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Antropologia Filosofica - Nietzche

Por:   •  11/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  495 Palavras (2 Páginas)  •  199 Visualizações

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NIETZSCHE, METAFÍSICO?

Coisas sobre a lucidez de um animal.

FABIO RODRIGO OLIVEIRA CARVALHO

UNISINOS –  ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA , 63  

 “O amor ao próximo, sem qualquer segunda intenção santificadora, é mais uma estupidez e animalidade”.[1]

Nietzsche, o animal sem um tal de Deus como divã

O objetivo desse trabalho é o de pesquisar sobre o que o filósofo reflete sobre o que seja metafísica. A escolha desse tema me transporta para inquietações há tempo emergentes. Deus, alma, consciência, divindade, origem do mundo, linguagem, moral. Enfim, o que abrange o conceito de metafísica de Nietzsche.

Sobre o Deus que herdamos do legado cristão, Nietzsche é ácido em todas as suas argumentações, procurando implodir de vez com essa concepção do Divino. A relação gregária fecundada por aceitarem um Deus, um ser Todo, sob a égide dogmática do moralismo religioso, obviamente, é também alvo de suas críticas ferrenhas.

Sobre o conceito de consciência há uma reconstrução. Segundo ele é apenas mais um meio da nossa condição de animal, porque o que o cérebro é apenas um centralizador do querer. Em verdade, todo o corpo quer, todo o corpo deseja.

 Sobre a linguagem é a nossa grande via de erros seculares, pois a tudo simplifica. Durante toda a história da humanidade temos a comprovação de que dois mundos foram criados, um real e outro imaginário, onde nos afundamos sem perceber o imaginário como real. Suas críticas vão de encontro à Kant e Descartes às concepções cosmológicas e para com a teologia racional, ou ainda para uma metafísica dogmática.

A idéia de alma como algo indestrutível, eterno e indivisível deve ser abandonada. Essa é a tentativa de dar um caráter científico à psicologia e acabar com a metafísica. Não nega a existência de uma alma, mas vai contra essa concepção religiosa, retomada pela metafísica de Descartes.

Entretanto, é preciso levar em conta a sua agudeza ironia. Como os Deuses gregos podiam errar, apaixonar-se, cometer absurdos enfim, e mesmo assim não perdiam seu reinado, pois já são Deuses, ele também o pode... Sua psicologia divina baseado num Deus que tudo faz vale é essa, no meu entender, sua defensiva. O Deus de Nietzsche tem a onipotência do cristão, mas as paixões dos gregos, a fim de libertar o Deus que não vive, que nega a vida. Uma vontade de potência, a própria onipotência, é o que sobra dos adjetivos aceitos da concepção divina de até então. Mas sua análise vai muito além da existência ou não de Deus, mas do conceito que se tem sobre ele, do espelhamento narcísico. A prova da existência de um ser assim torna-se supérflua, mas a sempre tentativa humana de melhoria das sublimes virtudes divinas, que só um ser perfeito teria sim, é esse o ponto problemático.

Enfim, é um disparador de argumentos, um ferreiro, martelando em tudo que cruzou, cruza e cruzará seu caminho. Creio, exercício pleno de sua vontade de potência, muito potente.


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