Antropologia Etica e Cultura Vida Maria - Claretiano
Por: Rodrigo.aguiar • 16/9/2021 • Resenha • 407 Palavras (2 Páginas) • 231 Visualizações
CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - LICENCIATURA
ANTROPOLOGIA, ÉTICA E CULTURA
Aluno: Rodrigo Calmezini Rigo de Aguiar
Vida Maria
O curta metragem de Márcio Ramos, publicado em 2006, traz em menos de 9 minutos de vídeo um profundo sentido antropológico. Vida de Maria retrata uma realidade presente no sertão brasileiro, mas que não se restringe ao mesmo, sendo perfeitamente possível em qualquer parte do Brasil ou do mundo.
Inserida num contexto de pobreza e subsistência, Maria se vê sujeita à um padrão comportamental hereditário. O dito popular de “Maria vai com as outras” ilustra muito bem a situação das Marias dessa família sertaneja. Cada geração que se sucede é tudo sempre igual. Todas as jovens Marias têm a sua infância interrompida pelas necessidades e contingências de sua condição social e, logo cedo na vida, são obrigadas a abandonar seus sonhos de futuro. Isso se dá porque, dá mesma forma que nada muda na vida das Marias, igualmente nenhuma delas faz uma análise crítica do comportamento de seus familiares, e, consequentemente, nenhuma Maria se atenta de que é livre para construir uma nova identidade humana.
Maria José, como as Marias passadas da família, não foge à regra. Sua vida não é nada mais que a repetição da vida de suas antepassadas. Fechada nessa existência cíclica, suas possibilidades e oportunidades não eram as mais propícias para que uma realização de valores individuais mais nobres fosse possível. No entanto, ela, por ser um ente livre, possuía essa capacidade de romper essa barreira comportamental e ir contra as pré-disposições impostas pelo meio. Enquanto criança, ela não teria muito o que fazer por estar sujeita à vontade dos pais, uma vez que a contingência própria da condição infantil a poriam maniatada ainda que desejasse algo diferente. Por isso, parece que a melhor atitude que Maria José poderia ter tomado seria a de visar um futuro diferente para seus descendentes, fazer com que pudessem estudar, incentivar sonhos e realizações, impulsionar o crescimento cultural e humano de seus filhos. Desse modo ela estaria superando os desafios sociais, plantando na próxima geração a possibilidade de realizar valores individuais mais nobres que ela não teve. Assim, por um princípio de alteridade, Maria José teria conseguido a realização desses valores para si, conseguindo-os para as próximas Marias.
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