Fichamento do Livro de Scolnicov Platão e o Problema Educacional
Por: oliveira7oliveir • 7/11/2016 • Dissertação • 1.276 Palavras (6 Páginas) • 412 Visualizações
Primeiramente, é falado sobre a educação ateniense. Um bom cidadão pólis pode educar um jovem para que este siga o mesmo caminho e, consequentemente, torne-se também um bom cidadão. Scolnicov ainda relata o exemplo do curto discurso de Protágoras, em que se diz sobre a ama, a mãe, o tutor e o pai que instruem um jovem. A música e a ginástica podem ser usadas para isso (reforçando a ideia da mente e corpo em bom estado).
É apontado o problema da unidade e da pluralidade. Sendo que é a “tensão que atravessa todo o pensamento [platônico] e que lhe confere sua complexidade e sua unidade” (página 17). Afinal, o logos – pensar discursivo – permite que o homem alcance a ideia de sua unidade, ao invés de pensar no conjunto.
Acaba sendo falado sobre a possibilidade de se ensinar a virtude, uma vez que ela é a “arte de viver bem” e como o autor aponta, isso é possível “porque ela não é objeto de aprendizagem intelectual e porque não é a mesma para todos” (p. 20-21). Portanto, por ser variável – já que cada pessoa possui sua interpretação da verdade, do bem ou do belo em si –, é possível ensiná-la. “A convicção pessoal estabelece, ela mesma e sem mais, o que é e o que não é, e aí está sua força” (p. 21) – isto é dito por Scolnicov para confirmar a posição relativista do que podemos considerar como verdade.
Sobre a questão do lógico e do psicológico, o autor afirma que “o racional e o sensível, são absolutamente incompatíveis”.
Também é falado, a partir da concepção de Protágoras, que é “impossível contradizer” (p. 23).
É possível então educar como processo psicológico pelo fato da educação ser puramente psicológico. Entretanto, “abre-se mão de qualquer pretensão de objetividade e nega-se qualquer critério racional” (p. 23). Portanto, o que “fizer mais sentido” pode ser descartado, pois acaba-se dando prioridade para aquilo que não siga exatamente o que é lógico, dando assim, um ensino que agrade mais o aluno conforme sua vivência. Portanto, “a lógica é reduzida sem resto à psicologia. (...) As vantagens são inegáveis” (p. 24).
Sócrates que é necessário ter consciência da própria ignorância para que seja possível procurar as respostas em uma investigação. No diálogo Teeteto, o filósofo quer respostas do aprendiz a partir da ótica do mesmo, e não a do seu mestre, que seja “uma introspecção pessoal e, ao mesmo tempo, universalmente válida” (p. 25). Portanto, ao contrário do que foi visto em páginas anteriores, o filósofo ateniense espera que Mênon lhe dê como resposta uma verdade com peso universal, que seja a mesma para todos. Isso mesmo que aquilo que é em si é relativo, pois cada um pode ver um objeto de maneira A e outra pessoa como não-A.
O autor aponta que é importante ressaltar o conceito de indivíduo como os gregos o entenderam. Primeiramente: o conceito homérico do indivíduo representante de sua classe. Isto é, o indivíduo possui seu papel e assim o manterá - se o indivíduo é herói, assim continuará. Ainda mais: sua personalidade será característica de sua função. Em segundo lugar: o conceito do indivíduo que se percebe a si mesmo como diferente de sua classe. Desta vez, ao invés de manter-se como um poeta, por exemplo, ele pode considerar-se apto a exercer outra função. Scolnicov diz que “aqui já temos individualidade (...) externamente construída” (p. 26). Para complementar isso, o autor ainda afirma que “o indivíduo (...) já não mais se define por seu grupo, mas diante de seu grupo” (p. 26). Isso nos dá a ideia de que ele não se mantém em um nicho específico apenas porque lhe é definido assim, mas que impõe-se no grupo por considerar sua personalidade característica com outra classe que não aquela em que se encontra.
Entretanto, “o que lhes falta é aquela interioridade, aquela singularidade interna, aquela fonte de criação psíquica que não é aberta a ninguém senão ao próprio sujeito como tal” (p. 27). Desta forma, este seria o terceiro conceito de indivíduo como os gregos o entendiam.
É apontado também dois pontos extremos quanto a questão da contradição: Parmênides, dizendo que a ausência de contradições é o critério da unidade e de realidade; por outro lado, Sócrates acredita que a contradição nos causa vergonha porque o homem sentir-se envergonhado quando suas opiniões e ações são contradições (p. 28). Portanto, ao invés da inexistência de uma contradição pelo fato dela ser subjetiva - como apontado por Mênon ao filósofo ateniense -, ela é existente porque, como a palavra mesmo diz, ela significa uma ação ou fala contrária aquilo que o homem diz. Por sentir-se envergonhado, como Sócrates disse, exemplifiquemos de tal maneira: um
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