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Era Vargas Um Crepúsculo de Um Ídolo

Por:   •  1/11/2018  •  Ensaio  •  1.645 Palavras (7 Páginas)  •  1.109 Visualizações

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Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG [pic 1]

1° período de Ciências do Estado

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Profª Marcella Furtado de Magalhães Gomes

História do Estado & Cidadania

Era Vargas

O crepúsculo de um ídolo

Resenha crítica: Estado novo – Estrutura de poder, relações de classes

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        A modernização repúblicana, a partir do fim da monarquia brasileira, inaugurou a relação direta entre república e democracia. A criação arbitrária e artificial de uma nação, com símbolos forjados, importados do exterior, pautada em uma nova constituiçao forjada, quebrada pelos seus próprios criadores e “fundadores” da pátria. O desejo pela repressão, de Deodoro a Floriano, seguida da estamentação democrática das oligarquias locais, do comércio cafeeiro e familiar, até as empreiteiras do século XXI, pouca coisa mudou. De fato, Friederich Hegel com sua dialética histórica, ou Friedrich Nietzsche com sua ideologia do eterno retorno, os jogos de interesses perante ao Governo Federal sempre persistiram na cultura-histórica brasileira. O coronelismo, em um ciclo vicioso, que não se “corrompia”, para “tapar buraco”, recorreu-se ao Funding Loan e o Convênio de Taubaté, limitando o desenvolvimento industrial. Tudo isso para configurar o sistema de corrupção que acontecia em um república café com leite, mantendo o poder nas mãos de poucos, variando entre o partido mineiro e paulista.

        Um desintedimento no núcleo interno do partido mineiro desvirtuou o rumo da história, Washington Luis indicou Julio Prestes, o que mudou as relações políticas no Brasil, fazendo surgir uma nova grande compactuação. A Aliança Liberal surgiu com um grande líder, carismático e com habilidade de oratória estupenda, meio a um fascismo internacional. Julio Prestes foi eleito para a presidência da república, porém este nunca sentaria na poltrona presidencial, devido as articulaçoes Varguistas. A Revolução de 30 ocorreu, um autoritário amado, quase um gênio político, análogo ao mesmo discurso do III Reich. Tudo começou em Porto Alegre, alastrando mortes pelo país. Tropas mineiras e gaúchas marchavam rumo ao Rio de Janeiro, enquanto Getúlio aguardava em Curitiba. Washtingon sofre um golpe e uma junta provisória foi estabelecida, sob a maestria militar agressiva. A República Velha chegara ao seu fim triunfal, Vargas se estabelecia no Palácio do Cadete, com os cavalos do exército amarrados no obelisco da avenida Rio Branco. A tendência centralizadora e autoritária estava feita, sendo ele chefe do Governo Provisório, com amplos poderes, pautados na canetada de grandes decretos.

 O exílio foi destino de muitos opositores, como Julio Prestes. A relação paulista foi totalmente fragilizada quando, o pai dos pobres, indicou um militar pernambucano ao Governo de São Paulo. Uma guerra civíl se iniciou, 4 jovens paulistas foram mortos, uma junta revolucionária foi feita, em luta pela Constituição, com as iniciais destes, o M.M.D.C. A luta foi massacrada pelos militares, mas Vargas aproveita a oportunidade para legitimar no poder, elaborando a Constituição de 1934. Este estatizou e inaugurou uma forte onda protecionista - é possível de se concluir que Getúlio se achava o Super-Homem de Nietzsche, para “tirar o Brasil dos ostracismo”-. Sua reconstrução da identidade nacional, pautados no Futebol, Carnaval e um patriotismo desenfreado, havendo um nacionalismo geral, também influência fascista. As práticas populistas foram veiculadas através do rádio, sendo a Voz do Brasil, em 1935, uma forte ponte revolucionadora.

A educação, para o presidente, ou ditador, seria única e igualitária para todos, havendo uma base do imaginário nacional. Um diálogo com os intelectuais foi feito, e estes entraram de cabeça na criação de um novo pedagógico nacional, selecionando os que estariam ao seu lado, prendendo os questionadores da realidade, como Gilberto Freire. Em um mórbido sistema, as personalidades eram veneradas pela a população, portanto, a massa, com várias vertentes, fizeram-se a surgir.

Comunistas, fascistas e sindicalistas surgiram, uma invasão de ideologias estrangeiras, em um cenário político frágil, ordens começaram a vir da Europa, principalmente de Moscou. O país se dividiu: de um lado os integralistas, de outro, os comunistas. Getúlio levava os dois grupos, resilientemente, buscava uma conciliação e poucos escândalos sociais, engajando as duas vertentes a seu favor. Até que o partido comunista o acusou de apoio ao surgimento de uma ditadura fascista. Luiz Carlos Prestes, líder comunista, armou uma intentona, junto com sua parceira Olga Benário. Os ideais comunistas não foram recebidos pela classe militar, que reagiu fortemente ao movimento e perseguiu Prestes e Olga por vários meses, até a prisão e exílio de sua parceira.

O governo começou a perseguir a subversão e diante a possível perda de Vargas, sob um viés democrático, uma nova estratégia de golpe foi criada. A premissa do Plano Cohen, após o estebelecimento de um Estado de Sítio, de golpista ou herói, a ditador ou salvador, o Estado Novo é instaurado, previsto em uma nova carta legislativa, a Constituição de 1937.  Resultado dos anseios de seu governante, as casas legislativas foram extintas, os líderes municipais eram indicados por Vargas. Ele dizia que “É a necessidade que faz a lei, tanto maior há de ser a intervenção do estado no domínio da atividade privada”.

A incompatibilidade com a democracia foi instaturada sob o eclipse e o obscurecimento da tradição liberal brasileira, em uma das maiores ditaduras de todos os tempos, o Estado Novo. Foi a falência da democracia, que se perpetua até os dias de hoje. As bandeiras dos estados foram queimadas, a bandeira brasileira era única, um nacionalismo forçado em todos os âmbitos. No futebol, nomes de times refletiam a política, de Palestra Itália a Palmeiras, na cultura, todos os ensinos às linguas estrangeiras eram proibidos, assim como o DIP, censurava toda a oposição contra o governo, promovendo um culto a personalidade. O pai dos pobres, que guiava a nação a seu desenvolvimento, já estava construido. Congelamento de alugueis, usura geral e leis trabalhistas, na consolidação das leis trabalhistas, foram os marcos do Estado Novo. Há quem diz que este seria o velho pão e circo, assim como o os governos fascistas da europa fizeram, do mesmo modo, como há quem diz que o Brasil se modernizou e hoje, é uma das maiores economias mundiais, devido a herança varguista.

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