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Delineando o Paradigma Tradicional da Ciência

Por:   •  6/7/2018  •  Resenha  •  998 Palavras (4 Páginas)  •  766 Visualizações

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Delineando o Paradigma Tradicional da Ciência

O capítulo 3 aborda uma mudança de paradigma da ciência, para a qual a autora sinaliza que para que haja entendimento desta transformação é necessário entender o paradigma tradicional, para então compreender a transição entre estes.

A expressão usada para denominar este novo paradigma é “novo-paradigmática-emergente” ou “ciência pós-moderna” e tem origem na segunda metade do século XX.

Com relação ao paradigma tradicional, a autora aponta três pressupostos oriundos deste, que são: simplicidade – “a crença de que é preciso separar as partes para entender o todo, de onde decorre a atitude de análise e a busca de relações causais lineares” (VASCONCELLOS, 2002, p. 169). O pressuposto da estabilidade do mundo, dentro do qual acredita-se na estabilidade do mundo, surgindo daí a crença de determinação (previsibilidade dos fenômenos) e a crença de reversibilidade (controlabilidade dos fenômenos). O terceiro pressuposto é o da objetividade, para o qual acredita-se ser possível conhecer o mundo tal como ele é na realidade. É deste pressuposto que decorrem o esforço para atingir uma única versão do conhecimento.

Para um efetivo aprendizado dos termos que estão associados aos três pressupostos mencionados acima, a autora propõe um exercício que sugere a separação de termos previamente listados em dois grupos. Esses termos referem-se aos paradigmas tradicional e novo paradigmático da ciência e o exercício solicita a divisão desses termos para o designo de cada um dos paradigmas, para posterior associação às diferentes dimensões descritas acima.

O pressuposto da Simplicidade:

O cientista acredita que por trás da complexidade aparente encontra-se a simplicidade e que para compreender essa simplicidade é necessário ultrapassar essas aparências complexas. Por isso, ocorre a separação das partes das ciências. Outro aspecto destacado pela autora é que os objetos de estudo são retirados dos contextos em que ele se encontra.

A separação das partes do todo são chamadas de operação de disjunção, na qual os objetos de estudo são separados, categorizados e classificados. A esse respeito, os objetos ou fenômenos constituem uma classificação excludente, não podendo pertencer a duas classes ao mesmo tempo. Outra operação realizada pela ciência em busca da simplicidade é a redução, no qual o cientista procura reduzir um fenômeno complexo a um mais simples e conhecido. Dessas ações surgem a compartimentação dos saberes que inclui a fragmentação do conhecimento científico em disciplinas científicas. Os cientistas que trabalham em suas áreas especificas trabalham geralmente com sistemas simples, ou seja, trabalham com situações estáveis e permanentes, admitindo um estado de equilíbrio. Nessa forma de pesquisa surge a crença de causalidade linear, na qual cada fenômeno observado corresponde a uma causa e tem efeitos, ou seja, cada fenômeno terá uma causa eficiente que precederá um efeito.

Com relação a atitude simplificadora em trabalha o cientista, encontra-se a crença de que o mundo é cognoscível, ou seja, que pode ser compreendido desde que seja abordado de modo racional, preocupando-se com a coerência lógica das teorias, eliminando imprecisões, ambiguidades e contradições.

Estabilidade do mundo:

Crença que o mundo é estável e que nele as coisas acontecem com regularidade. Desta forma, o trabalho científico se preocupa em reconhecer as relações funcionais entre as variáveis que constituem o mundo através de suas partes simplificadas. Dessa forma, o trabalho cientifico procede o que chamamos de método cientifico: ele observa, formula hipóteses, experimenta e formula teorias. A partir de então, o cientista realiza explicações, previsões e controle das ocorrências dos fenômenos universais.

O estabelecimento de relações funcionais entre fenômenos, exige que o cientista retire objetos ou sujeitos de seus contextos levando-os para estudo em laboratórios, nos quais é possível exercer controle sobre as variáveis que influenciam os fenômenos que vai observar, de forma a comprovar ou não suas teorias. Assim, os cientistas fornecem um conhecimento testado. Além disso, através da reprodução dos fatos observados, o cientista quantifica as variáveis e as relações entre elas matematizando-as.

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