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Filosofia O Renascimento

Por:   •  6/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  6.825 Palavras (28 Páginas)  •  246 Visualizações

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Renascimento:

     O renascimento foi um fato/período histórico marcado por um grande número de reflexões acerca do pensamento vigente. A filosofia desse período apresentou um processo de revisão da mentalidade medieval e também um interesse pela retomada do estudo dos clássicos.

     Essa mudança foi fruto das profundas transformações culturais e econômicas que ocorreram na Europa durante a Baixa Idade Média. De uma forma simplista, o renascimento significou a proposição de uma cultura terrena, laica, racional e científica. Os teóricos e pensadores desse período caracterizavam o Medievo como uma época de trevas, onde o brilho da Era Clássica fora destruído ante o barbarismo

     Pelo fato de a cultura clássica possuir, em detrimento da medieval, uma maior adesão às culturas terrena e hedônica, notou-se – no renascimento – um deslocamento do centro dos fundamentos teóricos (fonte da verdade, ou, ontologia), de Deus para os Homens (Humanismo)

Segundo Humberto Aparecido de Oliveira Guido:[pic 1]

 

Filosofia humanista:

  • Final do século XIV
  • Resgate da cultura greco-romana (era mais pautada na liberdade, sendo – portanto – preferida pelos teóricos)
  • Priorização do estudo do homem, juntamente com sua valorização e universalização (aqui vale a máxima de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”). Houve também, nesses estudos a consideração do homem como um indivíduo, dotado de atributos, limitações e direitos ao conhecimento.
  • No seu início – segundo Humberto Aparecido de Oliveira Guido -, o humanismo foi dominado pelas ideias estoicas (viver conforme a natureza  maior estudo científico da natureza) e epicuristas (cuidar do corpo)

[pic 2][pic 3]

  • A arte, nesse período, recebeu uma função filosófica pois ela expressava todas essas características do pensamento renascentista.
  • O humanismo foi fundado pelo italiano Francisco Petrarca (1304-1374)

Francisco Petrarca (1304-1374)

  • Petrarca reconheceu que – durante o seu tempo – a cultura estava em um estado de profunda crise moral e decadência social/existencial; perceptíveis através da barbárie, impiedade e pela corrupção das pessoas. O filósofo se propôs a encontrar as causas desse quadro e também como solucioná-las. A sua conclusão foi que as causas eram basicamente duas:

[pic 4]

  • Petrarca propôs duas formas de solução para esses problemas:

[pic 5]

Leonardo Bruni (1370-1444)

No Quattrocento, o Humanismo intimista de Petrarca foi sendo, gradualmente, substituído por um Humanismo mais destinado às ações das esferas civil e política da vida. Desse movimento, Leonardo Bruni (1370 – 1444) merece destaque.

O que torna a figura de Bruni tão importante para essa filosofia é a aplicação dos conhecimentos provenientes das obras de Aristóteles na ideia de autoconhecimento. Nota-se, portanto, uma espécie de proposição opositiva (seria melhor até utilizar o termo paralela/complementar) à de Petrarca. Para entender a teoria de Bruni, deve-se entender a interpretação desse sobre os textos de Aristóteles e de Petrarca.  

Analisando o entendimento de Leonardo Bruni acerca de Aristóteles, nota-se o seguinte:

  1. Ele concorda com a noção de autoconhecimento através da prática das virtudes;
  2. Ele estabelece como um paradigma a noção de Zon Politkón
  3. Ele discorda que a finalidade da sociedade se daria apenas como mera contemplação da realidade pois, para ele, o ser humano, é o motor da sociedade; portanto, apenas contemplar a realidade nunca irá transformar a sociedade.

Em relação aos textos de Petrarca, Bruni apresenta o seguinte entendimento:

  1. As artes são importantes para o autoconhecimento, porém somente elas não são capazes de mudar a sociedade.

A teoria de Bruni se apresenta da seguinte forma:

O ser humano, para escapar dessa decadência moral e, por fim, tornar-se bom e feliz (livre das crises morais que o tornam impiedoso e corrupto) deveria se dedicar ao autoconhecimento.

Bruni entende que o autoconhecimento, se constituído de mera contemplação – como proposto por Petrarca –, não levará o homem a lugar algum. Dessa forma, o correto seria que as pessoas praticassem ações que os levem ao autoconhecimento, ou seja: o autoconhecimento se daria através da prática das virtudes (meio proposto por Aristóteles para o autoconhecimento)

Como o homem é um ser político e social, suas ações impactam a sociedade. Dessa forma, as pessoas deverão buscar causar na sociedade o mesmo bem que causam a sim mesmas quando praticam as virtudes. O ser humano, portanto, deve buscar transformar a coletividade através da prática das virtudes; porém, para isso, eles devem conhece-la muito bem. Esse conhecimento se daria através da leitura dos clássicos.

 (Essa última parte evidencia o caráter da ética e da política como instrumentos de responsáveis pelo bem comum).

In brevi, podemos colocar a teoria dessa forma:

  1. O ser humano que só contempla não chega a lugar algum
  2. Praticando as virtudes da vida política e civil, o ser humano irá se conhecer e ser bom, deixando de ser impiedoso e corrupto.
  3. Da mesma forma que ele conseguiu se conhecer e se tornar moralmente correto, a sociedade deverá passar por tal transformação. Para isso, as pessoas – que são os responsáveis pelas transformações da coletividade - deveriam conhece-la; o que se daria através da leitura dos clássicos.

Essa teoria pode ser resumida na máxima de Leonardo Bruni:

[pic 6]

Projetos da modernidade: os padres do renascimento:

  1. Martinho Lutero (1483-1546)

Antes de se aprofundar nos trabalhos de Lutero, é conveniente analisar as disposições feitas por Giovani Reale acerca do posicionamento daquele em relação à filosofia:

[pic 7]

Agora, a fim de compreender o pensamento de Lutero, deve-se levar em consideração o panorama político-religioso da época (Roma (1517)):

  • Nesse tempo, a doutrina da Igreja Católica pregava que a salvação se dava apenas pela fé, porém essa só seria genuína se fosse expressada concretamente pelas obras cristãs. Esse tipo de pensamento, sustentado pela prática da simonia, foi alvo de duras contestações de Lutero pois, para ele, a fé – como compreensão de que o ser humano não pode fazer absolutamente nada corretamente sem o auxílio de Deus, e que a salvação só seria possível através do amor desse – é justificada em si mesma; independendo, dessa forma, de obra alguma.

O pensamento luterano:

Lutero elaborou 95 teses, que denunciavam as práticas da Igreja Católica, a exemplo do uso do dinheiro das indulgências para financiar o luxo do clero e o desrespeito aos dogmas – como, por exemplo, a prática de relações sexuais pelos membros da Igreja.

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