EDUCAÇÃO FORMAL: A INSTITUIÇÃO ESCOLAR

EDUCAÇÃO FORMAL: A INSTITUIÇÃO ESCOLAR

1. A escola antiga e a medieval

As escolas, suas formas e sua importância nem sempre existiram e foram se modificando com o tempo. Nas sociedades tribais não há escolas, a educação é dada pelo um conjunto de membros constituinte. Aliás, o saber é considerado uma forma de fortalecimento de poder, sendo privilégio do segmento mais rico. Surge também a escola como meio de transmissão do saber acumulado. Na Antiguidade grega, quando não existia a escrita, a educação era dada pela família. Apenas com surgimento das póleis apareceram as primeiras escolas por volta do século VI a.C. Na Idade Média, foram fundadas escolas a fim de instruir os noviços. Com o renascimento, as escolas fundadas no século XII prefiguraram uma revolução no sentido de contestar o ensino religioso, contrapondo uma proposta ativa voltada para interesses burgueses.  Apesar dessas diferenças, em ambas épocas a escola atuava de forma partilhada com a família e não era uma instituição tão rigorosa.

1. Os colégios religiosos

A partir do Renascimento e da Idade Moderna, a escola tornou-se mais complexa. Separados por idades, confinava os alunos em internatos. Era criada a escola tradicional, com um universo totalmente pedagógico separado da vida. Nesse novo pano de fundo, a atenção dada a escola era fruto dos interesses da burguesia nascentes. A ruptura da Igreja católica devido a Reforma protestante, iniciada por Lutero e Calvino os colégios foram organizados sobretudo pelas ordens religiosas, defendia a implantação das escolas primárias para todos de acordo com o espírito do humanismo, repudiava os castigos físicos. A reação católica da Contrarreforma, estabelecia a rígida disciplina militar e tinha como objetivo inicial a propagação missionária da fé, a luta contra os hereges.

Pedagogos criaram uma nova estrutura didática da escola, mudando os rumos do ensino. Mesmo com as ideias realistas transpassando as teorias pedagógicas do século XVII, predominava a escola tradicional que impunham a disciplina por meio da vigilância total incentivadas por prêmios e punições. Para melhor submetê-la aos rigores da hierarquia e na aprendizagem da obediência intensificou-se o uso dos castigos físicos. Visava controlar os impulsos naturais da criança para lhe ensinar virtudes morais.

1. A pedagogia realista

Apesar das escolas serem em sua maioria dos jesuítas surgiu uma preocupação por parte de alguns estudiosos em relação a metodologia e ao que estava sendo ensinado. Foi daí que Comênio, apesar de ser da escola tradicional, defendia a escola única, universal e de responsabilidade do Estado. Ainda no século XVII as escolas que se opunham à linha dos jesuítas voltavam-se para as novas ciências e para o pensamento cartesiano. John Locke ao criticar as ideias inatas de Descartes desenvolveu uma concepção de educação enfatizando o papel do mestre em proporcionar experiência fecundas que auxiliassem a criança a fazer o uso correto da razão.

1. O impacto da revolução industrial

A Revolução Industrial alterou um pouco da escola elitista que necessitava de uma formação técnica especializada. Ocorreram também as revoluções burguesas e paralelamente no Brasil ocorreram movimentos frustrados de independência. O desafio a ser enfrentado pelos governos é o da universalização de um ensino básico de qualidade, preparando o indivíduo para o trabalho, cidadania e formando sua personalidade ética e afetivamente. A ênfase na educação elementar se devia, portanto, não só ao interesse de ensinar, mas de organizar as massas que vinham do campo em direção a cidade e submetê-las à disciplina e à obediência. O processo de controle acentuou-se no século XIX, com a instalação das escolas de ensino mutuo. Nesta época o professor não ensinava todos os alunos mas preparava os melhores, que atenderiam os grupos de colegas reunidos em um grande número de alunos em um galpão. Esse processo barateava os custos mas os resultados não eram os melhores.