ESCOLA E DEMOCRACIA: Teorias da Educação, Curvatura da Vara, Onze Teses sobre a Educação Política
Por: Kelly Lima • 7/2/2020 • Resenha • 1.439 Palavras (6 Páginas) • 700 Visualizações
ESCOLA E DEMOCRACIA: Teorias da Educação, Curvatura da Vara, Onze Teses sobre a Educação Política
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre a educação política. 4ª ed. Campinas: Autores Associados, 2008. 63p (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo).
RESUMO DO CAPÍTULO
Este trabalho tem como objetivo abordar o resumo do primeiro capítulo do Livro Educação e Democracia, do sociólogo brasileiro Dermeval Saviani.
Na obra, Saviani discorre no primeiro capítulo “As teorias da educação e o problema da marginalidade”, onde o autor expõe por meio de um diagnóstico descritivo e comparativo, as teorias críticas e não críticas da educação e sugere a condição do “marginal”. Ou seja, conjetura a respeito de teorias que abrange a educação como meio para implantar a equidade no Brasil, assim como reflete a propósito de teorias críticas reprodutivas que proferem que a educação é uma ferramenta de discriminação social, constituindo, por conseguinte, um fator para a marginalização.
Inicialmente, Saviani pressupõe que nas “teorias não críticas” a marginalidade necessita ser retificada através da escola, ou seja, a Educação é o caminho para corrigir a marginalidade.
A marginalidade é, pois, um fenômeno acidental que afeta individualmente a um número maior ou menor de seus membros o que, no entanto, constitui um desvio, uma distorção do que não só pode como deve ser corrigido. A educação emerge aí, como um instrumento de correção dessas distorções. (SAVIANI, 2008 p. 04).
Diante dessa definição de Saviani surge alguns questionamentos, dentre ele destaca-se: Como esclarecer sobre a marginalização e o fracasso escolar? Neste ponto Saviani destaca que, as teorias educacionais se dividem em 2 grupos:
Teorias que compreendem a educação como ferramenta de equidade social e superação da marginalidade. Uma vez que a educação seria o meio de estabelecer uma sociedade igualitária, e
Teorias que compreendem a educação como um fator de marginalização. Já que a educação estar sujeita a um esqueleto social que causa a marginalidade.
De acordo com o supracitado, pode-se afirmar que a relação educação e marginalidade (no campo em que se discute tais assuntos) pode nem sempre ser um trabalho simples, visto que tal proeza necessita de um posicionamento político social, entretanto, trata-se de um fazer indispensável, ainda mais quando se aborda o âmbito educativo, por isso que tal concepção é essencial para o desempenho de uma prática pedagógica empenhada na transformação da Educação e do Indivíduos.
TEORIAS NÃO-CRÍTICAS
Pedagogia tradicional
Sucintamente diz-se que esta teoria como finalidade “emancipar” as pessoas, que já continham poder aquisitivo, contudo não apresentavam acesso ao conhecimento. Assim sendo, a classe média almejava ter acesso a sabedoria e poder transformar os subordinados em cidadão reconhecidos. Nesta conjuntura, a marginalidade era explicada pela ausência de conhecimento (ignorância). As Instituições de Ensino tinham a função de transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade, de modo sistematizado. A Educação era centralizada no docente, que careceria de transmitir o conhecimento de uma forma lógica aos alunos. Posteriormente essa finalidade de desmarginalizar por meio do conhecimento foi perdendo sua eficácia, uma vez que nem todos tinham acesso aos colégios, bem como, nem todos que adentravam conseguiam seguir os trabalhos recomendados. Finalmente, nem todos que se saiam bem no colégio adaptavam-se à sociedade da forma aguardada.
Considera-se que esta teoria não se concretizou pelo fato de encontrar-se bem longe de obter a universalização do ensino e a superação da marginalização, uma vez que ainda que os alunos se desenvolvessem bem no colégio quando entravam em contato com a sociedade não se convencionavam ao que a sociedade precisava.
Pedagogia nova
As censuras à pedagogia tradicional deram início à Pedagogia Nova. Apesar de iniciada de modo restrito ela (Pedagogia Nova) surgiu como alternativa à Escola Tradicional. Porém manteve a crença na capacidade da escola e sua função de gerar equidade. Neste sentido nessa teoria o marginal já não é mais entendido como o incapaz, todavia é reconhecido como abandonado e/ou rejeitado.
Nesse mesmo período aparece Maria Montessori com seus métodos para a introdução dos ditos “anormais”. A pedagogia montessoriana busca excitar nas pessoas a coordenação, a concentração e os sentidos. Essa pedagogia apresenta como premissa o conceito de que o estudante é o objeto e o sujeito da técnica educativa e que cada um tem suas particularidades.
Se na teoria antecedente a Educação era centralizada no docente, nesta teoria o foco torna-se o educando. Entretanto esta teoria, do mesmo modo que a anterior, não impetrou sucesso, visto como uma despesa exacerbada aos cofres públicos.
Considera-se que na Pedagogia Nova o importante não era mais estudar, contudo o aprender a aprender, já que o estudante conduziria seus próprios conhecimentos, ou seja, a aprendizagem seria a consequência de um ambiente excitante e livre. Infelizmente esta proposta/teoria não apresentou ampla adesão pois demandava investimentos altos, como por exemplo, um instrutor para um pequeno grupo de estudantes. Ainda que tais práticas teriam cooperado para o avanço da Educação e, por conseguinte, a decadência da marginalidade no decorrer dos anos.
Pedagogia Tecnicista
Após a Pedagogia Nova mostrar-se impotente em solucionar a dificuldade da marginalidade, surgi a Pedagogia Tecnicista. Nesta teoria a técnica educacional foi fundamentada no desígnio da neutralidade científica e da laboriosidade/produtividade, procurando tornar o indivíduo mais hábil, competente e, principalmente, operacional. Ou seja, a finalidade central era a concepção de educação
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