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Estetica Medieval

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Por:   •  23/2/2014  •  1.682 Palavras (7 Páginas)  •  995 Visualizações

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Estética

A palavra estética tem sua origem da palavra grega aisthesis que significa ‘faculdade de sentir’, a qual tem a mesma origem de aistheticon que significa ‘o que sensibiliza’. A partir disto, pode-se dizer que seu emprego esta relacionado a qualquer sensação proveniente dos órgãos dos sentidos. É sob essa influencia etimológica que o termo estético é usado pela primeira vez como substantivo, como informa Bayer, ao qual significava apenas teoria da sensibilidade. Propondo uma teoria da sensibilidade, Baumgartem apresenta a estética como substantivo, uma área que pudesse acolher as pesquisas, reflexões e estudos que tivessem como objeto a sensibilidade.

Assim, diante da falta de consenso sobre a estética, atualmente usa-se esse termo para designar os estudos centrados na arte e no belo. Entretanto, na Antiguidade e na Idade Média as reflexões sobre arte (atividade do artífice) e sobre o belo eram realizadas em instancias distintas.

Para Platão a arte demonstra um distanciamento da verdade, pois ele pode modificar uma realidade e enganar crianças e homens privados de razão. E, além disto, a imitação é uma mera cópia do real. Enquanto que para Aristóteles, a imitação é o homem em ação, o qual é bom ou ruim.

Assim, como os conceitos sobre a imitação são diferentes em Platão e Aristóteles, também são quando a questão é o belo, com o qual para Platão,

[...] a beleza suprema está ligada à Ideia do verdadeiro e do bem.

Mesmo nos seus diálogos, onde o belo é o esplendor do verdadeiro e do bem, há esplendor, isto é, qualquer coisa de, não abstrato, de não racional, de sensível e sensual. Se a beleza tem um pouco do rigor de um e da pureza do outro, o belo age reciprocamente sobre as Ideias. Dessa forma, podemos entender que em Platão a realidade é uma copia imperfeita, o importante é conhecer as ideias, na qual se encontra a verdade, o bem e o belo.

A tríade verdadeiro-belo-bom é uma característica muito marcante para a estética do período medieval. Segundo Dionísio Deus é Belo, pois, ele causa da beleza, chama tudo para si e nele tudo se harmoniza.

Para Aristóteles, o que importa é a realidade, a qual só pode ser conhecida por meio das causas. Em consequência dessas reflexões, o filósofo separa arte e belo. Em sua conclusão:

[...] a arte é técnica, o belo é metafísico. Na sua Metafísica, toma a enteléquia,

a realização do fim como princípio essencial. A principal questão da

estética é para Aristóteles, a questão das relações do

belo com o bem ou com o útil.

Em função dessas reflexões, a estética de Aristóteles é lógica que trata as causas racionalmente e que, portanto, deve ser louvada. A estética aristotélica é muito importante, pois, a partir de meados do século XII ela influenciará o pensamento especialmente de Tomás de Aquino, no século seguinte.

Beleza para os medievais

Já para os medievais a beleza era vista como um atributo divino e, portanto, as obras feitas por eles eram consideradas imitações da realidade criada por Deus, excluindo assim qualquer possibilidade de processo criativo. Com isso, a arte era conhecida como um espelho da natureza.

“A degustação estética (...) consiste em perceber na coisa concreta um reflexo ontológico da virtude participante de Deus”.

O belo está em todos os lugares e é sinônimo do bem, da verdade, refletindo uma conjunção harmônica de beleza física e virtude.

A beleza também surgia como metamorfose, que fascinava o homem medieval como esforço interpretativo do mundo. “As alegrias da visão, da audição, do olfato, do tato nos abrem para a beleza do mundo, para que nela descubramos o reflexo de Deus”. Assim, os objetos visíveis devem ser compreendidos como a significação e a declaração das coisas invisíveis (divinas).

Estética Medieval

O tema Belo foi pensado durante a idade média sobre o prisma teológico, conforme Engels:

“[...] Na mão dos padres, a política e o direito, como também as outras

ciências se tornaram apenas ramos da teologia [...]”.

Assim, aquilo que era especulação pela verdade acerca do Belo, passa à simples constatação da verdade nas Escrituras. A influência neoplatônica na concepção agostiniana e a teologia cristã primitiva fornecem a matriz básica da concepção estética medieval. Da emanação de Plotino à criação narrada nas Escrituras, Agostinho vai modelando sua perspectiva do Belo.

Na era medieval o Belo estava ligado apenas pela existência do Bem (Deus) de onde procedia a simetria, a luz, e a verdade, e era visto como ‘’emanações’’ da beleza divina. No entanto houve uma mudança de rumo na história, ao qual se esboçava o desejo por pesquisar questões estéticas, não levando em conta outras especialidades filosóficas. A Estética finalmente se estruturava enquanto teoria encarregada de ditar as regras que regeriam os juízos de valor sobre princípios estéticos

A primeira teoria apresentada foi desenvolvida por Santo Agostinho, segundo o qual a Beleza do objeto é produto da harmonia das partes do todo (assim como pensava Aristóteles), aliado à suavidade das cores, à claridade. E a luz, seria um esplendor da harmonia presente no próprio objeto.

No entanto, ele não atribuiu ao Belo características de proporção e grandeza, deixando tais parâmetros como definidores tão-somente da beleza clássica grega.

O aspecto mais relevante de sua teoria diz respeito à inclusão do Feio e do Mal na discussão sobre a beleza. Para ele, o objeto belo era composto de partes que poderiam ser contrastantes entre si, ou seja, a unidade da beleza podia ser o resultado entre a oposição entre características belas e feias.

Teoria Agostiniana da Beleza

"A Beleza de qualquer objeto material está na

harmonia das partes, unida a certa

suavidade de cor".

Santo Agostinho não faz referência à grandeza e à proporção, pois para a beleza o tamanho era indiferente. Apenas era atento à distinção entre beleza em seu geral

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