Esportes: Paradoxos Do Aperfeiçoamento

Resumo do capítulo 11 – Esportes: os paradoxos do aperfeiçoamento

A tecnologia tem influenciado cada vez mais a qualidade e a economia dos esportes que praticamos e acompanhamos. Embora traga alguns riscos, como lesões, tanto agudas quanto crônicas, tem também seu lado bom, evitando certos perigos.

Alguns projetos que envolviam esportes antiquados com a tecnologia não foram executados pelo conservadorismo dos praticantes do esporte em questão, e por causa do custo, que seria elevado demais para ser acessível à população.

Nos cinquenta anos que se seguiram à segunda guerra mundial, houve uma verdadeira revolução nos materiais usados em equipamentos esportivos. Mas a questão era se seria mais simples e barato conservar a tecnologia antiga ou se adequar às mudanças possibilitadas pela revolução de materiais. Uma das razões para mudar pode ser que muitas inovações tecnológicas contribuem tanto para melhorar o desempenho como para aumentar a segurança dos atletas, embora esta não seja o ponto principal.

Existe uma interpretação mais sutil para o papel da tecnologia nos esportes. Bernard Suits soube defini-lo com elegância. Os esportes, como todos os outros jogos, são “atividades com um objetivo definido, nos quais meios ineficientes são deliberadamente escolhidos”.

Existem limites para o que os participantes de algum jogo podem fazer, mas eles estão livres para dar asas à criatividade dentro desses limites. Tomemos como exemplo uma maratona. Os participantes pensariam em usar patins motorizados e outros recursos que os deixasse em vantagem com relação aos seus concorrentes, mas eles simplesmente não põem em pratica essas ideias. Não porque consideram que o uso de um meio externo de locomoção esteja intrinsecamente errado, mas porque sua adoção transformaria a prova da maratona em um evento totalmente diferente.

Ao aumentar a liberdade de escolha por parte do público, o progresso tecnológico acentuou o papel da moda nos esportes: Calças de um material que não precisava ser passado ferro, que se molda de acordo com o corpo do atleta, etc.

O progresso tecnológico é muito importante. Ele pode afetar os esportes de três formas diferentes. Em primeiro lugar, contribui para aumentar o número de espectadores de eventos esportivos. Em segundo lugar, permite controlar o ambiente e assim aumentar as oportunidades para a prática dos esportes (a iluminação artificial revolucionou o beisebol e a grama sintética tornou possível a construção de estádios poliesportivos fechados). Em terceiro lugar, pode mudar a própria forma como os esportes são praticados.

O filósofo Paul Weiss encarava o esporte como a busca da excelência, mas o dilema dos dirigentes esportivos está no fato de que precisam usar as regras e recordes para manter o interesse do público. Higdon e muitos outros torcedores do Portland Trail Blazers sustentam que seu interesse pelo jogo aumentou depois que o placar eletrônico passou a mostrar, além da contagem, “o aproveitamento nos arremessos, o aproveitamento nos lances livres, o numero de ataques improdutivos etc.”.

Nos esportes de massa, a combinação de um excelente desempenho dos atletas com uma cobertura perfeita por parte da mídia pode, paradoxalmente, diminuir o interesse do público. A visão panorâmica das câmaras modernas eliminou os movimentos