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Apologia E Criton

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Por:   •  18/9/2014  •  929 Palavras (4 Páginas)  •  712 Visualizações

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Com o intuito de compreender o contexto histórico, social e político de um dos maiores pensadores da história, a paixão e morte de Sócrates foi relatada por seu discípulo Platão em quatro livros: Eutifron, Apologia, Críton e Fédon. O texto que trabalharemos é o de Críton, nele Sócrates ministra seus ensinamentos sob a forma de perguntas e respostas, o filósofo então considerava o diálogo a forma primitiva do pensamento filosófico e o único caminho para chegarmos a entender uns aos outros.

Nas obras de Platão, principalmente em seus primórdios, a participação do filosofo é ativa como se apenas ele questionasse e já fosse transmitindo as ideias para outro que simplesmente parece apenas concordar com o que esta sendo dito, semelhante a maiêutica socrática, onde o objetivo é procurar a verdade no interior do próprio homem. Em outra fase já pode-se notar maior atividade de todos os personagens, interagindo e refutando as ideias apresentadas, fazendo-nos notar que na dialética platônica ocorrem mudanças de acordo com o contexto histórico vivido pelo filósofo.

Ao ser contemplado por vários tipos de doutrinas, Platão sentiu a importância de retomar os conceitos de Sócrates e unificar as teorias de seus antecessores, pois apesar dos equívocos todos eles tinham razão em parte de suas afirmações e assim fez surgir sua teoria de ideias, concluindo que por cima da ordem da realidade sensível deve existir uma realidade inteligível eternamente igual a si mesma.

Segundo os relatos de Platão, Sócrates defendeu um estado dividido em classes, exercendo autoridade nas massas através de formas indiretas ou mesmo pela força, quando necessário. Este seria o Estado ideal, que considerava o cidadão como um objeto a ser disposto pelo Estado, sendo que este decidia a idade de procriação das pessoas, confiscava seus filhos, eliminava as crianças física e mentalmente inaptas, censurava as obras artísticas consideradas inadequadas e previamente os discursos, criava centros de “reeducação” para cidadãos que não aceitassem as determinações da elite mandante e também defendia o exílio para aqueles que insistissem em agir fora das determinações do Estado. Foi um elitista, que expressou enquanto vivo sua total descrença na democracia e ainda elogiava os regimes ditatoriais num período em que a democracia grega havia acabado de passar por golpes comandados por aristocratas, muitos deles discípulos de Sócrates.

Jaeger, Werner. Paidéia. São Paulo. Martins Fontes: 2003, 1413 p. Platão. A República. São Paulo. Editora Nova Cultural: 2004, 352 p. Reale, Giovanni. Antiseri, Dario. História da Filosofia Vol 1. São Paulo: Editora Paulus: 1990, 693 p.

Sócrates nasceu em Atenas em 469 a.C e morreu na mesma cidade em 399 a.C, tendo atuado no período clássico ateniense. Sua cidade venerava as artes, o discurso e as competições atléticas, era democrática uma vez que o poder político era exercido pelos cidadãos da cidade-estado, escolhidos por sorteio e os assuntos da cidade eram discutidos em praça pública. Apesar de ter nascido e ter ensinado em Atenas por toda a sua vida, Sócrates estava longe de ser um democrata e suas ideias encontravam mais eco no estilo de vida espartano.

O filósofo não deixou de ensinar suas ideias, que como vimos eram contrárias ao estilo de vida e ao próprio Estado Ateniense. Apesar de Platão jamais dizer isso diretamente, surge um painel bastante claro de um pós-guerra sanguinolento onde no meio de Atenas continua havendo um Sócrates pregando um estado forte, oligárquico e avesso à democracia chegando-se

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