Crepusculo dos Idolos
Por: Mia Tiziano • 8/12/2015 • Resenha • 1.001 Palavras (5 Páginas) • 1.206 Visualizações
Friedrich Wilhelm Nietzsche: filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta, compositor e dono de ironias e aforismos marcantes. É a partir dele, com ele e sobre ele que esse trabalho se trata. Uma análise crítico-filosófica acerca de três capítulos da obra do alemão que matou Deus.
I. A Razão na Filosofia
Nietzsche se prontifica, logo no início do capítulo, a dizer que a filosofia se escora em “múmias conceituais”: teorias antigas que foram reaproveitadas e tomadas como base pelos filósofos.
Segundo ele, de algum modo, sempre se acreditou na existência do Ser na filosofia, mas que nossa incapacidade de se apoderar dele faz com que se atribua a ideia de erros e equívocos à tamanha frustração. E aqueles que nos enganam são os sentidos, como Heráclito outrora dissera. Nietzsche era contrário a isso. Considerou que o filósofo grego fora injusto com os sentidos ao contestá-los e afirmou que os sentidos jamais mentem, diferentemente da razão. Ambos os pensadores, porém, se encontram na ideia de que o Ser é uma ficção vazia e que "o mundo 'verdadeiro' é um mundo acrescentado de maneira mendaz".
Nietzsche relata a importância dos sentidos e acrescenta o fato de que ciência alguma se dá senão por eles e através de sua aceitação; a ciência não sensitiva é "nascida abortada", e, no fim das contas, nem ciência é, a exemplo da teologia e da metafísica.
Outra característica perigosa dos filósofos é a tendência em antecipar as coisas últimas. Coisas estas que são de ordem superior e não podem, de forma alguma, ter experimentado o vir-a-ser: são todas causa de si mesmas. E assim a filosofia descobre o seu conceito estupendo de Deus.
São mostrados os erros antigos e atuais. Antigamente o erro era a aparência, mas hoje é o preconceito da razão que nos conduz a pecar. Ao erro da aparência, ele alega que os olhos são seus advogados; ao outro, a linguagem é a responsável.
Nietzsche cria quatro proposições. A primeira diz que os motivos que fizeram esse mundo aparente fundamentam melhor sua realidade, pois qualquer outra forma senão essa é indemonstrável. A segunda prega que as características dadas ao "Ser verdadeiro" das coisas são características do não-Ser, e que a essência das coisas e o mundo aparente é ilusão ótica de ordem moral. Na terceira, não há sentido algum em criar um mundo "diverso" além da vingança
contra a vida a partir da fantasmagoria de uma outra melhor. A quarta e última proposição nos prega que separar o mundo "verdadeiro" do mundo "aparente", seja de modo cristão ou kantiano, é sinal de decadência, pois os sentidos são a única realidade.
Em suma, a aparência significa a realidade, porém seleta, intensificada e corrigida.
II. E o “Mundo Verdadeiro” se torna Fábula
Neste capítulo, vemos fragmentos dos pensamentos de Nietzsche. Frases que modelam seu fluxo de raciocínio e nos remetem a ideia do fim de dois mundos: o verdadeiro e o aparente.
"O mundo verdadeiro, alcançável ao sábio, ao devoto, ao virtuoso. Eles vivem nesse mundo. Eles são esse mundo."
"O mundo verdadeiro é por hora inatingível, mas é prometido ao sábio, ao devoto, ao virtuoso. À aquele pecador que cumpriu sua pena."
"O mundo verdadeiro, sem pensado como um consolo, um compromisso, ele se torna inatingível, indemonstrável, e não passivo de ser prometido."
"O mundo verdadeiro é inatingível? De qualquer forma ainda não foi. E enquanto não for será também desconhecido. Logo tampouco consolador, redentor, obrigatório. Pois como algo desconhecido pode ser obrigatório?"
"O mundo verdadeiro já não serve mais pra nada, ou seja, se torna uma ideia refutada."
"Com a ideia do mundo verdadeiro superada, o que nos
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