Fundamentos de metodologia científica
Por: João Lucas • 22/11/2015 • Trabalho acadêmico • 1.462 Palavras (6 Páginas) • 484 Visualizações
De ANDRADE MARCONI, Marina apud MARIA LAKATOS, Eva. Fundamentos de metodologia científica (capitulo 4). São Paulo: Editora Atlas, 2003, p. 83-113.
P. 83 - 85 | Métodos científicos - conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, detectando erros e auxiliando o cientista - são utilizados por diversas áreas, inclusive da ciência, entretanto nem todos que o utilizam se caracterizam como ciência. O desenvolvimento dos métodos científicos veio ao longo do tempo agregando conhecimentos e se especializando. O método científico é a teoria da investigação, quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas: descobrimento e colocação precisa do problema, procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema, tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados, invenção de novas ideias, obtenção de uma solução, investigação das consequências da solução obtida, prova da solução e correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta. |
P. 86 | “Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.” O argumento indutivo se fundamenta em premissas, levando a conclusões prováveis, contudo se foram analisadas premissas verdadeiras, inevitavelmente suas conclusões serão verdadeiras. |
P. 87 - 88 | A indução realiza-se em três etapas: observação dos fenômenos, descoberta da relação entre eles e generalização da relação. Para que não se cometam equívocos, três etapas orientam o trabalho de indução: assegura-se que é realmente essencial a relação que se vai generalizar, fatos dos quais se pretende generalizar tem que ser idênticos a uma relação, avaliar sempre o aspecto quantitativo dos fatos. |
P. 89 | “A indução se apresenta em duas formas: completa ou formal, estabelecida por Aristóteles. Ela não induz de alguns casos, mas de todos, sendo que cada um dos elementos inferiores é comprovado pela experiência. Incompleta ou científica, criada por Galileu e aperfeiçoada por Francis Bacon. Não deriva de seus elementos inferiores, de alguns casos adequadamente observados, e às vezes de uma só observação, aquilo que se pode dizer (afirmar ou negar) dos restantes da mesma categoria.” |
P. 90 | Para que possamos afirmar ou até mesmo negar algo sobre os casos particulares é preciso ter feito uma quantidade aceitável de experimentos, para poder afirmar, que a natureza do fato ou fenômeno é que provoca sua propriedade. “Para Souza et al. quanto maior a amostra, maior a força indutiva do argumento e quanto mais representativa a amostra, maior a força indutiva do argumento." |
P. 91 - 92 | No método dedutivo se todas as premissas são verdadeiras a conclusão deve ser verdadeira, a informação da conclusão deve estar mesmo que de forma implícita estar nas premissas, o contrario da indutiva, onde a conclusão encerra a informação que não se estava presente nas premissas. |
P. 93 | Existem diferentes formas de argumentos dedutivos, em manuais de lógica e filosofia, os que mais nos são pertinentes são os argumentos condicionais válidos. |
P. 95 | “Para Karl R. Popper, o método científico parte de um problema ao qual se oferecesse uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa, passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro e, tal como no caso da dialética, esse processo se renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos problemas.” |
P. 97 | O surgimento do problema é o inicio do método proposto por Popper, é o problema em questão que ira gerar a pesquisa. “Este dirá o que é relevante ou irrelevante observar, os dados que devem ser selecionados.” |
P. 98 | “Conjectura é uma solução proposta em forma de proposição passível de teste, direto ou indireto, nas suas consequências, sempre dedutivamente. [...] A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou nossa curiosidade intelectual ou dificuldade teórica e/ou prática”. Na tentativa de falseamento realizam-se os testes que consistem em tentativas de falseamento, de eliminação de erros. |
P. 99- 100 | “Para Bunge, as etapas desse método são: colocação do problema (reconhecimento dos fatos, descoberta do problema, formulação do problema), construção de um modelo teórico (seleção dos fatores pertinentes, invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares), dedução de consequências particulares (procura de suportes racionais, procura de suportes empíricos), teste das hipóteses (esboço da prova, execução da prova, elaboração dos dados, inferência da conclusão), Adição ou introdução das conclusões na teoria (comparação das conclusões com as predições e retrodições, reajuste do modelo, sugestões para trabalhos posteriores). Os diferentes autores que interpretaram a dialética materialista não estão de acordo quanto ao número de leis fundamentais do método dialético: alguns apontam três e outros, quatro”. |
P. 101 | “Ao contrário da metafísica, que concebe o mundo como um conjunto de coisas estáticas, a dialética o compreende como um conjunto de processos, portanto, para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento”. |
P. 102 | “Se todas as coisas e ideias se movem, se transformam, se desenvolvem, significa que constituem processos, e toda extinção das coisas é relativa, limitada, mas seu movimento, transformação ou desenvolvimento é absoluto”. A negação de determinada coisa ou fato se da pelo contrário desta mesma, tendo em consideração que a negação é negada, se diz que “a mudança dialética é a negação da negação”. |
P. 103 - 104 | A mudança de determinadas situações pode ser definida como quantitativa e como qualitativa, qualitativa é quando se muda de estado, tendo como exemplo a água que ao atingir 100°C se transforma da forma líquida para a gasosa, entretanto se a mesma não alcançar essa determinada temperatura permanecerá liquida, podendo ainda assim sofrer mudanças de temperatura, toda via a mudança de temperatura sem que haja uma mudança de estado torna esta mudança quantitativa. |
P. 105 | Toda realidade é movimento, e o movimento assume formas que são ligadas entre si, que se transformam uma na outra. "Em oposição à metafísica, a dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos da natureza supõem contradições internas - Politzer et alo (s.d.:70-l), citando Stalin - Estudando-se a contradição, como princípio do desenvolvimento, é possível destacar seus principais caracteres: a contradição é interna, a contradição é inovadora, unidade dos contrários”. |
P. 106 | O método se caracteriza por uma abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade. Assim teríamos, em primeiro lugar, o método de abordagem, assim descriminado: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo, método dialético. |
P. 107 | “colocando-se os fenômenos, corno, por exemplo, as instituições, no ambiente social em que nasceram, entre as suas condições "concomitantes", toma-se mais fácil a sua análise e compreensão, no que diz respeito à gênese e ao desenvolvimento, assim corno às sucessivas alterações, permitindo a comparação de sociedades diferentes: o método histórico preenche os vazios dos fatos e acontecimentos, apoiando-se em um tempo, mesmo que artificialmente reconstruído, que assegura a percepção da continuidade e do entrelaçamento dos fenômenos”. |
P. 108 | “Em seu início, o método (método monográfico) consistia no exame de aspectos particulares, entretanto, pode também, em vez de se concentrar em um aspecto, abranger o conjunto das atividades de um grupo social particular. A vantagem do método consiste em respeitar a "totalidade solidária" dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do grupo na sua unidade concreta, evitando, portanto, a prematura dissociação de seus elementos”. “O papel do método estatístico é, antes de tudo, fornecer uma descrição quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado”. |
P. 109 | “Para Weber, a vocação prioritária do cientista é separar os juízos de realidade, da análise científica, com a finalidade de perseguir o conhecimento pelo conhecimento. Assim, o tipo ideal não é uma hipótese, pois se configura como uma proposição que corresponde a uma realidade concreta; portanto, é abstrato”. “O tipo ideal, segundo Weber, diferencia-se do conceito, porque não se contenta com selecionar a realidade, mas também a enriquece. O papel do cientista consiste em ampliar certas qualidades e fazer ressaltar certos aspectos do fenômeno que se pretende analisar”. |
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