse em legitimar essa desigualdade.

Essa desigualdade se reflete inclusive nos desempenho escolar, onde em Barueri, foi constatada uma diferença de 23 pontos entre alunos da escola particular e pública nos exames de avaliação. De acordo com uma reportagem, isso se explica porque no local há o Condomínio Alphaville e próximo dali, um bairro pobre.

A desigualdade se reflete também no tratamento dado aos alunos, e na grade curricular, pois em algumas escolas públicas, o aluno sequer tem acesso a outras línguas e os professores não são especializados nas matérias por falta de docentes.

Sabedores destas dificuldades, moradores de um bairro da Tijuca/RJ organizaram-se e criaram uma ONG denominada Associação Brasileira de Apoio Complementar à Educação que tem por escopo dar atendimento extra classe aos alunos de baixa renda para melhorar o desempenho escolar dos mesmos.

BIBLIOGRAFIA

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