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Antropologia - É no lento que a vida acontece

Por:   •  2/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.279 Palavras (6 Páginas)  •  266 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS,  AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS

FACULDADE DE ENGENHARIA QUIMICA

AUGUSTO DUZZI SIA

TRABALHO DE ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA A

SOBRE O LIVRO

"PERCA TEMPO - É NO LENTO QUE A VIDA ACONTECE"

CAMPINAS

2015


        Resumo do Capítulo 6 do livro "Perca Tempo - É no lento que a vida acontece" de Ciro Marcondes Filho.

Uma vida maquínica não nos permite perder tempo

        Nas últimas décadas, o estilo de vida do ser humano mudou drasticamente devido a diversos fatores, como, por exemplo, o rápido avanço da tecnologia e da medicina, transformando as pessoas em seres alienados, ansiosos e egoístas que só se preocupam neles mesmos. Com esse estilo de vida cada vez mais corrido e atarefado, a população desenvolveu o "horror ao vazio", um verdadeiro desespero que aparece em situações em que não se têm o que fazer. Ou seja, a ideia de parar e descansar é aterrorizante para os humanos assim como é para as máquinas.

        No entanto, as pessoas competem com as máquinas, mesmo que de forma irracional, categorizando-as como suas adversárias. Aí então surge essa concorrência subliminar, absolutamente inconsciente, que fez dos homens seres angustiados diante de um inimigo imprevisível. Os homens tornaram-se então plagiadores das máquinas seguindo seus passos, encantando-se com seu desempenho, pois a máquina é aquilo que o homem quer ser, mas não consegue.

        Nos tempos atuais, o horror ao vazio sobreviveu fora dos campos da religião e da psicologia, tornando-se uma inquietação geral motivada pela técnica. Atualmente, os indivíduos estão sempre ocupados e, na maioria das vezes, fazem várias coisas ao mesmo tempo, pois o importante para eles é que não parem, não fiquem á toa, não sejam surpreendidos pelo vazio; e, paralelo a isto, a vida vai passando e eles não percebem devido a correria do dia-a-dia.

        O problema do ser humano é exatamente esse, tem a alma voltada para o futuro, não aproveita o presente e nunca está satisfeito com o que possui. Assim, como dizia Sêneca, "A esperança desperta a esperança, ambição desperta ambição, o atarefamento nos veda do lazer; nunca chegaremos a ele, sempre o desejaremos". O homem ocupado e apressado de hoje em dia não consegue se dedicar em nada, devido ao seu grande atarefamento e "falta de tempo"; ou seja, seria muito melhor os indivíduos "perderem tempo" e realizarem suas tarefas com calma, sem pressa e focando em cada uma delas por vez, do que achar que é tão bom quanto uma máquina e tentar realizar tudo de uma vez só, tudo isso por conta da ansiedade que ronda a população.

        Assim, todos estão em uma espécie de "inércia frenética", agitação múltipla que dá aos indivíduos a ilusão de atividade, de vida, mas que na verdade não passa de uma rotina torturante, monótona e sem novidades. Por isso essa fuga interminável do vazio, ele amedronta e faria o ser humano aproveitar mais o presente e vivê-lo. O mais importante é aprender a não ser torturado pelo terror do vácuo e começar a viver a vida curtindo o presente, sentindo o tempo e não ficar pensando no futuro, ou seja, se satisfazer ao poder perder tempo e sentir um gosto de estar presente na sociedade e no mundo.


        Dissertação/artigo sobre o assunto tratado no Capítulo 6 do livro "Perca Tempo - É no lento que a vida acontece" de Ciro Marcondes Filho.

Regredir para viver

        Ao observar o estilo de vida das pessoas atualmente e comparar com o de décadas atrás, é possível concluir que houveram diversas mudanças significativas, tanto positivas como negativas, devido a vários fatores como a industrialização, o avanço tecnológico e medicinal, o processo de urbanização, dentre outros. Com essas mudanças, diversos sentimentos e expressões dos seres humanos vieram à tona como egoísmo, falta de amor ao próximo, competitividade, ansiedade, pessimismo e muitos outros.

        Com o passar do tempo, os indivíduos ficaram cada vez mais alienados, afetando diretamente sua consciência e seu modo de trabalho. As relações sociais se tornaram mais monótonas e visadas principalmente no aspecto econômico-financeiro, e, com o avanço da tecnologia, as pessoas tenderam a se comunicar e se relacionar mais por aparelhos eletrônicos do que pessoalmente. O ser humano não tem mais tempo para nada, apenas para o trabalho e, assim, extinguem-se os momentos de lazer, pois os indivíduos encontram-se cada vez mais atarefados e ocupados por consequência do medo do vazio.

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