Fisiopatologia
Pesquisas Acadêmicas: Fisiopatologia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: aislan348 • 2/6/2013 • 2.872 Palavras (12 Páginas) • 930 Visualizações
TEMAS DE
REUMATOLOGIA CLÍNICA
Curso Básico Atualizado de Imunologia para o Reumatologista
Inflamação, citocinas, proteínas de fase aguda e implicações
terapêuticas
INFLAMAÇÃO
Infecções e injúria tecidual induzem uma cascata com-
plexa de eventos fisiológicos conhecida como resposta
inflamatória, que promove proteção aos tecidos, res-
tringindo os danos no local da infecção ou injúria, mas
podendo ter efeitos deletérios quando de forma exa-
cerbada. Em geral, uma resposta inflamatória aguda é
de curta duração e, além de uma reação local, ocorre
também uma reação sistêmica, chamada de resposta
de fase aguda (ver a seguir). A resposta local se inicia
quando o dano tecidual e endotelial desencadeia vaso-
dilatação e aumento da permeabilidade vascular. Com
o aumento da permeabilidade vascular ocorre extrava-
samento de leucócitos para os sítios inflamados. Em
estágios iniciais da inflamação o tipo celular predomi-
nante é o neutrófilo, em fases mais tardias monócitos e
linfócitos também migram para o local, amplificando o
processo inflamatório. Vários mediadores participam
ativamente da resposta inflamatória: 1) quimiocinas re-
alizam quimiotaxia de leucóctios; 2) enzimas plasmáti-
cas, como bradicinina e fibrinopeptídeos, aumentam a
permeabilidade vascular; 3) plasminina degrada coá-
gulos em produtos quimiotáticos e ativa proteínas do
sistema complemento e seus derivados, como anafilo-
toxinas que induzem degranulação de mastócitos e con-
seqüente liberação de histamina, e opsoninas que in-
duzem a opsonização de microrganismos, facilitando a
fagocitose; 4) mediadores lipídicos como tromboxanos,
prostaglandinas e leucotrienos participam do processo
de vasodilatação e aumento da permeabilidade vascu-
lar; 5) citocinas (IL-1, IL-6 e TNF-α) induzem efeitos lo-
cais, tais como indução da expressão de moléculas de
adesão e de quimiocinas, facilitando a migração de leu-
cócitos, e efeitos sistêmicos como a indução de proteí-
nas de fase aguda, levando a febre.
Em alguns casos o processo inflamatório agudo não
é completamente resolvido, levando a inflamação crôni-
ca, como é o caso de doenças auto-imunes ou infecções
causadas por microrganismos que conseguem evadir a
resposta imune. Esse tipo de inflamação acontece quan-
do macrófagos e células T são constantemente ativados,
levando ao seu acúmulo nos sítios de lesão e significati-
vo dano tecidual. As citocinas liberadas pelos macrófa-
gos cronicamente ativados estimulam a proliferação de
fibroblastos, levando ao aumento da produção de colá-
geno que culmina na fibrose, característica das inflama-
ções crônicas.
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA
A reação inflamatória é acompanhada por uma res-
posta sistêmica conhecida por resposta de fase aguda.
Esta resposta é caracterizada por febre, produção de
diversos hormônios, leucocitose e produção de proteí-
nas de fase aguda pelo fígado. Citocinas, como IL-1, IL-6,
TNF-α, LIF (leukemia inhibitory factor) e oncostatina M
(OSM) são produzidas no local de inflamação e desem-
penham papel crucial na resposta de fase aguda, indu-
zindo a produção de proteínas de fase aguda pelos
hepatócitos. O pico de produção das proteínas de fase
aguda geralmente ocorre entre 12 e 24 horas após o
início da resposta inflamatória aguda. Entre as proteí-
nas de fase aguda, destaca-se a proteína C-reativa
(PCR), uma vez que seu nível sérico é aumentado apro-
ximadamente 1.000 vezes durante a inflamação agu-
da. Esta proteína se liga a uma variedade de patóge-
nos, ativa as proteínas do sistema complemento que
resulta na deposição de C3b na superfície do micror-
ganismo. Este processo termina por facilitar a fagocitose
dos patógenos mediada por fagócitos que expressam
receptor para C3b.
Angelina M. B. Bilate
Doutora em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da
USP. Pós-doutoranda do Laboratório de Imunologia do InCor. Tema da
tese: Patogênese da cardiomiopatia chagásica crônica. Seu projeto atual:
Análise proteômica para identificação de novos marcadores moleculares
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