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Historia Cultivação de Buda

Por:   •  26/8/2019  •  Dissertação  •  7.601 Palavras (31 Páginas)  •  149 Visualizações

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A história de cultivação de Buda Milarepa (Parte 4)

21 de outubro de 2018 | Pelo Conselho Editorial do Minghui

 (Minghui.org) 

Ao longo da história, o Himalaia tem sido a terra de muitos cultivadores. As pessoas que vivem ali levam uma vida simples, modesta e todos cantam e dançam. Eles veneram a Lei do Buda. Quase um milênio atrás, nessa região havia um cultivador chamado Milarepa. Enquanto que muitos Budas e Deusas precisavam reencarnar durante muitas vidas e passarem por muitas calamidades antes de obterem a Perfeição, Milarepa alcançou a poderosa virtude em uma única vida e, mais tarde, veio a ser conhecido como fundador da Via Branca do Budismo Tibetano.

 (Continuação da Parte 3)

“O mestre veio até mim e disse: ‘Agora você pode lançar uma tempestade de granizo. Mas, nós ainda não sabemos se o trigo já está maduro em sua cidade natal. Quão alto está agora’? Pensei por um momento e disse: está alto o suficiente para esconder uma pomba marrom”.

“Duas semanas se passaram, e o mestre me perguntou de novo. Disse: ‘Está quase tão alto como uma planta jovem de sementes de alpiste’. Ele respondeu: ‘Humm, ainda é cedo’.”

“Depois de um tempo, ele voltou a me perguntar e respondi: ‘As plantas já cresceram’. O mestre disse: ‘Se é assim, é hora de ir e lançar o granizo’. Enviou outro estudante para me acompanhar, aquele que tinha estado em minha cidade natal para confirmar minha situação. Disfarçamo-nos de monges itinerantes e começamos nossa jornada”.

“As plantações estavam excepcionalmente bem naquele ano. Muitos moradores mais velhos disseram que nunca viram colheitas tão boas. Os aldeões concordaram que ninguém deveria começar a colheita até que todos tivessem uma grande comemoração. Esperei que restassem apenas um ou dois dias para a colheita, e construí um altar rio acima da aldeia. Depois de preparar todo o necessário para a cerimônia, comecei a lançar o feitiço, dizendo os encantamentos em voz alta. Naquela época, o céu estava claro e sem nuvens e um quase todo o céu. Chamei o nome do guardião celestial e comecei a explicar como os aldeões haviam maltratado minha família. Então, chorei intensamente quando bati no meu peito e rasguei minhas roupas”.

“Então, algo realmente incrível aconteceu. De repente, nuvens escuras repentinas apareceram no céu, camada após camada, e num piscar de olhos, formaram-se grandes grupos de nuvens com relâmpagos e trovões. Caíram grandes pedras de granizos do céu, uma após outra, atingindo as colheitas que os aldeões estavam prestes a colherem, sem deixar um só grão. Então, uma inundação desceu da montanha e varreu todas as colheitas. Os aldeões gritavam e choravam, quando viram como a enchente carregava todas as suas colheitas. No final, uma forte tempestade caiu. Enquanto meu parceiro e eu estávamos com frio, fomos a uma caverna próxima e acendemos uma fogueira para nos aquecermos”.

Naquela época, vários caçadores passaram pela caverna. Eles haviam sido enviados pelos aldeões para buscar carne, com a qual celebrariam a colheita. Um dos caçadores, disse: ‘Humph! Ninguém nos machucou tanto quanto Topaga. Ele matou muitas pessoas e agora arruinou todo o trigo. Se eu pegá-lo, vou espremer todo o sangue dele e arrancar sua bexiga, embora com isso ele não consiga acalmar minha raiva’.

“Um velho disse: ‘Cale a boca! Não fale tão alto. Olha, há fumaça saindo da caverna. Quem está lá’? E um jovem respondeu: ‘Possivelmente é Topaga. Esse canalha não nos viu ainda. Vamos procurar mais pessoas para matá-lo, antes que ele mate todo nosso povo’. E saíram com toda pressa”.

“Meu companheiro viu que alguém estava andando atrás de nós, e percebeu que eles haviam nos descoberto. Então disse: ‘Retorne primeiro. Fingirei que sou você, e vou brincar com eles um pouco’. Concordamos em nos encontrar em um hotel quatro dias depois. Sabendo que ele era muito forte e corajoso, não me preocupei em deixá-lo sozinho”.

“Naquela época, eu realmente queria ver minha mãe, mas temia que os aldeãos me machucassem. Então, tive que deixar minha aldeia e fiz um desvio no caminho. Infelizmente um cão selvagem me mordeu várias vezes, deixando minhas pernas cobertas de feridas. Como caminhei com dificuldade durante o resto do caminho,  não consegui chegar a tempo no hotel”.

“O que meu parceiro fez?” No mesmo dia em que saí, os aldeões reuniram um grande grupo de pessoas para me matar. Meu companheiro enfrentou os homens e seus cavalos com golpes. Enquanto a multidão o perseguia, ele corria. Quando a multidão corria rapidamente, ele acelerava, quando a multidão diminuiu os passos, ele também diminuía. Se os aldeões atiravam pedras, ele jogava pedras ainda maiores neles, gritado: ‘Se alguém ousar vir me bater, eu não terei piedade e lançarei um feitiço de morte. Tantas pessoas morreram por minha causa, não estão com medo? Uma boa colheita acabou sendo nada. Já, não é suficiente? Se não tratarem bem minha mãe e minha irmã de agora em diante, colocarei uma lagoa fantasma na entrada da aldeia e lançarei um feitiço demoníaco ao sair. Todos vocês que ainda estão vivos, assim como seus parentes, serão exterminados. Não vou parar, até toda aldeia virar cinzas. Não estão com medo’?”.

 “Assustados com suas palavras, os aldeões tremiam de medo. Se olhavam e murmuravam, mas ninguém se atrevia a enfrentá-lo. E, finalmente, todos, um a um, retornaram para a aldeia em silêncio”.

 “Meu companheiro chegou ao hotel antes de mim. Perguntou ao dono se ele havia visto um monge itinerante, que se parecia com ele. O dono pensou por um instante e respondeu: ‘Ele não veio aqui, mas acho que está celebrando no banquete da aldeia. E parece que está ferido. Você tem uma tigela para mendigar? Se não tiver, posso lhe emprestar-lhe uma’. Ele pegou uma tigela cinza que parecia o ressorto de Yama [o deus da morte] e deu para meu companheiro. Que foi à festa para mendigar e nos encontramos lá. Ele sentou-se ao meu lado e disse: ‘por que você não chegou ontem’? Respondi: ‘poucos dias antes, enquanto pedia comida na estrada, um cão selvagem me mordeu várias vezes. Agora estou um pouco melhor. Não há nada para se preocupar’.”

 “Retornamos para nosso mestre que nos disse: ‘Vocês fizeram uma coisa magnífica’. Surpresos, perguntamos: ‘Quem lhe disse’? O mestre respondeu: ‘O guardião celestial. O mandei para lá e, no dia da lua cheia, quando retornou, contou-me o que aconteceu. Ficamos todos muito felizes’.”

Quando ele terminou de contar essa história, o Venerável Milarepa, disse aos discípulos que escutassem seus ensinamentos do Fa: “Foi assim, que cometi atos malignos ao me vingar”.

Rechungpa perguntou: “Mestre, primeiro você disse que gerou carma, e logo disse que fez boas ações. O carma bom é proveniente do Fa reto. Venerável Mestre, qual foi tua relação predestinada para encontrar o Fa reto”?

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