COMPARAÇÃO ENTRE SAPATAS E PRATA
Tese: COMPARAÇÃO ENTRE SAPATAS E PRATA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: joanadark25 • 3/4/2014 • Tese • 5.991 Palavras (24 Páginas) • 347 Visualizações
COMPARAÇAO ENTRE SOCRATES E PLATAO
• Não é fácil separar Platão de seu mestre. Citarei Aristóteles, o maior testemunho da relação entre os dois pensadores, uma vez que foi discípulo direto de Platão: "Sócrates foi o primeiro a se ocupar exclusivamente de problemas éticos, além de ter sido o primeiro a aplicar o seu pensamento às definições" (Metafísica, I, 3). Xenofonte, um outro dos discípulos de Sócrates, nos seus "Memoráveis", também enfatiza esse caráter do pensamento socrático, isto é, de se ocupar apenas de questões humanas. Nisso ele seguiu os sofistas, mas introduziu um elemento religioso no seu pensamento, ligado à religião dos mistérios: o orfismo, que acreditava na imortalidade da alma e num grande destino para a alma dos justos no Hades (o mundo dos mortos). Sócrates também é o primeiro a dar à alma uma significação individual, já próxima, como diz Werner Jaeger, da "alma" cristã. Antes, os primeiros filósofos (os pré-socráticos), falavam de uma alma universal, de uma "anima mundi" (alma do mundo), como dizia aproximadamente Tales: a alma é divina e está em todas as coisas. A tradição anterior a Sócrates se manifesta de modo mais poético que metódico, além de restringir-se a uma filosofia da natureza, e a aplicação do pensamento de Sócrates às definições começa a dar um sentido mais tratadístico à filosofia, que passa a exprimir-se com ordem de razões. O maior exemplo disso é Aristóteles, que incorpora, a partir de Platão, o modo socrático de fazer filosofia. Platão também, a partir de Sócrates e dos sofistas, começa a entender a importância das coisas humanas e da política para todo o desenvolvimento humano rumo à justiça e à filosofia, mas ele vai além disso, reabrindo novamente o seu pensamento para questões de ordem cosmológica, como nos provam diálogos como o Timeu e o Crítias (esses já são considerados diálogos da velhice). Mas Platão, certamente, a partir dos diálogos da maturidade, começa a introduzir elementos no seu pensamento que vão muito além de Sócrates. Sócrates nada escreveu e, certamente, o momento em que Platão é mais influenciado por ele nos é conservado nos diálogos da juventude, que sempre terminam com um impasse teórico (aporia), isto é, inconclusivamente. A partir da maturidade (como ressaltou o Gru Gru), sobretudo a partir de dois diálogos, o "Górgias" e o "Ménon", Platão começa a evoluir em relação a Sócrates em dois pontos: no emprego da matemática pitagórica como suporte do método dialético (herdado da dialética de Zenão e Eléia, discípulo de Parmênides, e da maiêutica socrática, o método da busca das definições) e no início da descoberta (como diz Giovanni Reale) da realidade das idéias (eîdoi) supra-sensíveis. É novamente Aristóteles que nos dá o testemunho, dizendo que as aporias socráticas levaram Platão a introduzir as idéias transcendentes como princípios de todas as coisas. Segundo essa leitura de Aristóteles, Platão entendeu que Sócrates teria conseguido provar que o caminho da física (da filosofia da "phýsis" - natureza) não era suficiente para atingir o princípio supremo das coisas e, assim, introduziu o "mundo supra-sensível" das idéias-princípios. A partir daqui começaremos a encontrar nos diálogos teses autenticamente platônicas. Não há nada que prove historicamente que Sócrates tenha chegado a essas teorias; elas são, certamente, de Platão, sobretudo a teoria das idéias (cuja interpretação é muito polêmica pelos estudiosos). Uma outra fonte que de modo algum é referida por Sócrates é Heráclito de Éfeso, para cujas aporias Platão oferece respostas plausíveis. Heráclito proclamava a impermanência de todas as coisas e o fogo como princípio de tudo. Platão recusa essa tese, que ele julga "materialista", e propõe que, quando Heráclito a defendia, estava a falar do mundo corpóreo, que é essencialmente impermanente (confira a "alegoria da caverna", República, livro VII). Era preciso encontrar, no "mundo das idéias', a permanência e a eternidade do "ser" (o diálogo "Sofista" apresenta o "ser" como um gênero supremo). Três diálogos nos oferecem "chaves" para a solução de Platão para a impermanência das coisas: o "Crátilo", que discute a doutrina de Heráclito, o "Fédon", sobre a imortalidade da alma, e a República, livro X (o mito de Er): o retorno "consciente" de Er do mundo dos mortos faz com que ele possa contar aos vivos o que viu no "outro mundo", no subterrâneo do Hades, para onde Sócrates, na narrativa do Fédon, diz que irá após a morte. Outros diálogos podem ser lidos, como o Fedro (um dos mais belos diálogos de Platão - não deixe de lê-lo!) e o Banquete, que tocam nessa questão da realidade transcendente e das idéias. Eu poderia falar mais (devo ter deixado passar muita coisa sem aprofundar), mas creio que não haja espaço para isso aqui. Uma coisa, porém, é certa: Platão foi muito além de Sócrates e é uma das maiores vertentes do pensamento ocidental. E ficaria sozinho nessa posição se Aristóteles não tivesse dividido com ele esse mérito. O filósofo contemporâneo Whitehead chegou a dizer que toda a história da filosofia não passa de notas de rodapé aos escritos de Platão.
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Kabral-SS respondido 6 anos atrás
na verdade da verdade, apesar de um ser discipulo do outro , existe sim , uma diferença basica no pensamento dos dois na qual tentarei expor aqui com poucas palavras
Socrates , diziaa que a verdadeira exencia das coisas estava no material , no palpavel e que depois se formavam em nossas mentes , quanto que platão definia que a verdadeira escencia das coisas se formava primeiramente no mundo das ideias para depois se materializar ... a partir destas duas vertentes se formaram futuramente o empirismo e racionalismo respectivamente ,
quanto a platão acreditar que tudo se forma primeiro no mundo das ideias , a partir dai temos a origem da expressão " amor platonico" que sempre está somente em nossa cabeça ^^
abraços o/
o Taxa
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Marcus respondido 6 anos atrás
Platão sustenta o seu pensamento, inicialmente, sobre as idéias de Sócrates, mas, na medida em que vai
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