Campo Religioso e Sociedade Global

CAMPO RELIGIOSO E SOCIEDADE GLOBAL: A ESTRUTURAÇÃO POLÍTICA E ÉTICA DOS DIREITOS HUMANOS

RESUMO

Com base no estudo apresentado por José Bittencourt Filho sobre o campo religioso e a sociedade global, este artigo tem por objetivo compreender a religião no contexto global e as preocupações com a ética e a moral tanto nos ambientes religiosos quanto nos políticos e sociais no que se refere à conservação da raça humana e o respeito aos direitos individuais. Para tanto analisa três aspectos importantes na estruturação da política e da sociedade considerando a religião no mundo pós-moderno e sua articulação com o contexto da ética, da cidadania, da democracia e dos princípios que fundamentam o respeito aos direitos e à dignidade humana. A metodologia proposta para o artigo é bibliográfica numa revisão pela qual se analisa o papel das tradições religiosas na estruturação e manutenção das diferentes sociedades e suas culturas.  

Palavras-Chave: Globalização. Religião. Direitos Humanos. Ética. Cidadania.

 

1. INTRODUÇÃO

Os direitos dos quais os ser humano é dotado foram engendrados pela explicitação filosófica e jurídica não sendo antecipados à Sociedade e ao Estado por isso o reconhecimento do direito individual só ocorreu efetivamente nas sociedade moderna.

O presente Artigo tem como enfoque o campo religioso e a sociedade global apresentado por José Bittencourt Filho que estrutura a religião no mesmo processo histórico da organização política das sociedades.  

O breve estudo ora apresentado analisa três aspectos importantes nessa estruturação considerando a religião no mundo pós-moderno e sua articulação com o contexto da ética, da cidadania, da democracia e dos princípios que fundamentam o respeito aos direitos e à dignidade humana.

O objetivo é compreender a religião no contexto global e as preocupações com a ética e a moral tanto nos ambientes religiosos quanto nos políticos e sociais no que se refere à conservação da raça humana e o respeito aos direitos individuais.

A metodologia proposta para o artigo é bibliográfica numa revisão pela qual se analisa o artigo de Bittencourt Filho diante do papel das tradições religiosas na estruturação e manutenção das diferentes sociedades e suas culturas.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Religião no mundo pós-moderno

Com a cultura do pós-moderno, a reconstrução dos fundamentos da ciência/saber científico e os impulsos gerados pela cibernética vieram novos cenários influenciando os hábitos mentais dos indivíduos e conduzindo para uma nova forma de construir saberes que interessa às culturas e às religiões indicando que não existe mais uma única verdade.

Todavia, o mundo pós-moderno se mostra complexo, fluido, com cosmovisões variadas, identidades que clamam por espaço e conhecimentos.  Os sujeitos desse mundo possuem novas linguagens, símbolos, mensagens e paradigmas.

A sociedade pós-moderna vem sendo marcada pela individualização, pela deterioração dos valores éticos, pelo consumismo e excessiva competividade, pelo domínio do poder econômico, onde tudo está voltado para o utilitarismo, e o que deveria estar evidente no momento é como as religiões estão inserindo-se nesse novo modo de vida das pessoas para construir uma vivência em que se retorne aos valores fraternais, solidários, afetivos e mais humanos.  

 Visto que os conceitos éticos ensinados pelas religiões não afetam mais as questões sociais em um processo conhecido como secularização e distinguindo entre novas tendências religiosas, tendências esotéricas, e movimentos alternativos surgidos a partir da "revolução da juventude" da década de 1960 constituindo-se de uma "nova espiritualidade" entre eles citam-se o Sincretismo, Esoterismo e a Astrologia, Espiritismo, Ufologia como novas crenças que vem se difundindo no mundo.

“A diversidade religiosa na sociedade global está associada ao mesmo processo histórico que possibilitou que as sociedades existissem e funcionassem sem precisar estar fundadas sobre um único princípio religioso organizador” afirma Bittencourt Filho (2012, p.53).  

No mundo moderno, as relações pessoais, o trabalho, a sociedade consumista, a globalização e outros aspectos podem ser abordados sob a ótica da aceleração das mudanças que tiveram início no século passado com a evolução das tecnologias que conferiram à concepção do homem moderno, como ser social, outra dimensão. Nessa dimensão, as condições materiais determinam as relações dos indivíduos na sociedade e provocam desigualdades sociais.

No entanto, Bittencourt Filho (2012) argumenta que apesar da desigualdade constatada no campo social nas periferias onde o projeto pós-moderno de promover o bem estar social foi ineficaz, no campo religioso, ao contrário, a modernidade auxiliou para que se realizasse seus objetivos. No entanto, a modernidade trouxe para as diversas religiões a proposta de privatização, indexando à elas a lucratividade, o ter antes do ser.

Na era moderna todos os seres humanos são testemunhos do comportamento religioso, não importando a fé que se professa e que as relações devem ser construídas sobre bases de harmonia, amor e preocupação com o bem comum.

Em relação às religiões e aos fenômenos religiosos onde a ciência também é fundamentada num conjunto de princípios, conceitos, métodos e fins, porém, acredita-se que atualmente vem sendo ampliada numa dimensão planetária de mundo onde os estudos encontram-se sempre numa dimensão de esboços inacabada.  

2.2 Questões Éticas

No mundo moderno determinou-se preocupações com a ética visto considerar-se que a vida humana encontra-se ameaçada em virtude de realidades que são consideradas vitais para a raça humana tais como a questão ecológica e sua deterioração graças aos interesses particulares com a anuência dos mecanismos políticos dos quais decorre também a violência dos direitos humanos.

A pessoa moral universal moderna é antes uma síntese de múltiplos conflitos cuja solução tem desafiado a razão dos humanos nos últimos séculos – uma resposta que vem se impondo e já adquire ares de naturalidade, mas que, em sua origem, brigava com o senso-comum e com as instituições tradicionais vigentes.