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Cana De açucar

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Por:   •  3/11/2014  •  2.045 Palavras (9 Páginas)  •  247 Visualizações

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Introdução

A cana de açúcar é talvez o único produto de origem agrícola destinado à alimentação que ao longo dos séculos foi alvo de disputas e conquistas, mobilizando homens e nações. A planta que dá origem ao produto encontrou lugar ideal no Brasil.

Introduzida no período colonial, a cana-de-açúcar se transformou em uma das principais culturas da economia brasileira. O Brasil não é apenas o maior produtor de cana. É também o primeiro do mundo na produção de açúcar e etanol e conquista, cada vez mais, o mercado externo com o uso do biocombustível como alternativa energética.

A política nacional para a produção da cana-de-açúcar se orienta na expansão sustentável da cultura, com base em critérios econômicos, ambientais e sociais. O programa Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar (ZAEcana) regula o plantio da cana, levando em consideração o meio ambiente e a aptidão econômica da região. A partir de um estudo minucioso, são estipuladas as áreas propícias ao plantio com base nos tipos de clima, solo, biomas e necessidades de irrigação.

História da Cana de Acúçar

O açúcar era consumido por reis e nobres na Europa, que a adquiriam de mercadores monopolistas, que mantinham relações comerciais com o Oriente, a fonte de abastecimento do produto.

Por ser fonte de energia para o organismo, os médicos forneciam açúcar em grãos para a recuperação ou alívio dos moribundos. No início do século XIV, há registros de comercialização de açúcar por quantias que hoje seriam equivalentes R$ 200,00/kg. Por isso, quantidades de açúcar eram registradas em testamento por reis e nobres.

Cristóvão Colombo, genro de um grande produtor de açúcar na Ilha Madeira, introduziu o plantio da cana na América, em sua segunda viagem ao continente, em 1493, onde hoje é a República Dominicana.

Oficialmente, foi Martim Affonso de Souza que em 1532 trouxe a primeira muda de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania de São Vicente. Lá, ele próprio construiu o primeiro engenho de açúcar. Mas foi no Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multiplicaram.

Depois de várias dificuldades, após 50 anos, o Brasil passou a monopolizar a produção mundial açúcar. Portugal e Holanda, que comercializavam o produto, tinham uma elevada lucratividade.

A Europa enriquecida pelo ouro e prata do Novo Mundo passou a ser grande consumidora de açúcar. Para diminuir a dependência do açúcar brasileiro, os holandeses iniciaram a produção açucareira no Caribe e mais tarde os próprios ingleses e franceses fizeram o mesmo em suas colônias, acabando com o monopólio do açúcar brasileiro. Mesmo assim, no período do Brasil Império de (1500-1822) a renda obtida pelo comércio do açúcar atingiu quase duas vezes à do ouro e quase cinco vezes à de todos os outros produtos agrícolas juntos, tais como café, algodão, madeiras, etc.

Europa não dependeria mais da importação de açúcar de outros continentes. Por outro lado, em plena revolução industrial, o uso de novas máquinas, técnicas e equipamentos possibilitaram às novas indústrias tanto de beterraba, como decana, um novo patamar tecnológico de produção e eficiência, impossível de ser atingido pelos engenhos tradicionais.

O imperador do Brasil, D. Pedro II, era um entusiasta das novas tecnologias e em 1857 foi elaborado um programa de modernização da produção de açúcar. Assim surgiram os Engenhos Centrais, que deveriam somente moer a cana e processar o açúcar, ficando o cultivo por conta dos fornecedores.

Nessa época, Cuba liderava a produção mundial de açúcar de cana com 25% do total e o açúcar de beterraba produzido no Europa e EUA significava 36% da produção mundial.

Foram aprovados 87 Engenhos Centrais, mas só 12 foram implantados. O primeiro deles, Quissamã, na região de Campos, entrou em operação em 1877 e está em atividade até hoje. Mas a maioria não teve a mesma sorte.

A 1ª Grande Guerra, iniciada em 1914, devastou a indústria de açúcar européia. Esse fato provocou um aumento do preço do produto no mercado mundial e incentivou a construção de novas usinas no Brasil, notadamente em São Paulo, onde muitos fazendeiros de café desejavam diversificar seu perfil de produção.

Escravidão nos Canaviais

A economia agrária colonial teve sua base local na grande exploração rural (latifúndio com lavoura de cana e engenho de açúcar). As culturas tropicais, quando plantadas em grande escala, rendiam bom dinheiro ao fazendeiro. Daí a formação, no Brasil, das grandes explorações agrícolas de preferência às pequenas. Com a eliminação inicial da pequena propriedade, a economia agrária da Colônia se fundamentou unicamente no grande domínio rural.

Com a implantação das grandes lavouras de exportação no Brasil, instalou-se também aqui a escravidão. A economia canavieira brasileira foi, por mais de um século, a maior do mundo. Daí pode-se entender a importância da mão-de-obra nessa economia. A posição privilegiada do Brasil, como único grande produtor de açúcar, favoreceu a rápida prosperidade das lavouras e a constituição de grandes fortunas. Isso, no entanto, exigiu o esforço de dezenas e dezenas de milhares de trabalhadores. Desde o início, a massa trabalhadora foi constituída de índios, mestiços e negros, todos submetidos à escravidão.

Num primeiro momento utilizaram-se habitantes da terra atraindo-os amistosamente, porem os índios começaram a resistir o trabalho que lhes era imposto. Os portugueses então começaram a caça-los e escraviza-los. Mas os índios estavam em seu terreno, por isso sua capacidade de resistência era grande.

Ante as dificuldades que se apresentavam para a exploração dos índios, os portugueses decidiram incorporar as fazendas e engenhos os nativos da África que lá eram caçados e vendidos a mercadores que os traziam para o Brasil.

Embora também resistissem ao trabalho forçado, sua situação foi mais difícil que a dos índios brasileiros, estavam em terra estranha e fugindo teriam que disputar terra com as tribos brasileiras. No final do período colonial, os negros eram aproximadamente metade da população brasileira.

Modernização Acelerada

Desde a 2ª Guerra Mundial, os esforços da indústria açucareira brasileira se concentraram na multiplicação da capacidade produtiva. As constantes alterações na cotação do açúcar no mercado internacional e os equipamentos obsoletos forçaram uma

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