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Conceitos Kantianos e a Boa Vontade na Profissão do Arquivista

Por:   •  12/9/2017  •  Dissertação  •  1.253 Palavras (6 Páginas)  •  317 Visualizações

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 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS

DEPARTAMENTO DE ARQUIVOLOGIA

THAÍS RODRIGUES DE FARIA

Introdução à Filosofia

Conceitos Kantianos e a boa vontade na profissão do arquivista

Vitória/ES

 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS

DEPARTAMENTO DE ARQUIVOLOGIA

THAÍS RODRIGUES DE FARIA

Introdução à Filosofia

Conceitos Kantianos e a boa vontade na profissão do arquivista.

Trabalho de pesquisa apresentado à disciplina de Introdução à Filosofia como requisito parcial de aprovação.

Professora: Luiza Hilgert

Vitória/ES

 2017

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.        4

  1. Boa vontade x Dever        4
  2. A NATUREZA HUMANA E A VONTADE.................................................5

CONCLUSÃO.....................................................................................................6

  1. Conceitos de boa vontade na profissão do arquivista...................................6

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................7


  1. Boa vontade x Dever.

“Neste mundo, e até também fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa vontade”. A frase inicial de Fundamentação da Metafísica dos Costumes[1] de Imannuel Kant, abre a primeira secção do livro com uma afirmação à primeira vista simples de compreender, entretanto, ao analisarmos de forma mais detalhada, encontramos alguns conceitos mais diversificados; é necessário definir “boa vontade” e alguns sentidos extras para compreender o real pensamento do filósofo para a proposição introdutória. Além disso, ao se tratar de um conteúdo relacionado aos princípios morais e éticos, podemos, ao finalizar, fazer uso desse conceito na profissão do arquivista.

Em introdução aos conceitos, Imannuel Kant em primeiro instante, afirma acerca das qualidades ou riquezas[2] que podemos ter, algumas com propensão à boa vontade, contudo, filósofo as desconecta imediatamente do sentido concreto de boa vontade; segundo ele, o caráter está diretamente ligado a essas qualificações e o mesmo (o caráter) define se tais adjetivos são bons ou maus. Esse é o primeiro segmento para entendermos a citação do autor e trata do seu conceito de boa vontade, afirmando que “a boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão somente pelo querer, isto é, em si mesma” (FMC, BA 3), com isso, deixa claro que somente uma boa vontade, sem limitações, pode ser considerada em seu sumo sentido.

Dessa forma, passamos o conhecimento para a ideia de racionalidade e dever, pois essa boa vontade, sem limitações, é fruto da razão. Encontramos no texto, a noção de racionalidade como produto da natureza presenteado a nós, e que, por conseguinte, traz nossas vontades ou desejos; esses, nos acarretam ao querer e para saciá-lo visamos, a maioria das vezes, nosso  próprio bem-estar, ou seja, o querer está mais ligado à felicidade individual do que à questão moral ou racional.

Nesse contexto, entramos no mérito das vontades categóricas e hipotéticas e podemos exemplificá-las de forma simples: a vontade categórica se dá quando para atingirmos algum objetivo, pensamos que devemos agir de alguma forma, enquanto para a vontade hipotética, partimos do ponto que, independente do que atingiremos, temos de agir de alguma forma.

Podemos concluir, dessa maneira, o conceito da frase inicial do filósofo acerca da boa vontade e do dever (fruto da racionalidade), como a boa vontade, sendo algo singular e não necessáriamente ligada à bondade. A boa vontade é totalmente conectada à fatores racionais e dever haver imparcialidade quanto às nossas vontades individuais.

  1. A natureza humana e a vontade.

Após a compreensão dos sentidos e de fatores atribuídos à boa vontade, nos deparamos com um ponto aberto e foco de um amplo questionamento filosófico: Ora, se a natureza nos permitiu à racionalidade, e junto à essa, os desejos e vontades de felicidade, por que não utilizar tais características para atingirmos nossa própria felicidade?

A partir do contexto questionador, Imannuel Kant diz que “uma ação praticada por dever tem o seu valor moral, não no propósito que com ela se quer atingir, mas na máxima que a determina” (FMC, BA 13)”, ou seja, uma ação, que, independente do que for gerar ou da inclinação que a tenha motivado, tem base apenas no princípio do querer; o autor ainda diz que o “dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei” (FMC, BA 14), isto é, uma ação sem fins de vontade para si e sem esperança de retorno.

Logo, entendemos que o dever atribuído após a racionalidade, como produto da boa vontade, se inicia em reverência à lei. Em modo geral, se compreende, que, quanto às ações por inclinação, podemos enaltecê-las ou, por vezes apreciá-las, isso é, a tornando de nosso próprio interesse, entretanto, não podemos respeitá-las, pois o respeito, nesse enquandramento, pertence à lei.

O autor cita que “tudo na natureza age segundo leis” (FMC, BA 36), contudo, somente nós, seres humanos, agimos conforme às leis que nós mesmos criamos, ou seja, leis que não são naturais, pois temos parcialidade nas vontades das consequências. Esses fatores fazem com que a racionalidade acabe sendo conectada às nossas vontades, de modo que passamos a agir segundo a racionalidade, sem ser forçado a seguí-la.

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