As Teorias Contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau
Seminário: As Teorias Contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: karolinarosa • 26/9/2013 • Seminário • 1.021 Palavras (5 Páginas) • 1.053 Visualizações
As Teorias Contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau
(Baseado nas obras de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins,
na de Gilberto Cotrim, na de Dalmo Dallari e no texto de Aloisio Fritzen).
Nos séculos XVII e XVIII, o pensamento político tem como principal interrogação o fundamento racional do poder soberano.
O que se procura não é resolver a questão da justiça, nem justificar o poder pela intervenção divina, mas colocar o problema da legitimidade do poder.
Por isso, filósofos tão diferentes como Hobbes, Locke e Rousseau têm o idêntico propósito de investigar a origem do Estado (o princípio e a razão de ser do Estado).
Um ponto comum que perpassa o pensamento desses três filósofos a respeito da política: a idéia de que a origem do Estado está no contrato social.
Parte-se do princípio de que o Estado foi constituído a partir de um contrato firmado entre as pessoas.
Aqui se entende o contrato como um acordo, consenso, não como um documento registrado em cartório.
Além disso, a preocupação não é estabelecer um momento histórico (data) sobre a origem do Estado.
A idéia é defender que o Estado se originou de um consenso das pessoas em torno de alguns elementos essenciais para garantir a existência social.
Porém, existem algumas divergências entre eles, que veremos a seguir.
Para o inglês Thomas Hobbes (1588-1679), o homem vive inicialmente em "estado de natureza" (estado PRIMITIVO de DESORDEM, pois não tem suas ações reprimidas nem pela razão nem pela presença de instituições políticas eficientes).
O estado de natureza é uma permanente ameaça que pesa sobre a sociedade, pois pode irromper sempre que a PAIXÃO SILENCIAR A RAZÃO ou A AUTORIDADE FRACASSAR.
Os homens, no estado de natureza, são egoístas, luxuriosos, inclinados a agredir os outros e insaciáveis.
Há no homem um desejo de destruição e de manter o domínio sobre o seu semelhante (competição constante, estado de guerra - “guerra de todos contra todos”).
Por isso, torna-se necessário existir um poder que esteja acima das pessoas individualmente para que o estado de guerra seja controlado, isto é, para que o instinto destrutivo do homem seja dominado.
Nesse sentido, o Estado surge como forma de controlar os "instintos de lobo" (“o homem é o lobo do próprio homem”) que existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da vida das pessoas.
Apesar de suas paixões más, o homem é um ser racional e descobre os princípios que deve seguir para superar o estado de natureza e estabelecer o estado social.
Segundo Hobbes, para que isso aconteça, é necessário que o soberano tenha amplos poderes sobre os súditos.
Os cidadãos devem transferir o seu poder ao governante, que irá agir como soberano absoluto a fim de manter a ordem.
Em sua obra Leviatã, Hobbes atribui legitimidade ao poder político absoluto, baseando-se na concepção de uma natureza humana competitiva e destrutiva para qual somente um poder forte do Estado teria condições de fazer frente.
Por último, Hobbes entende que mesmo um MAU GOVERNO é melhor do que o ESTADO DE NATUREZA.
O também inglês John Locke (1632-1704) parte do princípio de que o Estado existe não porque o homem é o lobo do homem, mas em função da necessidade de existir uma instância acima do julgamento parcial de cada cidadão, de acordo com os seus interesses.
Cada qual sendo juiz de sua própria causa, leva ao surgimento de problemas nas relações entre os homens.
Assim, os cidadãos livremente escolhem o seu governante, delegando-lhe poder para conduzir o Estado, a fim de garantir os direitos essenciais expressos no pacto social.
O Estado deve preservar o direito à liberdade e à propriedade privada.
As leis devem ser expressão da vontade da assembléia e não fruto da vontade de um soberano.
Locke é um opositor ferrenho da tirania e do absolutismo (defendido por Hobbes),
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