Como Surgiu a Filosofia
Por: Claudio Roberto Oliveira Custodio • 25/8/2018 • Trabalho acadêmico • 1.214 Palavras (5 Páginas) • 214 Visualizações
Atividade aula 2
1. Como surgiu a filosofia? Quais as diferenças entre o pensamento filosófico e o Mito?
De acordo com o texto de Marilena Chaui em seu “Convite à Filosofia”, a primeira
diferença é que o mito contava uma historia para explicar, mesmo que de maneira fabulosa, como as
coisas eram ou aconteceram no passado enquanto que a Filosofia, ao contrário, se preocupa em
explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro, as coisas são como são.
A segunda diferença é que o mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou
alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto a Filosofia, ao contrário,
explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. O mito falava
em Urano, Ponto e Gaia; a Filosofia fala em céu, mar e terra. O mito narra a origem dos seres
celestes (os astros), terrestres (plantas, animais, homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com
Urano e Ponto. A Filosofia explica o surgimento desses seres por composição, combinação e
separação dos quatro elementos - úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar.
A terceira diferença é que o mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o
incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também
porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A Filosofia, ao
contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a
explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da
pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.
Assim sendo, para mim, a principal diferença entre o pensamento filosófico e o Mito é que
este último se baseia na imaginação enquanto que o primeiro tem sua base na razão. Tentando
buscar uma explicação para os fenômenos e as coisas da vida, tanto uma quanto outra, partem do
mesmo lugar, a saber, o espanto com o mundo. Quando o homem se espanta com o mundo ele fica
curioso, começa a indagar o porquê das coisas. Diante da ineficácia aparente da mitologia em
explicar os fenômenos do mundo, passou-se a fazer uma investigação mais rigorosa e isso
aconteceu na Grécia, seis séculos antes de Cristo. E isso marca o nascimento da Filosofia que em
grego significa “Amizade pela Sabedoria” ou ”Amor pelo saber”. Os gregos foram os primeiros a
buscarem explicações para os fenômenos naturais sem a ajuda de deuses ou seres sobrenaturais,
como os utilizados na Mitologia.
2. Quais as teses que explicam o surgimento da filosofia, na Grécia? Qual delas é mais aceitável?
A primeira tese é que a Filosofia nascera por transformações que os gregos operaram na
sabedoria oriental (egípcia, persa, caldéia e babilônica). Assim, filósofos como Platão e Aristóteles afirmavam a origem oriental da Filosofia.
A segunda tese é que a Filosofia surgiu inesperada e espantosamente na Grécia, sem que
nada anterior a preparasse; que a Filosofia grega foi um acontecimento espontâneo, único e sem par,
como é próprio de um milagre; e que os gregos foram um povo excepcional, sem nenhum outro
semelhante a eles, nem antes e nem depois deles, e por isso somente eles poderiam ter sido capazes
de criar a Filosofia, como foram os únicos a criar as ciências e a dar às artes uma elevação que
nenhum outro povo conseguiu, nem antes e nem depois deles.
A terceira tese é a que refuta as duas primeiras, ou seja, “nem oriental, nem milagre”, é a
mais aceitável, pois após estudos históricos, arqueológicos, lingüísticos, literários e artísticos
corrigiram os exageros das duas teses, isto é, tanto a redução da Filosofia à sua origem oriental,
quanto o “milagre grego”.
3. Quais os fatores históricos que influenciaram o surgimento da filosofia?
As viagens marítimas, que permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos
diziam habitados por deuses. As viagens produziram o desencantamento ou a desmistificação do
mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre sua origem, explicação que o mito já não
podia oferecer.
A invenção do calendário, que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do
ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de
abstração nova, ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino
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