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Atps Psicologia

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Por:   •  25/5/2014  •  2.378 Palavras (10 Páginas)  •  436 Visualizações

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1- Desigualdade e a Invisibilidade social na Formação da Sociedade Brasileira

A desigualdade social, na sociedade contemporânea, é um fenômeno que ocorre em quase todos os países do globo, guardadas suas proporções e dimensões, e é desencadeado, principalmente, entre outros motivos, pela má distribuição de renda em uma população, onde se concentra a maioria dos recursos nas mãos de uma minoria abastada da sociedade e, consequentemente, o melhor e maior acesso a subsídios econômicos, educacionais, de saúde e segurança, etc. Nos dias atuais vivemos a era das desigualdades, atribuídas principalmente á política neoliberal que se consolida tanto nos países centrais quanto periféricos, más a desigualdade, seja ela social, econômico ou racial, é uma realidade já antiga, que vem se perpetuando e se acentuando ao longo dos tempos. Esta situação não atinge somente os chamados países do terceiro mundo, mas estão nestes países as populações mais atingida por ela. O Brasil tem buscado saídas para a redução da pobreza, principalmente pela via do crescimento econômico, mas não tem se preocupado com questões referentes á redução das desigualdades sociais.

Os trabalhadores que executam tarefas imprescindíveis à sociedade moderna, mas assumidas como de categoria inferior pelos mais variados motivos, geralmente não são nem percebidos como seres humanos, e sim apenas como “elementos” que realizam trabalhos a que um membro das classes superiores jamais se submeteria. Em consequência, o que não é reconhecido não é visto. A invisibilidade social é um tema que esta relacionado a pessoas que exercem profissões desprovidas de status, glamour, reconhecimento social e adequada remuneração.

Utilizamos como ponto de pesquisa a tese de doutorado do psicólogo Fernando Braga da Costa, que como parte de um estagio solicitado por uma das disciplinas que cursava, ele resolveu acompanhar a rotina dos garis da Cidade Universitária (USP). Em sua experiência ele relata que ao vestir o uniforme de gari, não conseguiu ser reconhecido nem mesmo por seus professores e amigos de curso. Não é que ele tenha sido ignorado, menosprezado, rejeitado. Pior: nem foi visto. Era como não estar lá; como não ser. Braga mostra que o preconceito social e tão incrível que leva a simplesmente apagar pessoas do campo de visão. A invisibilidade é tão automatizada na sociedade que muitas vezes nem mesmo os ser invisível se da conta de sua degradante situação. Se ele percebe, carece de armas para o combate O invisível não tem voz, seu discurso não é levado em conta, sua opinião sobre o mundo não importa. Ele oferece o corpo apenas como ferramenta de trabalho e suas tarefas são consideradas desqualificadas socialmente são apenas tarefas de força bruta, coisa de gente bruta.

A Sociologia de Jessé Souza parece traçar uma critica muito dura e seu trabalho rema contra a maré de idéias retificadas no senso comum e no ambiente acadêmico, na tentativa de mostrar qual a verdadeira origem desta sociedade brasileira, ou melhor, qual a verdadeira origem da desigualdade desta sociedade. Este autor tenta mostrar uma nova ordem, apresentar teorias sólidas que possam explicar o Brasil e sua gente. Souza não acredita que a pura descrição da realidade das pessoas socialmente humilhadas possa definir o que é desigualdade e sua origem social. Para ele, é preciso articular a história de vida desses sujeitos invisíveis com teorias sólidas, buscar explicações macrossociológicas para compreender a constituição social dos brasileiros. A desigualdade surge, ramifica-se e permanece na sociedade por fatores concretos, que podem ser retomados historicamente, não podemos aceitar que isto seja um fato natural. Souza esforçou-se em romper com teorias clássicas da sociologia brasileira, apontando novos paradigmas, mais abrangentes e que deêm conta de explicar as causas da desigualdade social brasileira.

Um projeto com compromisso social não deve perder de vista os contextos sociais e políticos nos quais os sujeitos se inserem e é neste segmento que Fernando Braga da Costa desenvolve sua pesquisa. Além de combater uma psicologia mais individualista, ele se volta para as relações entre pessoas e para a comunidade na qual elas se inserem. Este autor também busca uma interlocução com as demais áreas das ciências humanas, não se limita ao âmbito da psicologia social. Percebemos também o compromisso deste autor com o social, em desvendar uma desigualdade encoberta ou uma gente encoberta pela desigualdade. Seu projeto revela uma postura crítica, um modo de fazer pesquisa que requer aproximação do seu objeto, para analisa-lo de forma segura e ser fiel á realidade enfrentada cotidianamente por cidadãos tão humilhados.

Entendemos que Jessé Souza esforça-se muito mais para dar conta do contexto sócio-histórico que possibilitou a construção da desigualdade, já Fernando Braga da Costa vai direto ao relato dos seus sujeitos e propõe interlocuções muito mais tímidas com as teorias que fundamentam se objeto de estudo, não pede de vista a importância de articular sua obra com outras áreas do conhecimento e esta tarefa é necessária para tornar seu texto tão critico quanto de Souza.

Existem profissões cujos elementos carregam o mesmo estigma da Invisibilidade Social, tais como lixeiros, garis, faxineiras, seguranças, frentistas, garçons, cobradores de ônibus, cortadores de cana e outras de caráter operacional. Acreditamos que tais profissões, geralmente pouco remuneradas, dão a estas pessoas a condição de invisíveis, pois, vivemos em uma cultura consumista, muitas vezes julgados pelo que consumimos, então como não são capazes de sobreviverem neste meio, pois não possuem condições financeiras para pertencerem a grupos de consumo de bens materiais, não são percebidos por outros membros, portanto, são invisíveis. Terão que se enquadrar nos padrões de consumo impostos pela sociedade. A invisibilidade social é um fenômeno decorrente da contemporaneidade, mas especificamente do século XX. O termo invisibilidade social é um conceito que foi criado para designar as pessoas que ficam invisíveis socialmente, seja por preconceito ou indiferença. Esse conceito é bastante amplo, abarcando os vários fatores que levam a uma invisibilidade, tais como sociais, estéticos, econômicos, históricos, culturais, etc. Para as pessoas que sofrem com esse fenômeno, o fato que as identifica nessa minoria agredida é uma constante e latente humilhação. Todavia isso pode acarretar diversos problemas, como depressão, doenças psíquicas, distúrbios e o bullying. O fenômeno é determinado principalmente pelas influências sócio-econômicas advindas do sistema capitalista, o Neoliberalismo, e as crises de identidade nas relações entre os

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