O CONHECIMENTO SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTIFICO
Por: AnaniasNetto13 • 27/4/2018 • Resenha • 1.100 Palavras (5 Páginas) • 508 Visualizações
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL
Coordenação do Curso de Ciências Contábeis - CCCCON
Curso de Especialização Em Gestão Hospitalar e Qualidade Em Serviços de Saúde
Disciplina: Metodologia da Pesquisa
Docente: Ms Leidimar Barbosa de Alencar
Discente: Dulcine Silva e Silva
CONHECIMENTO SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTIFICO
TERESINA/PI, ABRIL DE 2018.
Conhecimento Senso Comum e Conhecimento Cientifico
O senso comum constitui-se como uma forma de orientação do pensar para fugir da irracionalidade humana desde que o homem usou de sua capacidade de reflexão há incontáveis períodos da história.
De certo modo, um saber popular, erudito desprovido de técnicas e posicionamentos científicos que levam o homem ao saber próprio do seu cotidiano em todo e qualquer lugar.
Foi a partir do senso comum que o pensamento filosófico deu início da necessidade de levar a reflexão sobre todo e qualquer tema filosófico. Como diz o terapeuta, filósofo clínico e psicanalista Cláudio Fernandes “o senso comum é o tipo de saber que busca fornecer orientação ao homem e não deixa-lo repetir os erros do passado através da sua experiência com os erros desde os primeiros tempos que começou a exercer a sua capacidade de pensamento”. Após a era renascentista o senso comum entrou no embate contra o senso crítico e científico com o desenvolvimento da ciência moderna e do pensamento filosófico cartesiano, pois o mesmo era desprovido de método e com o tempo foi perdendo espaço.
Explorando ainda mais o que existe em relação ao senso comum MARTINS (1998), diz que o senso comum é comum não porque seja banal ou mero e exterior conhecimento, mas porque é conhecimento compartilhado entre os sujeitos da relação social. Um conhecimento de valor que nasce e é transmitido e que tem relevância no meio social por seus participantes continuamente difundido.
Em outra situação vemos que a mesma proposta de conhecimento compartilhado ganha um novo viés dada ao grau de importância do termo compartilhado agora não apenas uma troca de pensamentos, mas de uma construção e reconstrução de significados produzidos no meio do qual faz parte o senso comum.
Numa perspectiva educacional, segundo Demerval (1996), o senso comum se constitui de forma implícita na realidade prática comum das classes populares desconstruindo seus ideais de almejar um alcance social melhor e de forma explícita e superficial quando assume legados conservadores do passado acrítico e seus esquemas de conduta impostas sem qualquer poder de empoderamento social e político.
Por outro lado, é apontado que existe uma verdade por trás do senso comum, uma verdade que contempla a amplitude desses valores conduzidos pelos usos de técnicas como a história oral, a entrevista não-estruturada e de observar o cotidiano dos sujeitos participando do convívio dos mesmos assim desta forma o senso comum recebe o reconhecimento real, verdadeiro no campo da pesquisa e determinado a mostrar a natureza prática no ato da mediação e da comunicação social no seu dia a dia.
O saber científico elaborado historicamente vem atravessando os períodos da história quando ainda possuía apenas a própria intuição para sobreviver e dela aos poucos conforme foram aparecendo às dificuldades do meio exigindo o uso do seu saber para construí-lo por si só. Sempre confrontado pela necessidade de usar o seu saber o homem instrumentalizou-se da experimentação até institucionalizar os fundamentos do método científico moderno e avançando aos dias atuais.
Francis Bacon contribuiu com os primeiros passos rumo ao método científico para em seguida surgir a obra "Discurso do Método " de René Descartes (1596-1650) instituindo os fundamentos do método científico moderno. O conhecimento científico se vale do método científico para encontrar respostas lógicas, interpretar a realidade que nos cerca por meio da observação, da experimentação. Observar, questionar, levantar hipóteses para se chegar a deduções ou a um raciocínio indutivo, controle de experimentos, ou por sob a observação, análise de uma lógica para se chegar à conclusão das hipóteses levantadas negando-as ou provando-as através dos dados quantitativos e /ou qualitativos. Para a comprovação da hipótese logo se torna teoria e objeto de estudo para que novos experimentos, novas observações sejam feitas acompanhadas enquanto for possível satisfazer a curiosidade e necessidades do homem.
Já para Schwartzman interpreta de modo prático com o exemplo “pensemos em um antropólogo buscando relacionar as crenças religiosas de uma sociedade com seu sistema familiar, ou um historiador tratando de entender o que levou um país para a guerra ou a uma revolução social, ou ainda um crítico literário buscando interpretar a obra de um autor em função da cultura de seu tempo, ou um jurista buscando entender as normas do que é permitido ou proibido em determinadas sociedades”.
Em todos estes casos, o pesquisador busca interpretar ou compreender o que está estudando em função do contexto mais geral da sociedade, da cultura ou do tempo histórico de que está tratando”. Schwartzman considerava encontrar o sentido da existência do objeto de estudo como primordial. Ele destaca ainda que mesmo que tenham conseguido adequar métodos empíricos, formais e quantitativos são importantes às interpretações históricas e culturais.
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