HUMANIZAÇÃO, RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ÉTICA
Tese: HUMANIZAÇÃO, RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ÉTICA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: glaucecleia • 14/6/2013 • Tese • 1.585 Palavras (7 Páginas) • 1.106 Visualizações
2. HUMANIZAÇÃO, RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ÉTICA.
INTRODUÇÃO
Tem-se falado em humanização no ambiente de trabalho. Mas o que é humanização e para que serve?
Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa, enquanto ser humano. Significa valorizá-lo em razão da dignidade que lhe é intrínseca.
Isso apresenta vários desdobramentos. Por exemplo, o relacionamento interpessoal1 - necessidade social, conforme MASLOW (2000), ou fator higiênico2, segundo a teoria Herzberg Iana – deve se pautar pelo diálogo, sem o qual as relações entre os indivíduos resvalam para conflitos vários3. A dignidade jamais deve ser esquecida ou colocada em segundo plano. A prática da humanização deve ser observada ininterruptamente. O comportamento ético deve ser o princípio de vida da organização, uma vez que ser ético é preocupar-se com a felicidade pessoal e coletiva.
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1 Tem competência interpessoal quem saber ouvir o outro e colocar-se no lugar desse outro a fim de compreendê-lo. Em relação a isso, CARAVANTES (2002: 99) posiciona-se no sentido de que uma das características fundamentais do administrador excelente é
“5. Competência interpessoal, pois se o produto de seu trabalho visa o homem e é feito através de pessoas, ele deve desenvolver sua capacidade de relacionamento com seus superiores, par e subordinado, chegando ao ponto de empatia, isto é, ser capaz de colocar-se em lugar daqueles com quem se relaciona e pensar e sentir como eles”.
2 Em conformidade à teoria herzbergiana, o fator higiênico, em si mesmo, não garante a motivação, conquanto a sua ausência constitua desmotivação certa.
3 Só há dialogicidade quando os sujeitos se respeitam.
Numa sociedade em que, em geral, valores4 ético morais são vilipendiados, é urgente a necessidade de se humanizarem as organizações. Estas não devem perder de vista a razão maior graças à qual se dá a sua criação: a promoção humana em todos e quaisquer aspectos (não somente os econômico-financeiros e Techno-científicos), até mesmo, e principalmente, sob a ótica coletiva.
HUMANIZAÇÃO
O desenvolvimento científico-tecnológico tem levado muitas organizações a buscar de forma desenfreada o lucro econômico-financeiro à custa da necessária valorização real do homem, notadamente dos indivíduos que nelas trabalham.
Paradoxalmente, até mesmo organizações cujo lucro visado não é econômico-financeiro resvalam para isso.
A cultura predominante nessas instituições caracteriza-se por considerar as pessoas meros recursos que devem contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais. Relegam a abordagem sistêmica, que estuda o homem como uma totalidade e não apenas como profissional cuja vida deveria se restringir ao ambiente de trabalho. O relacionamento interpessoal saudável, por exemplo, às vezes não encontra guarida no âmbito organizacional, gerando os mais diversos conflitos e, portanto, “desumanizando” as organizações. A desconsideração dos valores humanos e da ética também são exemplos de realidades “desumanizadoras”.
ROMÃO (2002) registra:
Mas, o pior de tudo isso [o autor faz referência à reengenharia, à terceirização e à globalização como modismos, dentre outros que ele relaciona] foi o fruto gerado: a desvalorização do ser humano, que participou desses processos, tentando ajudar sua empresa, e hoje é descartado, como se somente números pudessem indicar lucros, e ótimos resultados fossem o melhor diagnóstico de um negócio.
Hoje temos que nos preparar para viver a era emocional, onde a empresa tem de mostrar ao colaborador que ele é necessário como profissional, e antes de qualquer coisa que é um ser humano com capacidades que agregadas à produção da empresa, formarão uma equipe coesa em que o maior beneficiado será ele mesmo com melhoria em sua qualidade de vida, relacionamentos com os pares e, principalmente, o cliente que sentirá isso quando adquirir o produto ou serviço da empresa gerando a fidelização que tanto se busca. O melhor negócio de uma organização ainda se chama gente, e ver gente integrada na organização como matéria-prima principal também é lucro, além de ser um fator primordial na geração de resultados.
MORGAN (1996: 142) diz que “a natureza verdadeiramente humana das organizações é a
necessidade de construí-la em função das pessoas e não das técnicas”.
O PAPA JOÃO PAULO II apud MASLOW (2000: 61) assevera que:
O propósito da empresa não é simplesmente lucrar, mas ser vista em sua base como uma comunidade de pessoas que, de várias formas, estão se esforçando para satisfazer suas necessidades básicas e que formam um grupo particular no serviço de toda a sociedade. O lucro é um regulador da vida de um negócio, mas não é o único regulador; outros fatores, humanos e morais, também devem ser considerados, pois, a longo prazo, serão igualmente importantes para a vida do negócio.
A empresa humanizada, consoante VERGARA e BRANCO (2001: 20), é:
[...] aquela que [...] agrega outros valores que não somente a maximização do retorno para os acionistas.
Nesse sentido, são mencionadas empresas que, no âmbito interno, promovem a melhoria na qualidade de vida e de trabalho, visando à construção de relações mais democráticas e justas, mitigam as desigualdades e diferenças de raça, sexo ou credo [e não apenas em tais aspectos], além de contribuírem para o desenvolvimento e crescimento das pessoas.
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Discutir a humanização no ambiente de trabalho é impostergável, e a efetiva vivência num ambiente organizacional cujos valores maiores incluam a humanização trará grandes benefícios para os indivíduos, as organizações e a sociedade em geral.
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4 Efetiva é a organização que, além de eficaz, agrega valores à sua atuação.
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
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