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FILOSOFIA JOHN LOCKE: DO ABUSO DAS PALAVRAS

Por:   •  1/6/2015  •  Seminário  •  1.339 Palavras (6 Páginas)  •  460 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

FERNADO DAS MERCES LOPES - 0.9.25068

GLAUBER BORGES DIAS DE MOURA - 13.2.5996

[pic 1]

GRUPO LOGOS

TEMA 6 – QUESTÕES DE FILOSOFIA

JOHN LOCKE: DO ABUSO DAS PALAVRAS

DISCIPLINA: PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS

PROFEESSORES: HÉRCULES TOLÊDO CORRÊA

ROSÂNGELA MÁRCIA MAGALHÃES

Ouro Preto, 17 de Novembro de 2014[pic 2]

Resumo

Propomos neste trabalho apresentar a crítica de John Locke acerca do abuso das palavras bem como expor as causas do mesmo. John Locke justifica a importância deste livro devido ao abuso que freqüentemente se faz das palavras, tanto nos tratados eruditos quanto no uso corrente. Ainda segundo o autor, por abuso das palavras é preciso entender seu uso em circunstâncias tais que ele provoca seja a incompreensão errônea do locutor pelo alocutário, seja, neste último, uma representação errônea do que queria dizer o primeiro ou ainda, para os dois, uma atribuição de propriedades ao mundo externo destituída de verdade. Ele considera nossas disputas como simples disputas de palavras. Locke considera que além da imperfeição que é natural à linguagem, bem como da obscuridade e da difícil confusão nos uso das palavras, há várias faltas e negligências propositadas de que os homens são culpados. Isto levaria a significação menos clara e distinta do que deveria ser. Segundo Locke, em primeiro lugar, e o mais visível abuso “consiste em usar palavras às quais não ligamos idéias claras e distintas. Assim, a utilização de palavras neste sentido leva ao estabelecimento de sinais sem qualquer significância

PALAVRAS-CHAVE: John Locke, Linguagem, Palavras, Abuso das Palavras, Negligências.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é apresentar uma resenha da crítica de John Locke acerca do abuso das palavras bem como expor as causas do mesmo. Este tema encontra-se no capítulo X do livro III do Ensaio do Entendimento Humano.

O ABUSO DAS PALAVRAS

1 - Livro III da A obra Ensaio sobre o entendimento humano

O capítulo X do livro III da obra Ensaio do entendimento humano trata do uso das palavras em obtenção de ideias claras, adequadas e distintas. Segundo Auroux (2001), Locke justifica a importância deste livro devido ao abuso que freqüentemente se faz das palavras, tanto nos tratados eruditos quanto no uso corrente. Ainda segundo o autor, por abuso das palavras é preciso entender seu uso em circunstâncias tais que ele provoca seja a incompreensão errônea do locutor pelo alocutário, seja, neste último, uma representação errônea do que queria dizer o primeiro ou ainda, para os dois, uma atribuição de propriedades ao mundo externo destituída de verdade. Ele considera nossas disputas como simples disputas de palavras.

Locke considera que além da imperfeição que é natural à linguagem, bem como da obscuridade e da difícil confusão nos uso das palavras, há várias faltas e negligências propositadas de que os homens são culpados. Isto levaria a significação menos clara e distinta do que deveria ser.

2 - Causas do abuso das palavras

Segundo Locke, em primeiro lugar, e o mais visível abuso “consiste em usar palavras às quais não ligamos idéias claras e distintas.” (LOCKE, 1991, p.669). Assim, a utilização de palavras neste sentido leva ao estabelecimento de sinais sem qualquer significância. Para o autor, o mau hábito em se utilizar palavras de significado obscuro leva o abuso ainda mais longe. Um exemplo seria a utilização de palavras como sabedoria, glória, graça que são freqüentes na boca dos homens; mas que se perguntasse a um grande número daqueles que as usam, os mesmos ficariam sem saber o que responder. Para Locke, os homens têm estes sons na ponta da língua, porém não há nos seus espíritos quaisquer idéias determinadas que possam ser expressas aos outros por seu intermédio.

Locke afirma, em segundo lugar, que o uso inconstante que é feito das palavras é uma das causas do abuso. Segundo ao autor:

Como as palavras são destinadas a serem sinais das minhas idéias para tornar estas idéias conhecidas dos outros, não por uma significação natural, mas por uma imposição voluntária, é manifestada a fraude, e há abuso quando se faz significar as palavras, umas vezes uma coisa, outras vezes outra; procedimento propositado que não pode ser atribuído senão a uma grande insensatez ou a uma extrema desonestidade. (LOCKE, 1991, 672)

Portanto, o abuso acontece nestes casos quando em um assunto as mesmas palavras são usadas ora para designar uma coleção de idéias simples, ora para designar uma outra, o que é, para Locke, um perfeito abuso da linguagem.

Em terceiro lugar, Locke considera como outro abuso da linguagem é a “obscuridade afetada, quer por dar as antigas palavras significações novas e não habituais, que por introduzir termos novos e ambíguos sem definir nem uns, nem outros, que por juntá-los de tal maneira que se possa confundir o sentido que têm vulgarmente”. (LOCKE, 1991, p.673). Assim, a obscuridade dos termos embaraçada com certas dificuldades confunde a significação das palavras, de tal forma a como uma “névoa diante dos olhos das pessoas, que pudesse impedir que seus pontos fracos fossem descobertos”. (LOCKE, 1991, p.673). Neste contexto, para Locke, na medida em que o saber dos homens sejam julgados pela sua habilidade em disputar, os mesmos se utilizam de sutileza das palavras para combater ou defender qualquer questão, sendo assim a vitória concedida não aos que tem a verdade, mas aos que tem a última palavra.

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